‘Seu livramento está se aproximando’!
“Erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” — LUC. 21:28.
CÂNTICOS: 132, 43
1. Que coisas aconteceram em 66 EC? (Veja a gravura no início do artigo.)
IMAGINE que você é um cristão que vive em Jerusalém em 66 EC. Tem acontecido muita coisa ali. Primeiro, o procurador romano Floro confiscou 17 talentos dos cofres do tesouro do templo. Imediatamente, os judeus se rebelaram, matando os soldados romanos em Jerusalém e declarando independência de Roma. Mas a reação romana foi rápida. Em menos de três meses, apareceram 30 mil soldados, liderados por Céstio Galo, governador romano da Síria. Os soldados rapidamente invadiram os bairros dos arredores de Jerusalém, e os rebeldes judeus recuaram, buscando segurança dentro da muralha do templo. Daí, os soldados romanos começaram a derrubar essa muralha. Agora, a cidade inteira está tomada de pânico! Como você se sente diante de tudo isso?
2. O que os cristãos precisaram fazer em 66 EC, e como isso foi possível?
2 Nessa situação, você sem dúvida se lembra das palavras de Jesus registradas pelo evangelista Lucas: “Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos acampados, então sabei que se tem aproximado a desolação dela.” Depois desse alerta, Jesus deu a ordem: “Então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judeia, e retirem-se os que estiverem no meio dela, e não entrem nela os que estiverem nos campos.” (Luc. 21:20, 21) Mas você talvez se pergunte: ‘Como posso obedecer a essa ordem? Como posso sair de Jerusalém com tantos soldados cercando a cidade?’ De repente, acontece algo inacreditável. Bem diante dos seus olhos, os soldados romanos batem em retirada. Conforme predito, o ataque deles está sendo ‘abreviado’. (Mat. 24:22) Agora você tem a oportunidade de seguir a ordem de Jesus. Você imediatamente foge para as montanhas do outro lado do rio Jordão, junto com todos os outros cristãos fiéis na cidade e nas redondezas. * Então, em 70 EC, um novo exército romano se dirige a Jerusalém e destrói a cidade. Mas sua vida é poupada porque você obedeceu à ordem de Jesus.
3. Em breve, vamos nos deparar com que situação, e o que vamos considerar neste artigo?
3 Em breve, muito em breve, cada um de nós vai se deparar com uma situação similar. Jesus não só alertou os cristãos sobre a destruição de Jerusalém, mas também usou esses acontecimentos do primeiro século para mostrar o que ocorrerá quando a “grande tribulação” começar repentinamente. (Mat. 24:3, 21, 29) Assim como no passado, a boa notícia é que haverá sobreviventes: “uma grande multidão” sobreviverá a essa catástrofe mundial. (Leia Revelação 7:9, 13, 14.) O que a Bíblia diz sobre esses acontecimentos futuros? Devemos estar bem interessados na resposta, pois nossa salvação está em jogo. Vejamos então em detalhes como esses acontecimentos nos afetarão pessoalmente.
O INÍCIO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
4. O que marcará o início da grande tribulação, e como isso acontecerá?
4 Como a grande tribulação começará? Segundo o livro de Revelação, começará com a destruição de “Babilônia, a Grande”. (Rev. 17:5-7) É bem apropriada a comparação de todas as religiões falsas a uma prostituta. Os líderes religiosos têm se prostituído com os líderes deste mundo perverso. Em vez de apoiarem lealmente Jesus e seu Reino, eles dão apoio a governantes humanos e ignoram princípios divinos apenas para obter influência política. Vemos um nítido contraste entre eles e os ungidos de Deus, que são puros e comparáveis a virgens. (2 Cor. 11:2; Tia. 1:27; Rev. 14:4) Mas quem destruirá essa organização semelhante a uma prostituta? Jeová Deus colocará “o pensamento dele” no coração dos “dez chifres” da “fera cor de escarlate”. Esses chifres representam todos os poderes políticos atuais que apoiam a Organização das Nações Unidas, retratada pela “fera cor de escarlate”. — Leia Revelação 17:3, 16-18.
5, 6. Por que podemos concluir que a destruição de Babilônia, a Grande, não significará a morte de todas as pessoas religiosas?
5 Mas será que a destruição das religiões de Babilônia, a Grande, resultará na morte de todos os ex-membros dessas religiões? Aparentemente, não. O profeta Zacarias foi inspirado a escrever sobre esse tempo. Referindo-se a alguém que antes fazia parte da religião falsa, o relato diz: “Ele certamente dirá: ‘Não sou profeta. Sou homem que lavra o solo, porque foi um homem terreno que me adquiriu desde a minha mocidade.’ E terá de dizer-se-lhe: ‘Que feridas são essas na tua pessoa entre as tuas mãos?’ E ele terá de dizer: ‘São de eu ter sido golpeado na casa dos que me amavam intensamente.’” (Zac. 13:4-6) Assim, tudo indica que até mesmo alguns líderes religiosos abandonarão sua carreira e negarão já ter pertencido a essas religiões falsas.
6 O que acontecerá com o povo de Deus nesse tempo? Jesus explica: “De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” (Mat. 24:22) Como já considerado, em 66 EC a tribulação foi ‘abreviada’. Isso permitiu que os “escolhidos”, os cristãos ungidos, fugissem da cidade e das redondezas. De modo similar, a parte inicial da futura grande tribulação será ‘abreviada’ por causa dos “escolhidos”. Não se permitirá que os “dez chifres” políticos aniquilem o povo de Deus. Haverá um breve alívio.
UM PERÍODO DE PROVAÇÃO E JULGAMENTO
7, 8. Que oportunidade haverá após a destruição das religiões falsas, e como o povo fiel de Deus se destacará como diferente nessa época?
7 O que acontecerá depois da destruição das religiões falsas? Será a hora de revelarmos o que temos no coração. A maior parte da humanidade buscará proteção em organizações humanas, comparáveis às “rochas dos montes”. (Rev. 6:15-17) Por outro lado, o povo de Deus como que fugirá para o refúgio que Jeová dá. No primeiro século, o intervalo não foi ocasião para uma conversão em massa dos judeus para o cristianismo. Na verdade, os que já eram cristãos tinham de tomar ação e mostrar obediência. De modo similar, não podemos esperar que muitas pessoas se converterão durante a interrupção que haverá na grande tribulação. Em vez disso, será uma oportunidade para que todos os cristãos verdadeiros provem seu amor a Jeová e deem apoio aos irmãos de Cristo. — Mat. 25:34-40.
8 Embora não entendamos tudo que acontecerá durante esse período de provação, podemos esperar que ele envolva certa medida de sacrifício. No primeiro século, os cristãos tiveram de abandonar seus bens materiais e enfrentar dificuldades para sobreviver. (Mar. 13:15-18) Será que estaremos dispostos a sofrer perdas materiais para nos manter fiéis? Estaremos preparados para fazer o que for necessário para provar nossa lealdade a Jeová? Pense nisto: nessa época, seremos os únicos a seguir o exemplo do profeta Daniel por continuar adorando nosso Deus, não importa o que aconteça. — Dan. 6:10, 11.
9, 10. (a) Que mensagem o povo de Deus proclamará durante a grande tribulação? (b) Como os inimigos do povo de Deus reagirão?
9 Não será a hora para pregar as “boas novas do reino”. A hora para isso já terá passado. Terá chegado a hora de vir “o fim”. (Mat. 24:14) Sem dúvida, o povo de Deus proclamará uma forte mensagem de julgamento. Isso poderá muito bem envolver uma declaração anunciando que o mundo perverso de Satanás está para acabar. A Bíblia compara essa mensagem a pedras de saraiva, ou granizo, ao dizer: “Uma grande saraivada, cada pedra tendo aproximadamente o peso de um talento, caiu do céu sobre os homens, e os homens blasfemaram a Deus devido à praga da saraiva, porque a praga dela era extraordinariamente grande.” — Rev. 16:21.
10 Nada disso passará despercebido por nossos inimigos. Sob inspiração, o profeta Ezequiel explicou o que Gogue de Magogue, uma coalizão de nações, fará: “Assim disse o Soberano Senhor Jeová: ‘E naquele dia terá de acontecer que subirão coisas ao teu coração e certamente inventarás um ardil maligno; e terás de dizer: “Subirei contra a terra campestre. Chegarei aos que têm sossego, morando em segurança, todos eles habitando sem muralha, e eles não têm nem mesmo tranca e portas.” Será para ganhar muito despojo e fazer grande saque, a fim de fazer a tua mão voltar aos lugares devastados, novamente habitados, e a um povo reunido dentre as nações, que está acumulando riqueza e bens, morando no meio da terra.’” (Eze. 38:10-12) Em sentido espiritual, o povo de Deus se destacará do resto da humanidade, como se estivesse “no meio da terra”. As nações não vão tolerar isso. De fato, elas não pensarão duas vezes antes de atacar os ungidos de Jeová, bem como os companheiros deles.
11. (a) O que precisamos ter em mente sobre a ordem dos acontecimentos durante a grande tribulação? (b) Como as pessoas reagirão aos sinais que surgirão no céu?
11 Ao analisarmos o que acontecerá em seguida, precisamos ter em mente que a Palavra de Deus não revela a ordem exata dos acontecimentos. É bem provável que alguns deles coincidam. Jesus disse em sua profecia sobre o final do sistema de coisas: “Haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada; porque os poderes dos céus serão abalados. E então verão o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.” (Luc. 21:25-27; leia Marcos 13:24-26.) Será que o cumprimento dessa profecia incluirá sinais e acontecimentos assustadores no céu literal? Temos de esperar para ver. Mas, de qualquer forma, os sinais causarão terror e pânico nos inimigos de Deus.
12, 13. (a) O que acontecerá quando Jesus vier “com poder e grande glória”? (b) Como os servos de Deus reagirão nessa ocasião?
12 O que acontecerá quando Jesus vier “com poder e grande glória”? Será o tempo de recompensar os fiéis e punir os infiéis. (Mat. 24:46, 47, 50, 51; 25:19, 28-30) De acordo com Mateus, ao terminar a descrição do sinal composto, Jesus contou a parábola das ovelhas e dos cabritos, dizendo: “Quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os anjos, então se assentará no seu trono glorioso. E diante dele serão ajuntadas todas as nações, e ele separará uns dos outros assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à sua esquerda.” (Mat. 25:31-33) Que julgamento as ovelhas e os cabritos receberão? A parábola termina com as palavras: “Estes [os cabritos] partirão para o decepamento eterno, mas os justos, para a vida eterna.” — Mat. 25:46.
13 Qual será a reação dos cabritos quando perceberem que “o decepamento eterno” os aguarda? Eles “se baterão então em lamento”. (Mat. 24:30) Mas como os irmãos de Cristo e seus fiéis companheiros reagirão nessa ocasião? Eles mostrarão fé absoluta em Jeová Deus e em seu Filho, Jesus Cristo, por acatar a ordem de Jesus: “Quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” (Luc. 21:28) Sim, teremos uma atitude positiva e estaremos confiantes em nosso livramento.
BRILHANDO CLARAMENTE NO REINO
14, 15. Que ajuntamento ocorrerá após o início do ataque de Gogue de Magogue, e o que está envolvido nisso?
14 O que acontecerá depois que Gogue de Magogue começar o ataque contra o povo de Deus? O relato de Mateus e o de Marcos registram o mesmo acontecimento: “[O Filho do homem] enviará os anjos e ajuntará os seus escolhidos desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.” (Mar. 13:27; Mat. 24:31) Isso não se refere ao ajuntamento inicial de ungidos nem à selagem final dos ungidos ainda na Terra. (Mat. 13:37, 38) Essa selagem ocorre antes do início da grande tribulação. (Rev. 7:1-4) Então, o que é esse ajuntamento que Jesus mencionou? É a ocasião em que o restante dos 144 mil ungidos receberão sua recompensa celestial. (1 Tes. 4:15-17; Rev. 14:1) Isso acontecerá em algum ponto após o início do ataque de Gogue de Magogue. (Eze. 38:11) Daí, estas palavras de Jesus se cumprirão: “Naquele tempo, os justos brilharão tão claramente como o sol, no reino de seu Pai.” — Mat. 13:43. *
15 Será que isso significa que haverá um “arrebatamento” dos ungidos? Para muitos da cristandade, a palavra “arrebatamento” indica que os cristãos serão levados para o céu em corpos físicos. Eles acreditam que, depois disso, Jesus voltará de forma visível para governar a Terra. Mas a Bíblia mostra claramente que “o sinal do Filho do homem” aparecerá no céu e que Jesus virá “nas nuvens do céu”. (Mat. 24:30) Essas duas expressões indicam invisibilidade. Além disso, “carne e sangue não podem herdar o reino de Deus”. Então, aqueles que serão levados para o céu precisarão primeiro ser “mudados, num momento, num piscar de olhos, durante a última trombeta”. * (Leia 1 Coríntios 15:50-53.) Os ungidos fiéis que ainda estiverem na Terra serão reunidos num instante.
16, 17. Antes de o casamento do Cordeiro ser realizado no céu, o que precisa acontecer?
16 Quando todos os 144 mil estiverem no céu, os preparativos finais para o casamento do Cordeiro começarão. (Rev. 19:9) Mas algo precisa acontecer antes dessa ocasião alegre. Lembre-se de que, pouco antes de o restante dos 144 mil ser levado para o céu, Gogue atacará o povo de Deus. (Eze. 38:16) Que reação isso provocará? Na Terra, o povo de Deus parecerá desprotegido. Eles obedecerão às instruções dadas nos dias do Rei Jeosafá: “Não tereis de lutar neste caso. Tomai a vossa posição, ficai parados e vede a salvação da parte de Jeová a vosso favor. Ó Judá e Jerusalém, não tenhais medo nem fiqueis aterrorizados.” (2 Crô. 20:17) No céu, porém, haverá uma reação diferente. Referindo-se ao tempo em que todos os ungidos estiverem no céu, Revelação 17:14 diz o seguinte sobre os inimigos do povo de Deus: “Estes batalharão contra o Cordeiro, mas, porque ele é Senhor dos senhores e Rei dos reis, o Cordeiro os vencerá. Também o farão com ele os chamados, e escolhidos, e fiéis.” Junto com seus 144 mil corregentes no céu, Jesus salvará o povo de Deus aqui na Terra.
17 Isso resultará na guerra do Armagedom, que fará com que o santo nome de Jeová seja glorificado. (Rev. 16:16) Nessa ocasião, todas as pessoas semelhantes a cabritos “partirão para o decepamento eterno”. A Terra finalmente ficará livre de toda a maldade, e a grande multidão sobreviverá à parte final da grande tribulação. Com todos os preparativos finalizados, o casamento do Cordeiro, o ponto alto do livro de Revelação, poderá ser realizado. (Rev. 21:1-4) * Todos os que sobreviverem na Terra se alegrarão por ter o favor de Deus e receberão muitas provas do seu amor. Essa será uma grande festa de casamento! Com certeza, aguardamos essa ocasião com grande expectativa! — Leia 2 Pedro 3:13.
18. Em vista dos acontecimentos empolgantes que aguardamos, devemos estar decididos a fazer o quê?
18 Com esses acontecimentos empolgantes à frente, o que cada um de nós precisa fazer agora? O apóstolo Pedro escreveu sob inspiração: “Visto que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que sorte de pessoas deveis ser em atos santos de conduta e em ações de devoção piedosa, aguardando e tendo bem em mente a presença do dia de Jeová . . . Por isso, amados, visto que aguardais estas coisas, fazei o máximo para serdes finalmente achados por ele sem mancha nem mácula, e em paz.” (2 Ped. 3:11, 12, 14) Portanto, que estejamos decididos a nos manter espiritualmente puros, apoiando o Rei da Paz.
^ parágrafo 2 Veja A Sentinela de 15 de abril de 2012, páginas 25-26.
^ parágrafo 14 Veja A Sentinela de 15 de julho de 2013, páginas 13-14.
^ parágrafo 15 O corpo físico dos ungidos que estiverem vivos nessa ocasião não será levado para o céu. (1 Cor. 15:48, 49) Seus corpos provavelmente terão o mesmo fim que o corpo de Jesus.
^ parágrafo 17 O Salmo 45 dá uma indicação da ordem dos acontecimentos. Primeiro, o Rei trava a guerra; então o casamento acontece.
A SENTINELA (EDIÇÃO DE ESTUDO)