Eu nasci num vilarejo na Saxônia, que ficava na República Democrática Alemã. Lá em casa o clima era de amor e carinho. Meus pais sempre me ensinaram a ser uma boa pessoa. Como o país era comunista, a maioria de nós na Saxônia não se preocupava com religião. Na verdade, eu nem acreditava em Deus. Até meus 18 anos, duas ideias influenciaram muito a minha vida: o ateísmo e o comunismo.

Sabe por que o comunismo chamava tanto a minha atenção? Porque ele ensinava que todas as pessoas são iguais, e eu gostava disso. Eu achava que todos os bens materiais deviam ser distribuídos de forma justa. Assim, ninguém ficaria nem muito rico nem pobre. Então, passei a ajudar uma organização de jovens comunistas. Quando tinha 14 anos, comecei a participar de um projeto ecológico, que reciclava papel. As autoridades da cidade de Aue, onde eu morava, gostaram tanto do meu trabalho que me deram até um prêmio. Apesar de ser jovem, eu já conhecia vários políticos comunistas. Pra mim, eu estava no caminho certo.

De repente, tudo mudou. Em 1989, o muro de Berlim caiu e muitos governos comunistas da Europa também caíram. Isso mexeu muito comigo. Mas não parou por aí. Depois eu descobri que o governo do meu país fazia muitas injustiças. Por exemplo, quem não apoiava o comunismo não tinha os mesmos direitos que os outros. Eu ficava me perguntando: ‘Mas como isso é possível? Os comunistas não dizem que todos são iguais? Será que o comunismo não passa de uma mentira?’ Tudo isso me deixou bem preocupado.

Então, resolvi me concentrar na música e na pintura. Nessa época, eu estudava numa escola de música e queria continuar estudando música numa universidade. Eu sonhava em ser pintor e músico. Daí, acabei abandonando completamente os valores que meus pais tinham me ensinado. Agora a única coisa que eu queria era me divertir, o que incluía namorar várias garotas ao mesmo tempo. Apesar de levar uma vida sem regras e de estar envolvido com a música e com a arte, eu ainda tinha medo do futuro. E minhas pinturas mostravam meu medo. Eu pensava: ‘O que vai ser do meu futuro? Qual é o objetivo da vida?’

Quando encontrei as respostas para as minhas perguntas, fiquei impressionado! Um dia na escola, eu e um grupo de colegas estávamos conversando sobre como seria o futuro. Uma colega, chamada Mandy, * era Testemunha de Jeová. Ela me deu um conselho muito bom: “Andreas, se você quer encontrar as respostas para as suas perguntas sobre a vida e o futuro, você tem que ver o que a Bíblia diz.”

Eu não acreditei muito no que ela disse, mas, mesmo assim, decidi ver o que a Bíblia dizia. Mandy me mostrou o capítulo 2 de Daniel, e eu fiquei surpreso com o que li. Esse capítulo fala sobre vários governos que teriam grande influência até os nossos dias. Ela também me mostrou outras partes da Bíblia que falam sobre o nosso futuro. Eu finalmente tinha encontrado as respostas para as minhas perguntas! Depois fiquei pensando: ‘Essas profecias têm tantos detalhes. Será que isso é uma prova de que Deus existe mesmo? Afinal, quem é capaz de prever o futuro assim?’

Mandy me apresentou a Horst e Angelika, um casal de Testemunhas de Jeová que me ajudou a entender melhor a Bíblia. Eu logo percebi que as Testemunhas de Jeová são a única religião que ajuda as pessoas a conhecer o nome de Deus, Jeová. (Salmo 83:18; Mateus 6:9) Também aprendi que Jeová nos dá a esperança de viver para sempre num paraíso aqui na Terra. O Salmo 37:9 diz: “Os que esperam em Jeová possuirão a terra.” Fiquei muito feliz de saber que todas as pessoas que obedecem a Deus vão poder viver para sempre.

Mas não foi nada fácil fazer o que a Bíblia diz. Eu precisei me esforçar muito. No começo, tive que aprender a ser humilde, já que o sucesso como músico e pintor tinha me deixado muito arrogante. Também foi muito difícil deixar pra trás as coisas imorais que eu fazia. Eu agradeço a Jeová por ser um Deus paciente e perdoador, que vê nosso esforço de fazer a vontade dele!

Até os meus 18 anos, o ateísmo e o comunismo influenciaram muito o meu jeito de pensar. Mas depois comecei a seguir o que a Bíblia diz. O que aprendi me fez perder o medo do futuro e me ajudou a ter um objetivo na vida. Em 1993, eu me batizei como Testemunha de Jeová. Sete anos depois, me casei com uma irmã muito dedicada, chamada Tabitha. Hoje passamos a maior parte do nosso tempo ajudando outras pessoas a conhecer melhor a Bíblia. Muitas delas, assim como eu, foram influenciadas pelo ateísmo e pelo comunismo desde pequenas. Eu me sinto muito feliz de poder ajudá-las a conhecer melhor a Jeová.

Quando eu comecei a estudar a Bíblia com as Testemunhas de Jeová, meus pais ficaram arrasados. Mas, com o tempo, eles perceberam que estudar a Bíblia mudou completamente a minha vida. Pra minha alegria, agora eles leem a Bíblia e até assistem às reuniões das Testemunhas de Jeová.

Eu e Tabitha temos um casamento muito feliz porque seguimos os conselhos da Palavra de Deus. Por exemplo, a Bíblia aconselha os casais a serem fiéis. Seguir esse conselho deixa nosso casamento bem forte. — Hebreus 13:4.

Hoje eu não tenho mais medo do futuro. Eu me sinto parte de uma grande família, formada por Testemunhas de Jeová do mundo todo. Nós temos paz, união e não existe preconceito entre nós. Esse sempre foi o meu sonho. Agora é a minha realidade.