Génesis 37:1-36

  • Sonhos de José (1-11)

  • José e os seus irmãos ciumentos (12-24)

  • José é vendido como escravo (25-36)

37  Jacó continuou a morar na terra de Canaã, onde o seu pai tinha vivido como estrangeiro.+ 2  Esta é a história de Jacó. Quando o jovem José+ tinha 17 anos de idade, estava a cuidar das ovelhas+ com os filhos de Bila+ e os filhos de Zilpa,+ esposas do seu pai. E José trouxe um relato mau sobre eles ao seu pai. 3  Ora, Israel amava José, mais do que amava todos os outros filhos,+ porque era o filho da sua velhice; e mandou fazer-lhe uma túnica especial.* 4  Quando os seus irmãos viram que o seu pai o amava mais a ele do que a todos os seus irmãos, começaram a odiá-lo e não conseguiam falar pacificamente com ele. 5  Mais tarde, José teve um sonho e contou-o aos seus irmãos,+ e isso foi mais um motivo para o odiarem. 6  Disse-lhes: “Por favor, ouçam o sonho que tive. 7  Estávamos a amarrar feixes no meio do campo quando o meu feixe se levantou e ficou de pé, e os vossos feixes rodearam-no e curvaram-se diante do meu feixe.”+ 8  Os seus irmãos disseram-lhe: “Vais, realmente, fazer-te rei sobre nós e dominar-nos?”+ Assim, foi mais um motivo para o odiarem, por causa dos sonhos e do que disse. 9  Depois disso, ele teve mais um sonho e relatou-o aos seus irmãos: “Tive outro sonho. Desta vez, o sol, a lua e 11 estrelas curvavam-se diante de mim.”+ 10  Então, contou-o ao seu pai, assim como aos seus irmãos, e o seu pai repreendeu-o, dizendo: “O que significa esse sonho que tiveste? Será que eu, e também a tua mãe e os teus irmãos, realmente viremos a curvar-nos por terra diante de ti?” 11  E os seus irmãos ficaram com ciúmes dele,+ mas o seu pai guardou na mente a declaração. 12  Então, os seus irmãos foram levar as ovelhas do seu pai a pastar perto de Siquém.+ 13  Depois, Israel disse a José: “Não estão os teus irmãos a cuidar dos rebanhos perto de Siquém? Vem, vou enviar-te até eles.” Ele disse-lhe: “Estou pronto!” 14  Disse-lhe então: “Por favor, vai ver se os teus irmãos estão bem; vê como está o rebanho e traz-me notícias.” Com isso, enviou-o do vale* de Hébron,+ e ele seguiu para Siquém. 15  Mais tarde, um homem encontrou-o a vaguear por um campo. O homem perguntou-lhe: “O que procuras?” 16  Ele respondeu: “Estou à procura dos meus irmãos. Diga-me, por favor: Onde é que eles estão a cuidar dos rebanhos?” 17  O homem respondeu: “Eles partiram daqui, pois ouvi-os dizer: ‘Vamos a Dotã.’” Por conseguinte, José foi atrás dos seus irmãos e encontrou-os em Dotã. 18  Eles viram-no de longe e, antes que se aproximasse, começaram a conspirar contra ele para o matar. 19  Então, disseram uns aos outros: “Vejam! Lá vem aquele sonhador.+ 20  Agora é o momento! Vamos matá-lo e lançá-lo numa das cisternas, e diremos que um animal selvagem o devorou. Vejamos, então, o que será dos sonhos dele.” 21  Quando Rúben+ ouviu isso, tentou salvá-lo deles, dizendo: “Não lhe tiremos a vida.”*+ 22  Rúben disse-lhes: “Não derramem sangue.+ Lancem-no nesta cisterna, aqui no deserto, mas não lhe façam mal.”*+ O seu objetivo era salvá-lo deles, a fim de o devolver ao seu pai. 23  Então, assim que José chegou, os seus irmãos tiraram-lhe a túnica, a túnica especial que usava,+ 24  e agarraram-no e lançaram-no na cisterna. Naquela altura, a cisterna estava vazia; não tinha água. 25  Depois, sentaram-se para comer. Quando levantaram os olhos, viram uma caravana de ismaelitas+ que vinha de Gileade. Os seus camelos carregavam resina de ládano, bálsamo e casca resinosa de árvore,+ e eles estavam a descer para o Egito. 26  Judá disse então aos seus irmãos: “Que lucro haveria se matássemos o nosso irmão e encobríssemos o seu sangue?+ 27  Vamos vendê-lo+ aos ismaelitas, mas não lhe façamos mal. Afinal de contas, ele é nosso irmão, nossa carne.” Assim, eles escutaram o seu irmão. 28  E, quando os mercadores midianitas+ estavam a passar, os irmãos de José puxaram-no para fora da cisterna e venderam-no aos ismaelitas por 20 peças de prata.+ Estes homens levaram José para o Egito. 29  Mais tarde, quando Rúben voltou à cisterna e viu que José não estava na cisterna, rasgou as suas roupas. 30  Quando voltou aos seus irmãos, exclamou: “O menino desapareceu! E eu — o que é que vou fazer?” 31  Então, pegaram na túnica de José, mataram um bode e mergulharam a túnica no sangue. 32  Depois, mandaram a túnica especial ao seu pai com este recado: “Encontrámos isto. Examina, por favor, e vê se é ou não a túnica do teu filho.”+ 33  Ele examinou-a e exclamou: “É a túnica do meu filho! Um animal selvagem deve tê-lo devorado! José certamente foi dilacerado!” 34  Então, Jacó rasgou as suas roupas e pôs serapilheira* à volta da cintura, e guardou o luto durante muitos dias pelo seu filho. 35  Todos os seus filhos e todas as suas filhas tentavam consolá-lo, mas ele recusava-se a ser consolado e dizia: “Descerei à Sepultura*+ a chorar pelo meu filho!” E ele continuava a chorar pelo seu filho. 36  Entretanto, no Egito, os midianitas venderam José a Potifar, um oficial da corte do Faraó+ e chefe da guarda.+

Notas de rodapé

Ou: “uma bela veste longa”.
Ou: “da planície”.
Ou: “Não lhe golpeemos a alma.”
Ou: “não lhe ponham as mãos”.
Ou: “ao Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.