Daniel 4:1-37

  • O rei Nabucodonosor reconhece o reinado de Deus (1-⁠3)

  • O rei sonha com uma árvore (4-18)

    • Sete tempos passarão sobre o toco da árvore (16)

    • Deus é Governante sobre a humanidade (17)

  • Daniel interpreta o sonho (19-27)

  • Cumprimento inicial no rei (28-36)

    • O rei perde a sanidade por sete tempos (32, 33)

  • O rei enaltece o Deus do céu (37)

4  “Do rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e línguas, que moram em toda a terra: Que seja grande a vossa paz!  Tenho a satisfação de declarar os sinais e as maravilhas que o Deus Altíssimo realizou para comigo.  Quão grandes são os seus sinais e quão poderosas são as suas maravilhas! O seu reino é um reino eterno, e o seu domínio é de geração após geração.+  “Eu, Nabucodonosor, estava tranquilo na minha casa, em prosperidade no meu palácio.  Tive um sonho que me deixou com medo. Enquanto estava deitado na minha cama, as imagens e visões que me passaram pela mente amedrontaram-me.+  Por isso, dei a ordem de que trouxessem à minha presença todos os sábios de Babilónia, para que me revelassem a interpretação do sonho.+  “Então, vieram os sacerdotes-magos, os adivinhos,* os caldeus* e os astrólogos.+ Quando lhes contei o sonho, não foram capazes de me revelar a sua interpretação.+  Por fim, veio à minha presença Daniel, que recebeu o nome de Beltessazar+ (conforme o nome do meu deus+) e em quem está o espírito dos deuses santos,+ e eu contei-lhe o sonho:  “‘Ó Beltessazar, chefe dos sacerdotes-magos,+ sei muito bem que o espírito dos deuses santos está em ti+ e que nenhum segredo é demasiado difícil para ti;+ por isso, explica-me as visões que vi no meu sonho e a sua interpretação. 10  “‘Nas visões que me passaram pela mente enquanto eu estava deitado na minha cama, vi uma árvore+ no meio da terra, e ela era extremamente alta.+ 11  A árvore cresceu e ficou forte, e o seu topo atingiu os céus; era visível até aos confins da terra. 12  A sua folhagem era bela, tinha frutos em abundância e havia nela alimento para todos. Debaixo dela, os animais selvagens procuravam sombra; nos seus ramos, moravam as aves dos céus; e todas as criaturas se alimentavam* dela. 13  “‘Na minha cama, enquanto eu observava as visões que me passavam pela mente, vi um vigilante, um santo, que descia dos céus.+ 14  Ele gritou com voz forte: “Derrubem a árvore,+ cortem-lhe os ramos, façam-lhe cair as folhas e espalhem os seus frutos! Que os animais fujam de debaixo dela; e as aves, dos seus ramos. 15  Mas deixem o toco com as raízes* na terra, com faixas de ferro e de cobre, no meio da relva do campo. Que seja molhado pelo orvalho dos céus, e que a sua porção seja partilhada com os animais, no meio da vegetação da terra.+ 16  Que o seu coração seja mudado para que deixe de ser um coração humano, e que lhe seja dado um coração de animal, e passem sobre ele sete tempos.+ 17  Isto é por decreto dos vigilantes+ e o pedido é declarado pelos santos, para que todos os que vivem saibam que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade+ e que ele o dá a quem quiser, e que, sobre ele, estabelece até mesmo o mais humilde dos homens.” 18  “‘Este foi o sonho que eu, o rei Nabucodonosor, tive. Agora, tu, ó Beltessazar, diz qual é a sua interpretação, visto que todos os outros sábios do meu reino são incapazes de me revelar a interpretação.+ Porém, tu podes fazê-lo, porque o espírito de deuses santos está em ti.’ 19  “Nesse momento, Daniel, que recebeu o nome de Beltessazar,+ ficou pasmado por um instante, e os seus pensamentos começaram a amedrontá-lo. “O rei disse: ‘Ó Beltessazar, não permitas que o sonho e a interpretação te amedrontem.’ “Beltessazar respondeu: ‘Ó meu senhor, que o sonho se aplique aos que o odeiam, e a sua interpretação aos seus inimigos. 20  “‘A árvore que viu, que cresceu e ficou forte, cujo topo atingiu os céus e era visível em toda a terra,+ 21  que tinha uma bela folhagem, frutos em abundância e alimento para todos, debaixo da qual moravam os animais selvagens e em cujos ramos residiam as aves dos céus,+ 22  é o senhor, ó rei, porque o senhor se tornou grande e ficou forte; a sua grandeza cresceu e atingiu os céus,+ e o seu domínio os confins da terra.+ 23  “‘E o rei viu um vigilante, um santo,+ que descia dos céus e dizia: “Derrubem a árvore e destruam-na, mas deixem o toco com as raízes* na terra, com faixas de ferro e de cobre, no meio da relva do campo. Que ele seja molhado pelo orvalho dos céus, e que permaneça entre os animais selvagens, até terem passado sobre ele sete tempos.”+ 24  Esta é a interpretação, ó rei; é o decreto do Altíssimo que atingirá o meu senhor, o rei. 25  O senhor será expulso do meio dos homens e a sua morada será com os animais selvagens; receberá vegetação para comer, como os touros, e será molhado pelo orvalho dos céus;+ e passarão sobre si sete tempos,+ até que reconheça que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser.+ 26  “‘No entanto, visto que mandaram deixar o toco da árvore com as raízes,*+ o seu reino ser-lhe-á restituído depois de o senhor reconhecer que são os céus que governam. 27  Portanto, ó rei, queira aceitar o meu conselho. Afaste-se dos seus pecados por fazer o que é correto, e da sua maldade por mostrar misericórdia aos pobres. Talvez, assim, a sua prosperidade se prolongue.’”+ 28  Tudo isto aconteceu com o rei Nabucodonosor. 29  Doze meses mais tarde, o rei estava a caminhar no terraço do palácio real de Babilónia. 30  Ele dizia: “Não é esta Babilónia, a grande, que eu próprio construí para a casa real, com a minha própria força e poder, e para a glória da minha majestade?” 31  Enquanto a palavra ainda estava na boca do rei, uma voz veio dos céus: “Esta mensagem é para ti, ó rei Nabucodonosor: ‘O reino afastou-se de ti,+ 32  e serás expulso do meio da humanidade. A tua morada será com os animais selvagens; receberás vegetação para comer, como os touros; e passarão sobre ti sete tempos, até que reconheças que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser.’”+ 33  Naquele instante, cumpriu-se a palavra em Nabucodonosor. Ele foi expulso do meio da humanidade e começou a comer vegetação como os touros. O seu corpo foi molhado pelo orvalho dos céus, até que o seu cabelo ficou comprido como penas de águia, e as suas unhas eram como garras de aves.+ 34  “No fim daquele período,+ eu, Nabucodonosor, olhei para o céu, e o meu entendimento retornou a mim. E eu louvei o Altíssimo; dei louvor e glória Àquele que vive para sempre, porque o seu domínio é um domínio eterno, e o seu reino é de geração após geração.+ 35  Todos os habitantes da terra são como nada diante dele, e ele age segundo a sua própria vontade em relação ao exército dos céus e aos habitantes da terra. Não há ninguém que o possa deter*+ ou dizer-lhe: ‘O que é que fizeste?’+ 36  “Naquela ocasião, voltou-me o entendimento, e recuperei a glória do meu reino, a minha majestade e o meu esplendor.+ Os meus altos funcionários e os meus nobres procuravam-me ansiosamente; fui restabelecido no meu reino, e foi-me dada uma grandeza ainda maior. 37  “Agora, eu, Nabucodonosor, louvo, enalteço e glorifico o Rei dos céus,+ porque todas as suas obras são verdade e os seus caminhos são justiça,+ e porque ele é capaz de humilhar os que andam com orgulho.”+

Notas

Ou: “encantadores”.
Isto é, uma seita de pessoas que se consideravam peritas em adivinhação e astrologia.
Lit.: “toda a carne se alimentava”.
Ou: “deixem o porta-enxerto”.
Ou: “deixem o porta-enxerto”.
Ou: “o porta-enxerto da árvore”.
Ou: “lhe possa deter a mão”.