1-2. Que decisão importante é que os judeus em Babilónia tiveram de tomar? (Esdras 1:2-4)

 O REI anunciou: os judeus, que estavam presos em Babilónia há cerca de 70 anos, podiam voltar para a sua terra, Israel. (Leia Esdras 1:2-4.) É claro que Jeová estava por detrás disso, porque Babilónia não costumava libertar os seus prisioneiros. (Isa. 14:4, 17) Mas Babilónia foi conquistada, e o seu novo governante permitiu que os judeus deixassem o país. Por isso, todos os judeus, especialmente os chefes de família, precisavam de tomar uma decisão – sair de Babilónia ou continuar ali. Não era uma decisão nada fácil. Porquê?

² Muitos judeus já eram idosos, por isso, essa viagem seria muito difícil para eles. E como a maioria dos judeus tinha nascido em Babilónia, aquele era o único lar que eles conheciam. Para eles, Israel era apenas a terra dos seus pais ou avós. Alguns judeus aparentemente tinham-se tornado ricos em Babilónia. Seria difícil deixarem para trás as suas casas confortáveis e os seus negócios e começarem do zero num lugar desconhecido.

3. Porque é que seria muito bom para os judeus fiéis voltarem para Israel?

³ Para os judeus fiéis, as bênçãos de voltar para Israel superavam qualquer sacrifício que talvez tivessem de fazer. A maior bênção de todas tinha a ver com a adoração a Jeová. Em Babilónia havia mais de 50 templos pagãos, mas não havia nenhum templo para os israelitas adorarem a Jeová. Eles também não tinham um altar nem sacerdotes organizados para oferecer os sacrifícios que a Lei mosaica exigia. Além disso, o povo de Jeová estava cercado por um grande número de pessoas que não respeitava as leis de Jeová. Por isso, milhares de judeus leais estavam desejosos de voltar para a sua terra e restaurar a adoração pura.

4. O que é que Jeová prometeu aos judeus que voltassem para Israel?

⁴ A viagem de Babilónia até Israel não era fácil e podia durar cerca de quatro meses. Mas Jeová prometeu eliminar qualquer coisa que pudesse impedir o seu povo de voltar. Isaías escreveu: “Preparem o caminho para Jeová! Façam no deserto uma estrada reta para o nosso Deus. [...] O terreno acidentado irá tornar-se plano; e o terreno irregular, uma planície.” (Isa. 40:3, 4) Imagine a cena: uma estrada reta no meio de um deserto, uma área plana entre as montanhas. Que bênção andar numa estrada assim! Seria muito mais fácil e rápido viajar por uma estrada reta do que ter de subir, descer ou contornar vales e montes.

5. Que nome recebeu a estrada descrita por Isaías?

⁵ Hoje, muitas estradas são identificadas com um nome ou um número. A estrada simbólica que Isaías descreveu também recebeu um nome. Isaías 35:8 diz: “Ali haverá uma estrada, sim, um caminho chamado Caminho de Santidade. O impuro não passará por ele.” Como é que essa promessa se cumpriu na época dos israelitas? E porque é importante para nós hoje?

6. Porque é que o “Caminho de Santidade” recebeu esse nome?

⁶ “Caminho de Santidade” – que nome bonito para uma estrada! Mas porque é que recebeu esse nome? Em Israel, não haveria lugar para “o impuro”, ou seja, para ninguém que praticasse imoralidade, idolatria ou outros pecados graves. Aqueles que saíssem de Babilónia iriam tornar-se “um povo santo” para Jeová. (Deut. 7:6) Mas é claro que, para agradar a Jeová, teriam de fazer algumas mudanças.

7. Que mudanças é que alguns judeus tinham de fazer? Dê um exemplo.

⁷ Como já vimos, a maioria dos judeus tinha nascido em Babilónia. Muitos, aparentemente, tinham-se habituado ao modo de pensar dos babilónios. Quase 70 anos depois de os primeiros judeus voltarem para Israel, Esdras descobriu que alguns se tinham casado com mulheres que não serviam a Jeová. (Êxo. 34:15, 16; Esd. 9:1, 2) Mais tarde, o governador Neemias ficou revoltado ao saber que as crianças que já tinham nascido em Israel nem sequer chegaram a aprender a língua dos judeus. (Deut. 6:6, 7; Nee. 13:23, 24) A maior parte da Palavra de Deus estava escrita em hebraico. Como é que essas crianças iam aprender a amar e a adorar a Jeová se não conseguissem entender hebraico? (Esd. 10:3, 44) Portanto, esses judeus tinham de fazer grandes mudanças na vida. Mas seria muito mais fácil fazer isso em Israel, onde a adoração pura estava a ser restaurada aos poucos. — Nee. 8:8, 9.

8. Porque devemos interessar-nos por coisas que aconteceram há tanto tempo? (Veja a imagem da capa.)

⁸ Alguns talvez pensem: ‘Isso é tudo muito interessante. Mas será que o que aconteceu aos judeus há tanto tempo tem alguma coisa a ver connosco?’ Sim, tem, porque, em certo sentido, nós estamos a andar no “Caminho de Santidade”. Não importa se somos ungidos ou das “outras ovelhas”, todos temos de continuar a andar nesse caminho. Isso vai ajudar-nos a continuar a adorar a Jeová agora e também no futuro, quando recebermos as bênçãos do Reino. b (João 10:16) Desde 1919, milhões de homens, mulheres e crianças têm saído de Babilónia, a Grande, ou seja, da religião falsa, e começado a viajar por essa estrada simbólica. Você provavelmente está entre essas pessoas. Foi nesse ano que essa estrada foi inaugurada, mas foi preciso fazer muito trabalho antes disso.

9. De acordo com Isaías 57:14, o que foi feito para preparar o “Caminho de Santidade”?

⁹ No passado, Jeová fez com que os obstáculos que havia no caminho dos judeus fossem removidos. (Leia Isaías 57:14.) Será que, nos nossos dias, Jeová fez algo parecido com o “Caminho de Santidade”? Sim. Centenas de anos antes de 1919, ele usou homens de fé para tornar possível que outros saíssem de Babilónia, a Grande. (Veja também Isaías 40:3.) Esses homens prepararam o caminho para que pessoas com um bom coração pudessem sair da religião falsa e adorar a Jeová com o seu povo. Mas como é que eles prepararam o caminho? Vamos ver alguns exemplos do que foi feito.

10-11. Como é que o trabalho de impressão e tradução da Bíblia ajudou as pessoas? (Veja também a imagem.)

¹⁰ Impressão. Até cerca de 1450, a Bíblia era copiada à mão, e isso levava muito tempo. Além disso, havia pouquíssimas cópias da Bíblia, e eram muito caras. Mas quando o processo de impressão com tipos móveis foi inventado, tornou-se mais fácil produzir e distribuir Bíblias.

¹¹ Tradução. Durante centenas de anos, a maioria das Bíblias estava disponível em latim. O problema é que apenas pessoas instruídas entendiam essa língua. Mas o trabalho de impressão intensificou-se. Então, pessoas que temiam a Deus esforçaram-se muito para traduzir a Bíblia em línguas faladas por pessoas comuns. Isso permitiu que as pessoas pudessem comparar o que aprendiam nas igrejas com o que a Bíblia realmente ensina.

12-13. Dê um exemplo de como estudantes cuidadosos da Bíblia mostraram que alguns ensinos religiosos eram falsos.

¹² Ferramentas para o estudo da Bíblia. As pessoas que liam e estudavam cuidadosamente a Palavra de Deus aprendiam muito. Para a tristeza dos líderes religiosos, essas pessoas costumavam partilhar com outros o que aprendiam. Por exemplo, por volta de 1835, homens que respeitavam a Palavra de Deus começaram a publicar panfletos que revelavam ensinos falsos das igrejas.

¹³ Nessa época, um homem que gostava de estudar a Bíblia chamado Henry Grew publicou um panfleto sobre o que acontece quando morremos. A maioria das igrejas ensinava que todas as pessoas nascem com uma alma imortal. Por meio de textos bíblicos, Henry Grew provou que isso era mentira e que a imortalidade era um presente dado por Deus. Em 1837, um ministro religioso chamado George Storrs encontrou uma cópia desse panfleto num comboio. Depois de ler o panfleto, ele ficou convencido de que tinha encontrado uma verdade muito importante. Então, decidiu partilhar o que tinha aprendido. Em 1842, fez uma série de palestras com um tema intrigante: “Uma questão – São os ímpios imortais?” As explicações dadas por George Storrs tiveram um efeito positivo sobre um jovem chamado Charles Taze Russell.

14. Como é que o irmão Russell e os seus colaboradores se beneficiaram de todo o trabalho de preparação do caminho que foi feito antes deles? (Veja também a imagem.)

¹⁴ Como é que o irmão Russell e aqueles que o ajudavam se beneficiaram de todo o trabalho de preparação do caminho feito antes deles? Nos seus estudos, eles consultaram ferramentas que já estavam disponíveis como dicionários, índices de termos bíblicos e várias traduções da Bíblia. As pesquisas da Bíblia feitas por homens como Henry Grew e George Storrs também os ajudaram. Além disso, o próprio irmão Russell e os seus colaboradores deram a sua contribuição para preparar o caminho. Eles produziram uma grande quantidade de livros e folhetos que falavam sobre temas bíblicos.

15. Que coisas importantes aconteceram em 1919?

¹⁵ Em 1919, Babilónia, a Grande, perdeu o poder que tinha sobre o povo de Deus. Nesse ano, o “escravo fiel e prudente” foi designado e pôde ajudar as pessoas a começar a andar no “Caminho de Santidade”. (Mat. 24:45-47) O trabalho feito para preparar o “Caminho de Santidade” ajudou aqueles que passaram a andar nele a aumentar o seu conhecimento sobre Jeová e os seus propósitos. (Pro. 4:18) Eles fizeram mudanças para viver de acordo com os princípios de Jeová. Mas Jeová não exigiu que o seu povo fizesse as mudanças necessárias de uma só vez. Isso aconteceu gradualmente. (Veja o quadro “ Jeová refina o seu povo aos poucos”.) No futuro, vai ser muito bom quando pudermos agradar a Jeová em tudo o que fizermos! — Col. 1:10.

16. Desde 1919, que manutenção tem sido feita no “Caminho de Santidade”? (Isaías 48:17; 60:17)

¹⁶ Todas as estradas precisam de manutenção para estarem em boas condições. Desde 1919, o “Caminho de Santidade” também tem passado por uma manutenção constante, e, por isso, muitos saíram de Babilónia, a Grande. Logo depois de ser designado, o escravo fiel e prudente começou a trabalhar e, em 1921, publicou uma ferramenta para ajudar as pessoas a estudar a Bíblia, chamada A Harpa de Deus. Foram feitas quase 6 milhões de cópias desse livro, em 36 línguas, e muitas pessoas aprenderam a verdade com a ajuda dele. Nos últimos anos, foi lançada uma nova publicação para dirigir estudos bíblicos, Seja Feliz Para Sempre!. Graças a Jeová e à sua organização, não tem faltado alimento espiritual durante estes últimos dias. Esse alimento tem-nos ajudado a continuar a andar no “Caminho de Santidade”. — Leia Isaías 48:17; 60:17.

17-18. Para onde nos leva o “Caminho de Santidade”?

¹⁷ Podemos dizer que, quando uma pessoa aceita estudar a Bíblia, começa a andar no “Caminho de Santidade”. Algumas fazem isso por pouco tempo e abandonam rapidamente o caminho. Outras estão decididas a continuar a andar nele até chegarem ao seu destino. Mas que destino é esse?

¹⁸ Para os que têm esperança celestial, o destino é o “paraíso de Deus” no céu. (Apo. 2:7) Já para os que têm esperança de viver na Terra, o destino é o fim do Reinado de Mil Anos de Cristo, quando todos nós seremos perfeitos. Se estiver a andar no “Caminho de Santidade” agora, não olhe para trás e não deixe esse caminho até chegar ao seu destino, o novo mundo! Desejamos-lhe uma “boa viagem”.