1-3. (a) Que situações ilustram o argumento de duas das parábolas de Jesus? (b) A que perguntas precisamos responder?

 IMAGINE que uma alta autoridade lhe pedisse que a levasse de carro a um importante compromisso. Alguns minutos antes de sair para levá-la, porém, você descobre que seu carro não tem combustível suficiente para o trajeto. Você precisa correr para abastecê-lo. Enquanto isso, a autoridade chega e não o encontra. Visto que não pode esperar, ela pede a outra pessoa que a leve. Logo depois você chega e vê que a autoridade já partiu. Como você se sentiria?

² Imagine agora que você é a autoridade e que escolheu três homens capazes para cuidar de um assunto importante. Você explica a tarefa, e todos eles a aceitam de bom grado. Algum tempo depois, porém, você verifica que apenas dois deles a cumpriram. Além do mais, aquele que não a cumpriu procura se justificar. Na verdade, ele nem mesmo tentou. Como você se sentiria?

³ Nas suas parábolas das virgens e dos talentos, Jesus usou situações similares a essas para ilustrar por que no tempo do fim alguns cristãos ungidos seriam fiéis e discretos, mas outros não. a (Mat. 25:1-30) Ele reforçou seu argumento, dizendo: “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis nem o dia nem a hora” — isto é, quando Jesus efetivamente executaria o julgamento de Deus contra o mundo de Satanás. (Mat. 25:13) Podemos aplicar esse conselho hoje. Que benefício temos de nos manter vigilantes, como Jesus nos incentivou? Quem tem se mostrado pronto para a sobrevivência? E o que temos de fazer para nos manter vigilantes?

4. Por que ‘permanecer desperto’ não significa ficar olhando para o relógio?

⁴ Algumas atividades, como trabalhar numa fábrica, consultar um médico ou usar o transporte público exigem que respeitemos um horário. Em outras atividades, porém, como combater um incêndio ou prestar socorro depois de uma tragédia, ficar olhando para o relógio pode distrair a pessoa ou, pior ainda, ser perigoso. Nesses casos, é muito mais importante focalizar o trabalho em vez de se apegar a um horário. À medida que o fim deste sistema se aproxima, a obra de indicar as provisões de Jeová para a salvação nunca foi tão importante. Permanecer desperto como cristão não significa ficar olhando para o relógio. De fato, há pelo menos cinco benefícios de não sabermos o dia ou a hora em que o fim virá.

5. De que modo não sabermos o dia ou a hora do fim ajuda a revelar o que temos no coração?

⁵ Primeiro, por não sabermos quando virá o fim podemos revelar o que temos no coração. De fato, não sabermos o dia ou a hora nos dignifica, permitindo-nos usar o livre-arbítrio em mostrar lealdade a Jeová. Embora esperemos sobreviver ao fim deste sistema, nós servimos a Jeová por amor a ele, não apenas para ganhar a vida eterna. (Leia Salmo 37:4.) Temos prazer em fazer a vontade de Deus e sabemos que ele nos ensina porque deseja o nosso melhor. (Isa. 48:17) Não achamos que seus mandamentos sejam pesados. — 1 João 5:3.

6. Como Deus se sente quando o servimos por amor, e por quê?

⁶ Um segundo benefício de não sabermos o dia ou a hora é que podemos assim alegrar o coração de Jeová. Quando o servimos por amor — não por causa de uma data ou só por uma recompensa —, contribuímos para a resposta de Jeová às acusações infundadas de seu adversário, Satanás. (Jó 2:4, 5; leia Provérbios 27:11.) Cientes de toda a dor e tristeza que o Diabo tem causado, defendemos com alegria a soberania de Jeová e rejeitamos o mau governo de Satanás.

7. Por que você acha que é bom levar uma vida abnegada?

⁷ Terceiro, servirmos sem pensar numa data nos incentiva a levar uma vida abnegada. Alguns que não conhecem a Deus também acreditam que o mundo como está não pode durar mais muito tempo. Temendo alguma iminente tragédia, dizem: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.” (1 Cor. 15:32) Mas nós não tememos. Não nos isolamos para satisfazer nossos próprios desejos egoístas. (Pro. 18:1) Em vez disso, ‘negamos a nós mesmos’ e usamos generosamente nosso tempo, energia e outros recursos na divulgação das boas novas do Reino. (Leia Mateus 16:24.) Temos prazer em servir a Deus, em especial em ajudar outros a conhecê-lo.

8. Que exemplo bíblico mostra por que precisamos aumentar nossa confiança em Jeová e na sua Palavra?

⁸ Um quarto benefício de não sabermos o dia ou a hora é que isso nos ajuda a confiar mais em Jeová e a aplicar diligentemente a sua Palavra na nossa vida. Um destacado aspecto da natureza humana pecaminosa é a tendência de confiar em si mesmo. Paulo alertou os cristãos: “Quem pensa estar de pé, acautele-se para que não caia.” Vinte e três mil pessoas perderam o favor de Jeová quando Josué estava prestes a levar o povo de Deus para a Terra Prometida. “Estas coisas”, disse Paulo, “foram escritas como aviso para nós, para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas”. — 1 Cor. 10:8, 11, 12.

9. Como as adversidades podem nos refinar e nos achegar mais a Deus?

⁹ Um quinto benefício de não sabermos quando virá o fim é que desse modo podemos ser refinados pelas adversidades atuais. (Leia Salmo 119:71.) Os últimos dias deste sistema sem dúvida são “críticos, difíceis de manejar”. (2 Tim. 3:1-5) Visto que muitos no mundo de Satanás nos odeiam, talvez sejamos perseguidos por causa de nossa fé. (João 15:19; 16:2) Se humildemente buscarmos a orientação de Deus nessas provações, a nossa fé será refinada, ou purificada, como que por meio de fogo. Não desistimos. Em vez disso, nos achegaremos a Jeová mais do que poderíamos imaginar. — Tia. 1:2-4; 4:8.

10. Por que o tempo às vezes parece passar rapidamente?

¹⁰ A passagem do tempo é relativa. Quando estamos bem ocupados num assunto, em vez de ficar olhando para o relógio, parece que o tempo passa voando. Da mesma forma, se ficarmos bem atarefados no emocionante trabalho que Jeová nos confiou, é bem possível que esse dia e hora chegue mais rápido do que pensávamos. Nesse respeito, a maioria dos ungidos tem dado um excelente exemplo. Vamos relembrar brevemente o que aconteceu depois que Jesus se tornou Rei em 1914 e ver como alguns estavam preparados e outros não.

11. Por que depois de 1914 alguns ungidos concluíram que o Senhor estava demorando?

¹¹ Lembre-se das parábolas de Jesus a respeito das virgens e dos talentos. Se as virgens ou os escravos nessas parábolas soubessem quando o noivo ou o amo chegariam, não precisariam ficar vigilantes. Mas eles não sabiam; portanto, tinham de estar preparados. Embora os ungidos havia décadas achassem que 1914 seria um ano marcado, eles não entendiam bem o que aconteceria. Quando as coisas não aconteceram como esperavam, talvez lhes parecesse que o Noivo estivesse demorando. Certo irmão disse mais tarde: “Alguns de nós pensávamos seriamente que iríamos para o céu durante a primeira semana daquele mês de outubro [1914].”

12. Como os ungidos em geral se mostraram fiéis e discretos?

¹² Imagine como poderia ter sido desanimador esperar por um fim que não viesse! Além disso, os irmãos sofreram oposição relacionada com a Primeira Guerra Mundial. Instalou-se um período de relativa inatividade, comparável ao sono. Mas, em 1919, houve uma chamada para acordar! Jesus havia chegado ao templo espiritual de Deus, iniciando um período de inspeção. Alguns, porém, foram reprovados nessa inspeção, perdendo assim seu privilégio de continuar a cuidar dos ‘negócios’ do Rei. (Mat. 25:16) Como no caso das virgens tolas, era como se eles não tivessem reabastecido seu suprimento de óleo espiritual. E, assim como o escravo preguiçoso, eles não estavam dispostos a se abnegar pela causa do Reino. A maioria dos ungidos, porém, mostrou lealdade inabalável e forte desejo de servir ao Amo mesmo nos difíceis anos de guerra.

13. Qual era a atitude da classe-escravo depois de 1914, e qual é hoje?

¹³ Depois de 1914, A Sentinela (em inglês) fez este importante comentário: “Irmãos, os dentre nós que temos uma atitude correta para com Deus não estamos decepcionados com nenhuma de Suas providências. Não era nosso desejo que a nossa vontade fosse feita; portanto, quando descobrimos que o que estávamos esperando em outubro de 1914 era errado, ficamos contentes que o Senhor não mudou Seu Plano para nos agradar. Não queríamos que Ele fizesse isso. Meramente desejamos entender Seus planos e propósitos.” Essa humildade e devoção ainda caracteriza os ungidos do Senhor. Eles não afirmam ser inspirados, mas estão decididos a cuidar dos ‘negócios’ do Senhor na Terra. E hoje “uma grande multidão” de “outras ovelhas”, cristãos com esperança terrestre, imitam sua vigilância e zelo. — Rev. 7:9; João 10:16.

14. Como o apego ao canal que Deus usa para suprir alimento espiritual nos protege?

¹⁴ Assim como os cristãos ungidos, membros alertas da grande multidão também se apegam ao canal designado por Deus para fornecer alimento espiritual. Em resultado disso, é como se eles também reabastecessem seu suprimento de óleo espiritual que provém da Palavra de Deus e de seu espírito. (Leia Salmo 119:130; João 16:13.) Fortalecidos, eles também estão preparados para a volta de Cristo, ativos mesmo sob severa provação. Num campo de concentração nazista, por exemplo, de início os irmãos tinham apenas uma Bíblia. Eles oraram por mais alimento espiritual. Pouco depois, souberam que um irmão recentemente preso introduzira no campo alguns exemplares novos de A Sentinela, escondidos dentro de sua perna artificial de madeira. Entre os sobreviventes havia um irmão ungido chamado Ernst Wauer, que disse mais tarde: “Jeová nos ajudava de maneira maravilhosa a memorizar as ideias fortalecedoras dos artigos.” Daí acrescentou: “Hoje em dia é muito fácil conseguir alimento espiritual, mas será que sempre temos apreço por ele? Tenho certeza de que Jeová tem abundantes bênçãos em reserva para aqueles que confiam nele, que permanecem leais e que se alimentam à sua mesa.”

15, 16. Como foi recompensado o zelo de um casal pelo ministério cristão, e o que você pode aprender de casos assim?

¹⁵ As outras ovelhas também se mantêm ocupadas na obra do Amo, dando pleno apoio aos irmãos de Cristo. (Mat. 25:40) Diferentemente do escravo mau e preguiçoso da parábola de Jesus, elas estão dispostas a se abnegar e se esforçar em dar prioridade aos interesses do Reino. Por exemplo, quando Jon e Masako foram convidados para ajudar no campo de língua chinesa no Quênia, de início eles hesitaram. Mas, depois de considerar o assunto com oração, eles decidiram se mudar para lá.

¹⁶ Eles foram muito recompensados pelo seu esforço. “O ministério aqui é surpreendente”, disseram. Iniciaram sete estudos bíblicos. Muitas outras experiências maravilhosas se seguiram. Eles concluíram: “Agradecemos a Jeová todos os dias por nos permitir estar aqui.” Com certeza há muitos outros irmãos e irmãs cujas decisões refletem sua determinação de estar bem atarefados no serviço de Deus quando vier o fim, não importa quando venha. Pense nos milhares que se formaram na Escola de Gileade e entraram no serviço missionário. Que acha de ter uma ideia de como é esse serviço especial lendo o artigo “Fazemos o melhor que podemos!” em A Sentinela de 15 de outubro de 2001? Ao ler esse fascinante relato sobre um dia no serviço missionário, pense sobre como você pode aumentar seu serviço para o louvor de Deus e, como resultado, sua alegria.

17. De que modo tem sido uma bênção não saber o dia ou a hora do fim?

¹⁷ Obviamente, não sabermos o dia ou a hora em que este sistema acabará tem sido uma bênção para nós. Em vez de ficar frustrados ou desapontados, nós nos achegamos ainda mais a Jeová, nosso amoroso Pai, ao nos dedicarmos inteiramente a fazer a sua vontade. ‘Manter a mão no arado’ e evitar distrações tem resultado em muita alegria no serviço de nosso Amo. — Luc. 9:62.

18. Por que não queremos desistir de nossa fé?

¹⁸ Aproximamo-nos rapidamente do dia de julgamento divino. Nenhum de nós deseja desapontar a Jeová ou a Jesus. Eles nos concederam preciosos privilégios de serviço nestes últimos dias. Prezamos muito a confiança que eles têm em nós. — Leia 1 Timóteo 1:12.

19. Como podemos mostrar que estamos preparados para o dia de Jeová?

¹⁹ Quer a nossa esperança seja viver no céu, quer no Paraíso na Terra, estejamos decididos a permanecer fiéis à nossa designação divina de pregar e fazer discípulos. Ainda não sabemos o dia ou a hora em que virá o dia de Jeová, mas será que precisamos saber? Podemos e vamos nos manter preparados. (Mat. 24:36, 44) Temos certeza de que confiar plenamente em Jeová e dar prioridade ao seu Reino não nos desapontará. — Rom. 10:11.