Génesis 41:1-57

  • José interpreta os sonhos do Faraó (1-36)

  • José é honrado pelo Faraó (37-46a)

  • José administra os alimentos (46b-57)

41  Ao fim de dois anos completos, o Faraó sonhou+ que estava de pé junto ao rio Nilo.  Ele viu sete vacas belas e gordas a subir do rio, e elas estavam a pastar nas ervas do Nilo.+  Depois destas, subiram do Nilo outras sete vacas, feias e magras, e ficaram ao lado das vacas gordas na margem do Nilo.  Então, as vacas feias e magras começaram a devorar as sete vacas belas e gordas. Nisto, o Faraó acordou.  Então, ele voltou a dormir e teve um segundo sonho. Numa única haste cresciam sete espigas de cereais, cheias e boas.+  Depois destas, cresceram sete espigas mirradas e ressequidas pelo vento leste.  E as espigas mirradas começaram a engolir as sete espigas cheias e boas. Nisto, o Faraó acordou e percebeu que tinha sido um sonho.  Mas, de manhã, o seu espírito ficou agitado, de modo que mandou chamar todos os sacerdotes-magos e todos os sábios do Egito. O Faraó relatou-lhes os sonhos, mas ninguém os conseguia interpretar ao Faraó.  Com isso, o chefe dos copeiros disse ao Faraó: “Hoje, confesso os meus pecados. 10  O Faraó estava indignado com os seus servos. Por isso, mandou prender-me na cadeia da casa do chefe da guarda, tanto a mim como ao chefe dos padeiros.+ 11  Depois disso, ambos tivemos sonhos na mesma noite. Tanto eu como ele tivemos um sonho, cada um com a sua própria interpretação.+ 12  Estava lá connosco um jovem hebreu, servo do chefe da guarda.+ Quando lhe relatámos os sonhos,+ ele interpretou-os e deu-nos o significado de cada sonho. 13  E aconteceu tudo exatamente como ele tinha interpretado: eu fui restituído ao meu cargo, mas o outro homem foi pendurado num madeiro.”+ 14  Então, o Faraó mandou chamar José,+ e trouxeram-no rapidamente da prisão.*+ Ele barbeou-se, trocou de roupa e apresentou-se ao Faraó. 15  O Faraó disse então a José: “Tive um sonho, mas não há quem o interprete. Ouvi dizer que tu podes ouvir um sonho e interpretá-lo.”+ 16  José respondeu ao Faraó: “Quem sou eu? É Deus quem falará sobre o bem-estar do Faraó.”+ 17  O Faraó disse a José: “No meu sonho, eu estava de pé na margem do rio Nilo. 18  E vi sete vacas belas e gordas a subir do Nilo, e começaram a pastar nas ervas do Nilo.+ 19  Depois destas, subiram outras sete vacas, desnutridas, com muito mau aspeto e magras. Nunca vi vacas com aspeto tão mau em toda a terra do Egito. 20  E as vacas magras e com mau aspeto começaram a devorar as primeiras sete vacas, as gordas. 21  Mas, depois de as terem comido, ninguém podia perceber que as tinham comido, visto que a sua aparência era tão má como no início. Nisto, acordei. 22  “Depois, vi no meu sonho que, numa única haste, cresciam sete espigas de cereais, cheias e boas.+ 23  Depois destas, cresceram sete espigas murchas, mirradas, ressequidas pelo vento leste. 24  E as espigas mirradas começaram a engolir as sete espigas boas. Contei isto aos sacerdotes-magos,+ mas ninguém foi capaz de me dar uma explicação.”+ 25  Então, José disse ao Faraó: “Os sonhos do Faraó têm apenas um significado. O verdadeiro Deus informou o Faraó acerca do que vai fazer.+ 26  As sete vacas boas são sete anos. Igualmente, as sete espigas boas são sete anos. Os sonhos têm apenas um significado. 27  As sete vacas magras e com mau aspeto, que subiram depois das outras, são sete anos; e as sete espigas vazias, ressequidas pelo vento leste, são sete anos de fome. 28  É como eu disse ao Faraó: o verdadeiro Deus fez o Faraó ver o que Ele vai fazer. 29  “Haverá sete anos de grande fartura em toda a terra do Egito. 30  Mas, após estes, certamente virão sete anos de fome, e toda a fartura na terra do Egito será certamente esquecida, e a fome consumirá o país.+ 31  E a fartura que houve antes no país já não será lembrada, por causa da fome que se seguirá, pois esta será muito severa. 32  O sonho foi dado duas vezes ao Faraó porque a questão está bem estabelecida pelo verdadeiro Deus, e o verdadeiro Deus irá realizá-la em breve. 33  “Portanto, que o Faraó procure agora um homem prudente e sábio, e que o encarregue da terra do Egito. 34  Que o Faraó tome ação e designe superintendentes no país, e recolha um quinto da produção do Egito durante os sete anos de fartura.+ 35  E que eles recolham todo o alimento produzido nesses anos bons que virão e, sob a autoridade do Faraó, façam reservas de cereais, que serão armazenados como mantimentos e guardados nas cidades.+ 36  Os alimentos deverão servir de suprimento para o país durante os sete anos de fome que haverá na terra do Egito, para que o país não seja arruinado pela fome.”+ 37  Esta proposta agradou ao Faraó e a todos os seus servos. 38  Assim, o Faraó disse aos seus servos: “Encontrar-se-á outro homem como este, em quem está o espírito de Deus?” 39  O Faraó disse então a José: “Visto que Deus te fez saber tudo isso, não há ninguém tão prudente e sábio como tu. 40  Tu mesmo ficarás encarregado da minha casa, e todo o meu povo te obedecerá sem reservas.+ Somente na posição de rei* serei maior do que tu.” 41  E o Faraó acrescentou a José: “Agora, encarrego-te de toda a terra do Egito.”+ 42  Então, o Faraó tirou o anel de sinete que usava na mão e pô-lo na mão de José, vestiu-o com roupas de linho fino e colocou-lhe um colar de ouro ao pescoço. 43  Além disso, fê-lo andar no seu segundo carro de honra, e clamavam à frente dele: “Avrékh!”* Assim, ele foi encarregado de toda a terra do Egito. 44  O Faraó ainda disse a José: “Eu sou o Faraó, mas, sem a tua autorização, ninguém poderá fazer absolutamente nada* em toda a terra do Egito.”+ 45  Depois, o Faraó deu a José o nome de Zafenate-Paneia e deu-lhe como esposa Asenate,+ filha de Potífera, sacerdote de Om.* E José passou a administrar a* terra do Egito.+ 46  José tinha 30 anos de idade+ quando compareceu perante o* Faraó, o rei do Egito. José retirou-se então da presença do Faraó e viajou por toda a terra do Egito. 47  E, durante os sete anos de fartura, a terra produzia abundantemente.* 48  José continuou a recolher todos os alimentos produzidos na terra do Egito nos sete anos de fartura, e fazia reservas de alimentos nas cidades. Em cada cidade, armazenava os alimentos produzidos nos campos que a rodeavam. 49  Continuava a armazenar cereais em quantidades muito grandes, como a areia do mar, até que, por fim, desistiram de os contar porque a sua quantidade era incalculável. 50  Antes de chegar o ano da fome, José tornou-se pai de dois filhos,+ que lhe foram dados por Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.* 51  José deu ao primogénito o nome de Manassés,*+ pois disse: “Deus fez-me esquecer todas as minhas desgraças e toda a casa do meu pai.” 52  E ao segundo deu o nome de Efraim,*+ pois disse: “Deus deu-me filhos na terra da minha aflição.”+ 53  Então, acabaram-se os sete anos de fartura na terra do Egito,+ 54  e começaram os sete anos de fome, assim como José tinha dito.+ Havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão.*+ 55  Por fim, toda a terra do Egito começou a passar fome, e o povo começou a clamar ao Faraó por pão.+ O Faraó disse então a todos os egípcios: “Vão ter com José e façam o que ele vos disser.”+ 56  A fome continuava em toda a superfície da terra.+ Então, José começou a abrir todos os armazéns de cereais que havia entre eles e a vender aos egípcios,+ visto que a fome se tinha apoderado da terra do Egito. 57  Além disso, pessoas de toda a terra vinham ao Egito para comprar a José, porque a fome se tinha apoderado de toda a terra.+

Notas

Lit.: “cisterna; cova”.
Ou: “Somente com respeito ao trono”.
Aparentemente, um termo que convocava outros para conferir honra e dignidade a alguém.
Lit.: “erguer a mão ou o pé”.
Isto é, Heliópolis.
Ou: “viajar pela”.
Ou: “quando entrou para o serviço do”.
Lit.: “de mãos cheias”.
Isto é, Heliópolis.
Que significa “aquele que torna esquecediço; aquele que faz esquecer”.
Que significa “duplamente fértil”.
Ou: “comida”.