Fui criado na região de Puerto Limón, uma cidade que fica no litoral leste da Costa Rica. Os meus pais tiveram oito filhos, e eu era o sétimo. Quando eu tinha 8 anos, o meu pai morreu. Depois disso, a minha mãe criou-nos sozinha.

Eu gosto de basebol desde criança. Quando estava no fim da adolescência, entrei numa equipa amadora. Depois, com 20 e poucos anos, um olheiro convidou-me para jogar numa equipa profissional da Nicarágua. Mas eu não aceitei. A minha mãe não estava bem de saúde, e eu não quis sair da Costa Rica. Passado algum tempo, outro olheiro convidou-me para jogar na seleção nacional da Costa Rica, formada pelos melhores jogadores de equipas amadoras. Dessa vez, aceitei a oferta. De 1949 a 1952, joguei na seleção. Participei numa série de jogos em Cuba, no México e na Nicarágua. Eu jogava numa posição importante – e muito bem, por sinal! Até cheguei a jogar uma sequência de 17 jogos sem falhar nenhuma vez. Eu gostava muito de ouvir o público a gritar o meu nome!

Infelizmente, eu levava uma vida muito imoral. Eu tinha uma namorada, mas andava sempre com outras mulheres. Também bebia muito. Uma vez, fiquei tão bêbado que, depois, nem me conseguia lembrar de como tinha chegado a casa. Além disso, eu gostava de apostar em jogos de dominó e na lotaria.

Nessa época, a minha mãe tornou-se Testemunha de Jeová. Ela tentou falar comigo sobre as crenças dela, mas eu não liguei nenhuma, porque só pensava no basebol. Quando eu treinava à hora do almoço, nem sentia fome! Só conseguia pensar no jogo. Eu amava o basebol mais do que tudo!

Aos 29 anos, sofri uma grave lesão ao tentar apanhar uma bola durante um jogo. Depois de me recuperar, parei de jogar profissionalmente. Mas continuei no mundo do basebol, a treinar jogadores numa equipa amadora perto de casa.

Em 1957, fui a um congresso das Testemunhas de Jeová num estádio onde eu já tinha jogado. Quando estava sentado, olhei à minha volta e fiquei impressionado com o comportamento respeitoso das Testemunhas de Jeová. Nem dava para comparar com a confusão das multidões nos jogos de basebol! O que eu vi naquele congresso convenceu-me a estudar a Bíblia e a assistir às reuniões no Salão do Reino.

Fiquei impressionado com muitas das coisas que eu aprendi da Bíblia. Por exemplo, Jesus tinha avisado que, nos últimos dias, os seus discípulos iam pregar as boas novas do Reino de Deus em todo o mundo. (Mateus 24:14) Também aprendi que os cristãos verdadeiros não pregam para ganhar dinheiro. Jesus disse: “Vocês receberam de graça; portanto, deem de graça.” — Mateus 10:8.

Durante o meu estudo, fiquei atento para ver se as Testemunhas de Jeová faziam as coisas que eu estava a aprender na Bíblia. Vi que elas se esforçam ao máximo para pregar as boas novas do Reino de Deus em todo o mundo. Isso deixou-me impressionado. Também vi que elas dão de si nessa obra, sem interesse financeiro, como Jesus disse que tinha de ser. Por isso, quando eu li em Marcos 10:21 o convite de Jesus, “vem ser meu seguidor”, quis tornar-me Testemunha de Jeová.

Mas levou algum tempo até eu mudar o meu comportamento. Por exemplo, durante muitos anos, eu apostava o meu “número da sorte” na lotaria todas as semanas. No entanto, aprendi na Bíblia que Deus condena pessoas que são gananciosas ou que adoram o “deus da boa sorte”. (Isaías 65:11; Colossenses 3:5) Por isso, decidi parar de fazer apostas. No primeiro domingo depois de ter parado de jogar na lotaria, o meu “número da sorte” ganhou! As pessoas riram-se de mim porque eu não tinha apostado naquela semana e começaram a fazer muita pressão para eu voltar a apostar. Mas eu aguentei. Nunca mais fiz nenhuma aposta.

Passei por outro teste à minha “nova personalidade” logo no dia em que me batizei, em 1958. (Efésios 4:24) Nessa noite, quando cheguei ao hotel depois do congresso, encontrei a minha ex-namorada à minha espera, à porta do meu quarto. De forma muito sedutora, ela disse-me: “Vem cá, Sam! Vamos divertir-nos!” Eu respondi imediatamente: “Não!” Lembrei-a de que, agora, eu estava a viver de acordo com a Bíblia. (1 Coríntios 6:18) Sem acreditar no que estava a ouvir, ela disse: “O quê?” A seguir, ela disse que era ridículo seguir o que a Bíblia diz sobre sexo e insistiu para que voltássemos a namorar. Mas eu simplesmente entrei no quarto e tranquei a porta. Hoje, sinto-me muito feliz por ter conseguido levar uma vida limpa todos estes anos.

Se eu fosse descrever os benefícios que tive por seguir a Bíblia, acho que daria para escrever um livro! Entre tantas coisas boas, tenho verdadeiros amigos, uma vida com objetivo e sou uma pessoa realmente feliz.

Ainda gosto de basebol, mas coloquei o desporto no devido lugar. Quando eu era jogador, ganhei fama e dinheiro, mas essas coisas não duraram muito. Já a minha amizade com Deus e com os irmãos vai durar para sempre. A Bíblia diz: “O mundo está a passar, assim como o seu desejo, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17) Hoje, eu amo a Jeová e o seu povo mais do que tudo!