1. Que tipo de pessoas é que Jeová atrai a si, e porque é que elas devem permanecer vigilantes em sentido espiritual?

“OS VERDADEIROS adoradores”, disse Jesus, “adorarão o Pai com espírito e verdade. Pois, realmente, o Pai está à procura desses para o adorarem”. (João 4:23) Quando Jeová encontra tais pessoas, atrai-as a si e ao seu Filho. (João 6:44) Não se sente honrado por ser uma das pessoas encontradas por Jeová? Porém, os que amam a verdade da Bíblia devem ‘certificar-se sempre do que agrada ao Senhor’, pois Satanás é o mestre do engano. — Efésios 5:10; Apocalipse 12:9.

2. Explique como Jeová encara os que tentam misturar a religião verdadeira com a falsa.

² Considere o que aconteceu, perto do monte Sinai, quando os israelitas pediram a Arão que lhes fizesse um deus. Arão cedeu à pressão e fez um bezerro de ouro, mas deu a entender que aquele ídolo representava a Jeová. “Amanhã haverá uma festividade para Jeová”, disse ele. Será que Jeová foi indiferente ao que eles fizeram, ao misturarem a religião verdadeira com a falsa? Não. Ele ordenou que os idólatras fossem mortos, o que resultou na morte de cerca de três mil pessoas. (Êxodo 32:1-6, 10, 28) Que lição aprendemos disso? Se queremos manter-nos no amor de Deus, não devemos ‘tocar em nada impuro’ e devemos defender a verdade contra qualquer coisa que a possa corromper. — Isaías 52:11; Ezequiel 44:23; Gálatas 5:9.

3, 4. Porque devemos dar muita atenção aos princípios bíblicos ao analisarmos costumes e celebrações populares?

 ³ Infelizmente, após a morte dos apóstolos, que serviam de impedimento à apostasia, supostos cristãos que não amavam a verdade começaram a adotar costumes pagãos, comemorações e dias “santificados”, passando a considerá-los como cristãos. (2 Tessalonicenses 2:7, 10) Ao analisar algumas dessas comemorações, note como refletem o espírito do mundo, não o espírito de Deus. Em geral, as comemorações do mundo têm algo em comum: satisfazem os desejos da carne e promovem as crenças religiosas falsas e o ocultismo – características predominantes de “Babilónia, a Grande”. * (Apocalipse 18:2-4, 23) Lembre-se também de que Jeová viu, pessoalmente, as práticas religiosas pagãs detestáveis que deram origem a muitos costumes populares de hoje. Sem dúvida, para Jeová, essas comemorações são tão detestáveis hoje como eram no passado. Não deveria o ponto de vista de Jeová ser o que mais nos importa? — 2 João 6, 7.

⁴ Como cristãos verdadeiros, sabemos que certas celebrações não agradam a Jeová. No entanto, temos de estar determinados, no coração, a não ter nada a ver com elas. Analisar o motivo pelo qual Jeová não se agrada dessas celebrações fortalecerá a nossa determinação de evitar qualquer coisa que nos impeça de permanecer no amor de Deus.

5. Porque podemos ter a certeza de que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro?

⁵ A Bíblia não menciona nenhuma comemoração de aniversário de Jesus. Na realidade, não se sabe exatamente em que dia ele nasceu. Contudo, podemos ter a certeza de que não foi no dia 25 de dezembro, época de inverno naquela  região. * Um dos motivos de sabermos isso é que, quando Jesus nasceu, os ‘pastores [estavam] a viver ao ar livre’, cuidando dos seus rebanhos, conforme Lucas escreveu. (Lucas 2:8-11) Se eles ‘vivessem ao ar livre’ o ano todo, esse detalhe não seria importante. Porém, visto que o inverno em Belém é uma época em que chove e neva, os rebanhos ficavam recolhidos em áreas fechadas; portanto, os pastores não estariam a viver “ao ar livre”. Além disso, José e Maria foram a Belém porque César Augusto ordenou que se fizesse um recenseamento. (Lucas 2:1-7) É muito improvável que César tivesse ordenado que um povo já insatisfeito com o governo romano fosse até à cidade dos seus antepassados no rigor do inverno.

6, 7. (a) Qual é a origem de muitos costumes do Natal? (b) Que contrastes existem entre o costume de dar presentes no Natal e o modo de os cristãos darem presentes?

⁶ O Natal não tem origem bíblica. Tem raízes em antigas comemorações pagãs, como as saturnais romanas, uma festividade dedicada a Saturno, o deus da agricultura. Da mesma forma, os adoradores do deus Mitra, segundo os seus cálculos, comemoravam o 25 de dezembro como o “dia do nascimento do Sol invicto”, diz a New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica), acrescentando: “O Natal surgiu numa época em que o culto ao Sol era especialmente forte em Roma”, cerca de três séculos após a morte de Cristo.

⁷ Durante as suas comemorações, os pagãos trocavam presentes e festejavam com muita comida e bebida – costumes que o Natal preserva até ao dia de hoje. Mas, como acontece atualmente, muitos dos que davam presentes de Natal naquela época não faziam isso com a atitude descrita em 2 Coríntios 9:7, que diz: “Faça cada um conforme resolveu no coração, não a contragosto nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” Os cristãos verdadeiros dão presentes por amor.  Não se baseiam numa data, nem esperam receber algo em troca. (Lucas 14:12-14; leia Atos 20:35.) Além disso, sentem-se felizes por estarem livres da correria e do stress do Natal, e do peso das dívidas financeiras que enlaçam muitos nessa altura do ano. — Mateus 11:28-30; João 8:32.

8. Será que os astrólogos deram presentes a Jesus em homenagem ao seu nascimento? Explique.

⁸ Alguns, porém, talvez argumentem que os astrólogos deram presentes a Jesus em homenagem ao seu nascimento. Será que foi isso o que aconteceu? Não. O que eles fizeram foi apenas uma maneira de demonstrar respeito por uma pessoa importante, um costume comum nos tempos bíblicos. (1 Reis 10:1, 2, 10, 13; Mateus 2:2, 11) Tanto é assim que os astrólogos não visitaram Jesus na noite em que ele nasceu. Quando chegaram ao lugar onde ele estava, Jesus já tinha nascido há muitos meses. Ele encontrava-se numa casa, não numa manjedoura como bebé recém-nascido.

9. O que é significativo a respeito das comemorações de aniversários mencionadas na Bíblia?

⁹ Embora o nascimento de um bebé seja sempre um motivo de muita alegria, a Bíblia não menciona a comemoração do aniversário de nenhum servo de Deus. (Salmo 127:3) Será que não se trata de uma simples omissão? Não, porque a Bíblia menciona a comemoração de dois aniversários natalícios – o de um faraó do Egito e o de Herodes Antipas. (Leia Génesis 40:20-22; Marcos 6:21-29.) Ambos os eventos, no entanto, são apresentados numa luz desfavorável – especialmente o de Herodes, no qual João Batista foi decapitado.

10, 11. Como é que os primeiros cristãos consideravam as comemorações de aniversários, e porquê?

¹⁰ “Os primeiros cristãos”, diz a The World Book  Encyclopedia, “consideravam que era um costume pagão celebrar a data de nascimento de qualquer pessoa”. Os gregos dos tempos antigos, por exemplo, acreditavam que todas as pessoas tinham um espírito protetor que assistia ao seu nascimento e que as protegia durante o resto da sua vida. Esse espírito “tinha uma relação mística com o deus cuja data de nascimento era a mesma que a da pessoa”, diz o livro The Lore of Birthdays (A Tradição dos Aniversários Natalícios). Desde a antiguidade, o dia do nascimento também tem uma grande ligação com a astrologia e o horóscopo.

¹¹ Além de rejeitar os costumes ligados à comemoração de aniversários natalícios por causa das origens pagãs e do ocultismo, os servos de Deus no passado, provavelmente, também os rejeitavam por causa dos princípios que os guiavam. Por que motivo podemos dizer isso? Eles eram pessoas humildes e modestas. Por isso, não achavam que o seu nascimento fosse tão importante que devesse ser comemorado. * (Miqueias 6:8; Lucas 9:48) Em vez disso, glorificavam a Jeová e davam-lhe graças pela preciosa dádiva da vida. * — Salmo 8:3, 4; 36:9; Apocalipse 4:11.

12. Como é que o dia da morte pode ser melhor do que o dia do nascimento?

¹² Todos os servos de Deus que morrem fiéis estão guardados na Sua memória e têm a vida futura garantida. (Jó 14:14, 15) Eclesiastes 7:1 diz: “Um bom nome é melhor do que um bom óleo, e o dia da morte é melhor do que o dia do nascimento.” O nosso “bom nome” é a boa reputação que adquirimos perante Deus durante uma vida de serviço fiel. É digno de nota que a única comemoração ordenada aos cristãos  não é a de um nascimento, mas a de uma morte – a de Jesus, cujo “nome” excelente é o único meio para a nossa salvação. — Hebreus 1:3, 4; Lucas 22:17-20.

13, 14. Qual é a origem dos costumes populares da Páscoa?

¹³ Considerada como sendo a comemoração da ressurreição de Cristo, a Páscoa (conforme é hoje comemorada na cristandade), na verdade, teve origem na religião falsa. Como é que os ovos e os coelhos passaram a ter ligação com a Páscoa? Os ovos “são importantes símbolos de vida nova e ressurreição”, diz a Encyclopædia Britannica, e já há muito tempo que o coelho tem sido usado como símbolo de fertilidade. Portanto, na realidade, a Páscoa é um rito à fertilidade mal disfarçado de comemoração da ressurreição de Cristo. *

¹⁴ Será que Jeová aprovaria o uso de um depravado rito à fertilidade para comemorar a ressurreição do seu Filho? Nunca! (2 Coríntios 6:17, 18) De facto, as Escrituras nem ordenam nem autorizam a comemoração da ressurreição de Jesus. Fazer isso e misturá-la com símbolos de fertilidade é um ato de deslealdade.

15. Qual é a origem do Halloween, e o que talvez seja significativo sobre a data escolhida para essa comemoração?

¹⁵ Conhecido pelas suas bruxas, duendes e outras decorações grotescas, o Halloween – também chamado Dia das Bruxas –, comemorado no dia 31 de outubro, remonta aos celtas antigos que habitavam a Grã-Bretanha e a Irlanda. Na lua cheia mais próxima do dia 1 de novembro, eles celebravam a  festa de Samhain, que significa “fim do verão”. Eles acreditavam que, durante essa celebração, se abria a porta entre o mundo humano e o sobrenatural, e havia espíritos – tanto bons quanto maus – que vagueavam pela Terra. Cria-se que as almas dos mortos retornavam aos seus lares; por isso, as famílias separavam comida e bebida para os seus visitantes do Além na esperança de apaziguá-los. Nos nossos dias, há crianças que vão de casa em casa, vestidas de fantasmas ou bruxas, ameaçando fazer travessuras no caso de não receberem uma guloseima. Quando elas fazem isso, sem saberem, estão a perpetuar os antigos rituais do Samhain.

16, 17. (a) Porque é que os casais cristãos que planeiam casar-se devem examinar os costumes locais ligados ao casamento, levando em consideração os princípios bíblicos? (b) Com respeito a certos costumes, tais como atirar arroz ou algo similar aos noivos, o que devem os cristãos levar em consideração?

¹⁶ Em breve, “em [Babilónia, a Grande] [...], jamais se ouvirá novamente a voz de um noivo e de uma noiva”. (Apocalipse 18:23) Por que razão? Em parte, por causa das suas práticas espíritas, que podem macular um casamento, logo no dia em que a pessoa se casa. — Marcos 10:6-9.

¹⁷ Os costumes variam de um país para outro. Alguns costumes que talvez pareçam inocentes e que, supostamente, trazem “boa sorte” ao casal de noivos ou aos convidados podem ter-se originado de práticas babilónicas. (Isaías 65:11) Uma dessas tradições é o costume de atirar arroz, confetes ou algo similar aos noivos. Isso pode ter-se originado da crença de que é possível apaziguar os espíritos maus por oferecer-lhes alimentos, impedindo-os, assim, de prejudicar o noivo e a noiva. Além disso, o arroz tem uma relação mística, de longa data, com a fertilidade, a felicidade e a longevidade. Evidentemente, todos os que desejam permanecer no amor de Deus evitarão participar desses costumes contaminados pela religião falsa. — Leia 2 Coríntios 6:14-18.

18. Que princípios bíblicos devem orientar tanto o casal que está a fazer preparativos para o casamento como os convidados?

 ¹⁸ Os servos de Jeová também evitam práticas do mundo que possam tirar a dignidade cristã dos casamentos e das festas de casamento ou que possam ferir a consciência de algumas pessoas. Por exemplo, evitam discursar sobre os noivos diante dos convidados, usando expressões sarcásticas ou com conotação sexual, e fazer brincadeiras de mau gosto ou comentários que possam constranger os recém-casados e outros. (Provérbios 26:18, 19; Lucas 6:31; 10:27) Também evitam festas sumptuosas de contos de fadas que refletem não a modéstia, mas “a ostentação de posses”. (1 João 2:16) Caso esteja a fazer preparativos para o seu casamento, nunca se esqueça de que Jeová deseja que esse dia especial seja algo que lhe traga sempre boas lembranças, não tristeza. *

19, 20. O que diz uma fonte secular sobre a origem do brinde, e porque é que esse costume não é aceitável para os cristãos?

¹⁹ O brinde é um costume comum em casamentos e outros eventos sociais. O International Handbook on Alcohol and Culture (Manual Internacional de Bebidas Alcoólicas e Culturas), de 1995, diz: “Brindar [...] provavelmente é um vestígio não religioso das antigas libações sacrificiais nas quais um líquido sagrado era oferecido aos deuses [...] em troca de um pedido – uma oração sintetizada nas palavras ‘vida longa’ ou ‘saúde’.”

²⁰ Muitas pessoas talvez não vejam o brinde como um gesto religioso ou supersticioso. Ainda assim, o costume de erguer as taças pode ser encarado como um pedido ao “céu” – a uma força sobre-humana –, solicitando uma bênção de um modo que não se harmoniza com a Bíblia. — João 14:6; 16:23. *

21. Que celebrações populares é que os cristãos evitam, mesmo que não envolvam práticas religiosas, e porquê?

²¹ Refletindo os padrões cada vez mais baixos do mundo atual – uma tendência que Babilónia, a Grande, promove tanto direta como indiretamente –, alguns países patrocinam anualmente carnavais, ou seja, festas que dão destaque a danças sensuais e que, talvez, até glorifiquem os estilos de vida de gays e lésbicas. Seria apropriado que aqueles que amam a Jeová participassem ou estivessem presentes num evento desse tipo? Se fizessem isso, será que estariam realmente a refletir ódio pelo que é mau? (Salmo 1:1, 2; 97:10) É muito melhor imitar a atitude do salmista que orou: “Desvia os meus olhos daquilo que não tem valor.” — Salmo 119:37.

22. Quando é que um cristão pode decidir segundo a sua consciência se vai ou não participar de determinada celebração?

²² Quando há alguma celebração do mundo, um cristão deve ter cuidado para que a sua conduta não dê a outros a impressão de que está a participar dela. “Quer comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa”, escreveu Paulo, “façam todas as coisas para a glória de Deus”. (1 Coríntios 10:31; veja o quadro “ Como tomar boas decisões”.) Por outro lado, se é evidente que certo costume ou celebração não tem nenhum significado religioso, não faz parte de nenhuma observância política ou patriótica e não viola nenhum princípio bíblico, então, cada cristão decidirá pessoalmente se vai ou não participar. Entretanto, deve ter em conta os sentimentos dos outros para não os fazer tropeçar.

23, 24. Como podemos dar um bom testemunho sobre os padrões justos de Jeová?

²³ Muitos veem os dias de certas celebrações populares, principalmente, como uma oportunidade para estarem com familiares e amigos. Por isso, se alguém presumir, de modo  errado, que a nossa posição cristã é desamorosa e radical, podemos explicar, de forma bondosa, que as Testemunhas de Jeová gostam de reuniões saudáveis com a família e com os amigos. (Provérbios 11:25; Eclesiastes 3:12, 13; 2 Coríntios 9:7) Nós gostamos de estar com quem amamos durante todo o ano, mas, visto que amamos a Deus e os seus padrões justos, não queremos contaminar essas ocasiões alegres com costumes que lhe desagradam. — Veja o quadro “ A adoração verdadeira traz grande felicidade”.

²⁴ Algumas Testemunhas de Jeová têm tido bons resultados ao responderem a perguntas de pessoas sinceras sobre este assunto, mostrando-lhes pontos do capítulo 16 do livro O Que a Bíblia Realmente Ensina. * Lembre-se, porém, de que o nosso objetivo é atrair a pessoa à verdade, não provar quem tem razão. Por isso, seja respeitoso e brando; e ‘que as suas palavras sejam sempre agradáveis, temperadas com sal’. — Colossenses 4:6.

25, 26. Como é que os pais podem ajudar os filhos a desenvolver fé e amor por Jeová?

²⁵ Como servos de Jeová, recebemos muita instrução. Conhecemos a base das nossas crenças e sabemos por que motivo praticamos determinadas coisas e evitamos outras. (Hebreus 5:14) Portanto, pais, ensinem os vossos filhos a raciocinar à base de princípios bíblicos. Por fazerem isso, irão fortalecer a fé deles, ajudá-los a dar respostas baseadas na Bíblia aos que questionam as suas crenças e fazê-los confiar no amor de Jeová. — Isaías 48:17, 18; 1 Pedro 3:15.

²⁶ Todos os que adoram a Deus “com espírito e verdade” evitam celebrações não bíblicas, mas também se esforçam em ser honestos em todos os aspetos da vida. (João 4:23) Hoje, muitos acham que não é prático ser honesto. Mas, como veremos no próximo capítulo, o conceito de Deus é sempre o melhor.