As Boas Novas Segundo Marcos 12:1-44

12  Então ele começou a lhes falar com ilustrações: “Um homem plantou um vinhedo,+ pôs uma cerca em volta dele, cavou um tanque como lagar de vinho e ergueu uma torre;+ então arrendou o vinhedo a lavradores e viajou para fora.+ 2  Na época devida, enviou um escravo aos lavradores para receber deles alguns dos frutos do vinhedo. 3  Mas eles o pegaram e espancaram, e o mandaram embora de mãos vazias. 4  Enviou-lhes outro escravo, e eles lhe bateram na cabeça e o humilharam.+ 5  Então enviou outro, e eles o mataram; e enviou muitos outros: a uns eles espancaram, a outros mataram. 6  Ele tinha mais um, um filho amado.+ Por fim o enviou a eles, dizendo: ‘Respeitarão o meu filho.’ 7  Mas aqueles lavradores disseram entre si: ‘Este é o herdeiro.+ Venham, vamos matá-lo, e a herança será nossa.’ 8  Assim, eles o pegaram, o mataram e o lançaram para fora do vinhedo.+ 9  O que fará o dono do vinhedo? Voltará e matará os lavradores, e dará o vinhedo a outros.+ 10  Vocês nunca leram esta passagem das Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram, essa se tornou a principal pedra angular.+ 11  Isso procede de Jeová e é maravilhoso aos nossos olhos’?”+ 12  Em vista disso, quiseram prendê-lo,* porque sabiam que ele havia contado a ilustração pensando neles. Mas tinham medo da multidão, de modo que o deixaram e foram embora.+ 13  A seguir, enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos partidários de Herodes, para apanhá-lo nas suas palavras.+ 14  Ao chegarem, eles lhe disseram: “Instrutor, sabemos que o senhor é verdadeiro e que não busca agradar a homens, pois não olha para a aparência das pessoas, mas ensina o caminho de Deus em harmonia com a verdade. É permitido* ou não pagar a César o imposto por cabeça? 15  Devemos pagar ou não devemos pagar?” Percebendo a hipocrisia deles, ele lhes disse: “Por que vocês me põem à prova? Tragam-me um denário para eu ver.” 16  Trouxeram-lhe um, e ele lhes perguntou: “De quem é esta imagem e inscrição?” Responderam-lhe: “De César.”+ 17  Jesus disse então: “Paguem a César o que é de César,+ mas a Deus o que é de Deus.”+ E ficaram maravilhados com ele. 18  Então os saduceus, que dizem não haver ressurreição,+ se aproximaram e lhe perguntaram:+ 19  “Instrutor, Moisés nos escreveu que, se alguém morre e deixa esposa, mas não deixa filhos, o irmão dele deve tomar a viúva em casamento para dar descendência ao seu irmão.+ 20  Havia sete irmãos. O primeiro tomou uma esposa, mas morreu sem deixar descendente. 21  E o segundo se casou com ela, mas morreu sem deixar descendente, e o mesmo aconteceu com o terceiro. 22  E nenhum dos sete deixou descendente. Por último, morreu também a mulher. 23  Na ressurreição, de qual deles ela será esposa? Pois os sete a tiveram como esposa.” 24  Jesus lhes disse: “Não é por isso que vocês estão enganados, porque não conhecem nem as Escrituras, nem o poder de Deus?+ 25  Pois, quando se levantam dentre os mortos, os homens não se casam, nem as mulheres são dadas em casamento, mas são como os anjos nos céus.+ 26  Quanto aos mortos serem levantados, vocês não leram no livro de Moisés, no relato sobre o espinheiro, que Deus lhe disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’?+ 27  Ele é Deus, não de mortos, mas de vivos. Vocês estão muito enganados.”+ 28  Um dos escribas, que havia se aproximado e ouvido a discussão, vendo que ele tinha lhes respondido bem, perguntou-lhe: “Qual mandamento é o primeiro* de todos?”+ 29  Jesus respondeu: “O primeiro é: ‘Ouve, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová. 30  Ame a Jeová, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua mente e de toda a sua força.’+ 31  O segundo é: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo.’+ Não há outro mandamento maior do que esses.” 32  O escriba lhe disse: “Instrutor, o senhor disse bem, em harmonia com a verdade: ‘Ele é um só, e não há outro além dele’;+ 33  e amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de toda a força, e amar o próximo como a si mesmo vale muito mais do que todas as ofertas queimadas e sacrifícios.”+ 34  Com isso, Jesus, percebendo que ele tinha respondido de modo inteligente, disse-lhe: “Você não está longe do Reino de Deus.” Mas ninguém teve coragem de lhe fazer mais perguntas.+ 35  No entanto, ao continuar ensinando no templo, Jesus disse: “Como é que os escribas dizem que o Cristo é filho de Davi?+ 36  O próprio Davi disse, pelo espírito santo:+ ‘Jeová disse ao meu Senhor: “Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés.”’+ 37  O próprio Davi o chama de Senhor, então como ele pode ser seu filho?”+ E a grande multidão o escutava com prazer. 38  E ele ensinava, dizendo: “Cuidado com os escribas, que querem andar de vestes compridas e querem cumprimentos nas praças públicas,+ 39  os primeiros assentos nas sinagogas e os lugares mais destacados nos banquetes.+ 40  Eles devoram as casas* das viúvas e, para impressionar,* fazem longas orações. Eles receberão um julgamento mais severo.”* 41  E ele se sentou, com os cofres do tesouro+ à vista, e começou a observar como a multidão punha dinheiro nos cofres do tesouro, e muitos ricos punham neles muitas moedas.+ 42  Chegou então uma viúva pobre e pôs neles duas pequenas moedas de pouquíssimo valor.+ 43  Ele chamou então os discípulos e lhes disse: “Digo-lhes a verdade: Esta viúva pobre pôs nos cofres do tesouro mais do que todos os outros.+ 44  Pois todos eles puseram do que lhes sobrava, mas ela, da sua carência,* pôs tudo que possuía, tudo que tinha para viver.”+

Notas de rodapé

Ou: “pegá-lo”.
Ou: “lícito; certo”.
Ou: “mais importante”.
Ou: “os bens”.
Ou: “e, como pretexto”.
Ou: “pesado”.
Ou: “pobreza”.

Notas de estudo

ilustrações: Veja a nota de estudo em Mt 13:3.

torre: Veja a nota de estudo em Mt 21:33.

arrendou: Veja a nota de estudo em Mt 21:33.

passagem das Escrituras: Aqui é usada a palavra grega grafé, no singular, para se referir a uma passagem específica, o Sal 118:22, 23.

principal pedra angular: Veja a nota de estudo em Mt 21:42.

Jeová: Esta é uma citação direta do Sal 118:22, 23. No texto hebraico original desse salmo, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja o Apêndice C.

partidários de Herodes: Veja o Glossário.

imposto por cabeça: Veja a nota de estudo em Mt 22:17.

César: Veja a nota de estudo em Mt 22:17.

denário: Essa moeda romana de prata tinha o nome de César inscrito, ou gravado, nela. Era o valor que os romanos cobravam dos judeus como “imposto por cabeça”. (Mr 12:14) Nos dias de Jesus, os trabalhadores rurais geralmente ganhavam um denário por um dia de trabalho (12 horas). As Escrituras Gregas Cristãs muitas vezes usam o denário como base para calcular outros valores em dinheiro. (Mt 20:2; Mr 6:37; 14:5; Ap 6:6) Em Israel, as pessoas usavam várias moedas de cobre e de prata no seu dia a dia. Moedas de prata produzidas em Tiro eram usadas para pagar o imposto do templo. Mas, para pagar os impostos que Roma cobrava, as pessoas pelo visto usavam o denário de prata que trazia a imagem de César. — Veja o Glossário e o Apêndice B14-B.

imagem e inscrição: Veja a nota de estudo em Mt 22:20.

Paguem: Veja a nota de estudo em Mt 22:21.

a César o que é de César: Esta resposta de Jesus, que também aparece nos relatos paralelos de Mt 22:21 e Lu 20:25, é a única ocasião registrada na Bíblia em que Jesus fez referência ao imperador romano. ‘Pagar a César o que é de César’ inclui pagar por serviços prestados pelo governo, mostrar respeito e obedecer às autoridades em tudo o que não contraria as leis de Deus. — Ro 13:​1-7.

a Deus o que é de Deus: Veja a nota de estudo em Mt 22:21.

saduceus: Esta é a única vez em que o Evangelho de Marcos menciona os saduceus. (Veja o Glossário.) Esse nome (em grego, Saddoukaíos) provavelmente vem do nome de Zadoque (que muitas vezes é escrito Saddoúk na Septuaginta). Zadoque recebeu o cargo de sumo sacerdote nos dias de Salomão, e seus descendentes pelo visto serviram como sacerdotes por centenas de anos. — 1Rs 2:​35.

ressurreição: A palavra grega usada aqui, anástasis, significa literalmente “levantar; ficar de pé”. Ela aparece umas 40 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs para se referir à ressurreição dos mortos. (Mt 22:23, 31; At 4:2; 24:15; 1Co 15:12, 13) Em Is 26:19, a Septuaginta usa um verbo derivado de anástasis para traduzir o verbo hebraico que significa “viver” na expressão: “Os seus mortos viverão.” — Veja o Glossário.

o segundo se casou com ela: Entre os antigos hebreus, se um homem morresse sem ter um filho do sexo masculino, esperava-se que o irmão do falecido se casasse com a viúva com o objetivo de continuar a linhagem do falecido. (Gên 38:8) Esse costume, que mais tarde passou a fazer parte da Lei mosaica, era conhecido como casamento de cunhado (ou levirato). (De 25:​5, 6) O fato de os saduceus dos dias de Jesus mencionarem o casamento de cunhado mostra que as pessoas ainda realizavam esse tipo de casamento naquela época. A Lei permitia que um homem se recusasse a realizar o casamento de cunhado, mas ao fazer isso ele mostrava que não queria “edificar a família de seu irmão”, o que era vergonhoso. — De 25:​7-​10; Ru 4:​7, 8.

as Escrituras: Veja a nota de estudo em Mt 22:29.

no livro de Moisés: Os saduceus achavam que apenas os livros escritos por Moisés (o Pentateuco) tinham sido inspirados por Deus. Eles não aceitavam o que Jesus ensinava sobre a ressurreição porque, pelo visto, pensavam que não havia nenhuma base no Pentateuco para esse ensino. Jesus poderia ter citado muitos textos das Escrituras Hebraicas, como Is 26:19, Da 12:13 e Os 13:14, para mostrar que os mortos seriam ressuscitados. Mas, como Jesus sabia quais livros da Bíblia os saduceus aceitavam, ele preferiu citar as palavras de Jeová para Moisés. — Êx 3:​2, 6.

que Deus lhe disse: Jesus menciona aqui uma conversa entre Jeová e Moisés que aconteceu por volta de 1514 a.C. (Êx 3:​2, 6) Naquela época, Abraão já tinha morrido fazia 329 anos; Isaque, fazia 224; e Jacó, fazia 197. Mesmo assim, Jeová não disse: ‘Eu era o Deus deles.’ Ele disse: ‘Eu sou o Deus deles.’ — Veja a nota de estudo em Mr 12:27.

mas de vivos: De acordo com o relato paralelo em Lu 20:38, Jesus fez também este comentário: “Pois, para ele [ou: “do ponto de vista dele”], todos eles vivem.” A Bíblia mostra que para Deus as pessoas que não o servem estão como que mortas, mesmo que ainda vivam. (Ef 2:1; 1Ti 5:6) Por outro lado, Deus tem tanta certeza de que vai cumprir seu objetivo de ressuscitar seus servos fiéis que, do seu ponto de vista, eles continuam vivos. — Ro 4:​16, 17.

Ouve, ó Israel: Esta citação de De 6:4, 5 é mais longa do que nos relatos paralelos de Mateus e Lucas, e inclui as palavras iniciais do versículo 4. Os judeus recitam as palavras de Núm 15:37-41 e De 6:4-9; 11:13-21 em sua profissão (declaração) de fé conhecida como Shema. O nome Shema vem da primeira palavra hebraica de De 6:4, shemáʽ, que significa “Escute!; Ouça!”.

Jeová, nosso Deus, é um só Jeová: Ou: “Jeová é o nosso Deus; Jeová é um”, ou “Jeová é o nosso Deus, existe apenas um Jeová”. Esta é uma citação de De 6:4, onde no texto hebraico a palavra para “um” pode indicar alguém que é sem igual, único. Jeová é o único Deus verdadeiro; nenhum deus falso se compara a ele. (2Sa 7:22; Sal 96:5; Is 2:18-20) No livro de Deuteronômio, Moisés lembrou aos israelitas que eles deviam adorar apenas a Jeová. As nações ao redor de Israel adoravam vários deuses e deusas. Elas acreditavam que alguns desses deuses falsos controlavam forças da natureza e que outros eram, na verdade, formas diferentes de um mesmo deus. Os israelitas não deviam ser como essas nações. A palavra hebraica para “um” também indica uma unidade, ou harmonia, nos objetivos e ações. Isso quer dizer que Jeová não muda nem é imprevisível. Ele é sempre fiel, leal, verdadeiro e constante. A conversa registrada em Mr 12:28-34 também aparece em Mt 22:34-40, mas apenas Marcos mostra que a resposta de Jesus começou com as palavras: “Ouve, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová.” Depois dessa declaração que mostra que Jeová não está dividido, Jesus citou o mandamento de amar a Deus. Isso mostra que o amor dos adoradores de Jeová por ele também não pode estar dividido, esse amor tem que ser completo.

Jeová . . . Jeová: Esta é uma citação direta de De 6:4. No texto hebraico original de Deuteronômio, as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH) aparecem duas vezes. — Veja o Apêndice C.

Jeová: Esta é uma citação direta de De 6:5. No texto hebraico original de Deuteronômio, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja o Apêndice C.

coração: Quando a Bíblia usa a palavra “coração” em sentido figurado, ela geralmente está se referindo a tudo o que uma pessoa é por dentro, incluindo seus pensamentos, sentimentos, atitudes e motivações. Mas, pelo visto, a palavra “coração” assume um sentido mais específico quando é mencionada junto com “alma” e “mente”, e representa principalmente os desejos e os sentimentos de uma pessoa. As quatro palavras usadas neste versículo (“coração”, “alma”, “mente” e “força”) não têm significados totalmente diferentes. Na verdade, elas se complementam. Juntas, elas destacam do modo mais forte possível que o amor a Jeová tem que ser completo. — Veja as notas de estudo em mente e força neste versículo.

alma: Veja a nota de estudo em Mt 22:37.

mente: Ou seja, a capacidade de pensar. A pessoa precisa usar sua capacidade mental para conhecer a Deus e desenvolver amor por ele. (Jo 17:3, nota de rodapé; Ro 12:1) Jesus estava citando De 6:5. O texto original hebraico usa três palavras que significam ‘coração, alma e força’. Mas o relato de Marcos em grego usa quatro palavras: coração, alma, mente e força. Essa diferença pode ter acontecido por vários motivos. Um deles é que talvez Marcos tenha acrescentado a palavra “mente” para transmitir melhor o sentido completo do texto hebraico. Não existia no hebraico antigo uma palavra específica para “mente”, mas o conceito de “mente” estava muitas vezes incluído na palavra hebraica “coração”. (De 29:4; Sal 26:2; 64:6; veja a nota de estudo em coração neste versículo.) Por esse motivo, a Septuaginta grega muitas vezes traduz a palavra hebraica para “coração” usando a palavra grega para “mente”. (Gên 8:21; 17:17; Pr 2:10; Is 14:13) Outra possibilidade é que Marcos tenha acrescentado a palavra grega para mente porque seu significado estivesse incluído na palavra hebraica para “força”, usada em Deuteronômio. (Compare De 6:5 com Mt 22:37, que usa “mente” em vez de “força”.) O cruzamento de ideias entre as palavras hebraicas e gregas pode ajudar a explicar por que o escriba respondeu a Jesus usando a palavra “entendimento”. (Mr 12:33) Também pode explicar por que os escritores dos Evangelhos não fizeram uma tradução palavra por palavra ao citar Deuteronômio. — Veja a nota de estudo em força neste versículo e as notas de estudo em Mt 22:37; Lu 10:27.

força: Conforme explicado na nota de estudo em mente, esta é uma citação de De 6:5. O texto original hebraico usa três palavras que significam ‘coração, alma e força’. A palavra hebraica traduzida como “força [ou: “força vital”, nota de rodapé]” pode se referir à força física e também à capacidade mental ou intelectual. Esse talvez seja um dos motivos de escritores dos Evangelhos terem incluído a ideia de “mente” ao citar De 6:5. Também pode explicar por que Mt 22:37 usa “mente”, mas não usa “força”. De qualquer forma, quando um escriba citou De 6:5, (conforme o relato de Lucas [10:27], escrito em grego) ele mencionou as quatro ideias: coração, alma, força e mente. Isso indica que, na época de Jesus, as pessoas entendiam que essas quatro ideias expressas em grego estavam incluídas nas três palavras hebraicas do texto citado.

O segundo: Depois de responder de forma direta à pergunta do escriba (Mr 12:29, 30), Jesus citou um segundo mandamento. (Le 19:18) Ele mostrou assim que esses “dois mandamentos” estão tão ligados que é impossível separá-los e que “toda a Lei e os Profetas” podem ser resumidos neles. — Mt 22:40.

próximo: Veja a nota de estudo em Mt 22:39.

ofertas queimadas: A palavra grega usada aqui é holokaútoma. Ela vem das palavras hólos, que significa “inteiro”, e kaío, “queimar”. Essa palavra só aparece três vezes nas Escrituras Gregas Cristãs: aqui e em He 10:​6, 8. A Septuaginta usa holokaútoma para traduzir uma palavra hebraica que se refere a ofertas que eram completamente queimadas, apresentadas por inteiro a Deus. A pessoa que fazia esse tipo de oferta não comia nenhuma parte dela. A Septuaginta usa a mesma palavra grega em 1Sa 15:22 e Os 6:6. Talvez o escriba tivesse esses textos em mente quando falou com Jesus. (Mr 12:32) Assim como a “oferta queimada” era apresentada por inteiro, Jesus se entregou por inteiro, completamente.

Jeová: Esta é uma citação direta do Sal 110:1. No texto hebraico original desse salmo, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja o Apêndice C.

praças públicas: Veja a nota de estudo em Mt 23:7.

primeiros assentos: Veja a nota de estudo em Mt 23:6.

cofres do tesouro: Antigas fontes judaicas dizem que o formato desses cofres lembrava uma trombeta, ou uma buzina de chifre, e pelo visto eles tinham uma pequena abertura no alto. As pessoas depositavam nesses cofres contribuições para diversos objetivos. A palavra grega usada aqui também pode ser traduzida como “local onde ficavam os cofres do tesouro”, como ocorre em Jo 8:20. Parece que esse local ficava na área do templo chamada de Pátio das Mulheres. (Veja a nota de estudo em Mt 27:6 e o Apêndice B11.) De acordo com escritos rabínicos, havia 13 cofres do tesouro ao longo dos muros do Pátio das Mulheres. Acredita-se que o templo também tinha uma grande sala do tesouro, onde se guardava o dinheiro trazido dos cofres.

dinheiro: Lit.: “cobre”, ou seja, dinheiro de cobre, ou moedas de cobre. A palavra grega também era usada de forma genérica para qualquer tipo de dinheiro. — Veja o Apêndice B14-B.

duas pequenas moedas: Lit.: “dois léptons”. A palavra grega leptón significa algo pequeno e fino. O lépton era uma moeda que valia bem pouco. Seriam necessários 128 léptons para completar um denário. Pelo visto, o lépton era a menor moeda de cobre ou bronze usada em Israel. — Veja o Glossário, “Lépton”, e o Apêndice B14-B.

de pouquíssimo valor: Lit.: “que é um quadrante”. A palavra grega kodrántes (que vem da palavra latina quadrans) se refere a uma moeda romana de cobre ou bronze que valia bem pouco. Seriam necessários 64 quadrantes para completar um denário. Marcos usa aqui uma moeda romana para explicar o valor das moedas que os judeus costumavam usar. — Veja o Apêndice B14-B.

Mídia

Lagar de vinho
Lagar de vinho

Em Israel, a colheita das uvas era feita em agosto ou setembro, dependendo do tipo de uva e do clima da região. Em seguida, era comum colocar as uvas num lagar, ou tanque, feito de pedra calcária ou escavado numa rocha. Os homens geralmente esmagavam as uvas com os pés descalços, cantando enquanto pisavam as uvas no lagar. — Is 16:10; Je 25:30; 48:33.

1. Uvas recém-colhidas

2. Lagar de vinho

3. Canal para escoar o vinho

4. Tanque de coleta inferior

5. Jarros de barro para vinho

Tibério César
Tibério César

Tibério nasceu em 42 a.C. Em 14 d.C, ele se tornou o segundo imperador de Roma. Tibério morreu em março de 37 d.C. Ele era o imperador (ou César) na época do ministério de Jesus. Assim, ele era o governante quando Jesus disse sobre a moeda do imposto: “Paguem a César o que é de César.” — Mr 12:14-17; Mt 22:17-21; Lu 20:22-25.

Praças
Praças

As praças eram áreas abertas usadas como locais de reuniões públicas e como mercados. Alguns mercados ficavam ao longo de uma rua, como mostrado aqui. Os vendedores costumavam colocar tantas mercadorias na rua que dificultavam a movimentação das pessoas. Os moradores podiam comprar alimentos frescos, itens para a casa, artigos de barro ou cerâmica e objetos caros feitos de vidro. Como na época não existiam refrigeradores, as pessoas precisavam ir ao mercado todos os dias para comprar alimentos. Ali elas ficavam sabendo de notícias trazidas pelos comerciantes ou por outras pessoas de fora. As crianças brincavam nesses lugares, e quem estava sem trabalho ficava ali esperando alguém que o contratasse. Nessas praças, Jesus curou doentes e Paulo pregou. (At 17:17) Os orgulhosos escribas e fariseus gostavam de chamar a atenção e de ser cumprimentados nessas áreas públicas.

Primeiros assentos na sinagoga
Primeiros assentos na sinagoga

Esta animação se baseia, em parte, nas ruínas de uma sinagoga do século 1 d.C. em Gamla, cidade localizada cerca de 10 quilômetros ao nordeste do mar da Galileia. Nenhuma sinagoga do século 1 d.C. permaneceu intacta até os dias de hoje. Assim, não é possível confirmar os detalhes com exatidão. Mas esta representação inclui alguns detalhes que provavelmente faziam parte de muitas sinagogas daquela época.

1. Os primeiros (ou melhores) assentos da sinagoga talvez ficassem na plataforma do orador ou perto dela.

2. A plataforma do orador, de onde as Escrituras eram lidas. O local da plataforma talvez variasse de uma sinagoga para outra.

3. Os assentos ao longo das paredes talvez fossem para pessoas de destaque na comunidade. Outras pessoas talvez se sentassem em esteiras no chão. Parece que a sinagoga em Gamla tinha quatro degraus de assentos ao longo das paredes.

4. Na parede do fundo, talvez ficasse a arca ou o armário onde eram guardados os rolos sagrados.

A organização dos lugares na sinagoga era um lembrete constante de que algumas pessoas eram consideradas mais importantes do que outras. Os discípulos de Jesus discutiram várias vezes sobre quem tinha mais destaque entre eles. — Mt 18:1-4; 20:20, 21; Mr 9:33, 34; Lu 9:46-48.

Lugares mais destacados nos banquetes
Lugares mais destacados nos banquetes

No século 1 d.C., as pessoas costumavam se recostar à mesa para comer. Elas apoiavam o cotovelo esquerdo em uma almofada e comiam com a mão direita. De acordo com o costume greco-romano, a sala de jantar geralmente tinha três divãs em volta de uma mesa baixa. Os romanos chamavam esse tipo de sala de jantar de triclinium. (Essa palavra latina vem de uma palavra grega que significa “sala com três divãs”.) Era comum três pessoas se recostarem em cada divã, o que dava um total de nove pessoas. Mas com o tempo começaram a ser usados divãs maiores para acomodar mais de três pessoas. Segundo a tradição, cada posição na sala de jantar tinha um nível de honra diferente. Um dos divãs era o menos honroso (A), um tinha um nível de honra intermediário (B) e um era o mais honroso (C). As posições em cada divã também tinham níveis diferentes de importância. Cada pessoa era considerada mais importante do que quem estava à sua direita e menos importante do que quem estava à sua esquerda. Num banquete formal, o anfitrião costumava se recostar no divã menos honroso, na primeira posição (1). Nesse caso, a posição mais importante de todas (2) ficava no divã do meio, à esquerda do anfitrião. Não se sabe exatamente até que ponto os judeus adotaram esse costume, mas parece que Jesus estava se referindo a ele quando ensinou a seus seguidores que eles precisavam ser humildes.

A viúva e os cofres do tesouro
A viúva e os cofres do tesouro

De acordo com escritos rabínicos, o templo construído por Herodes tinha 13 “cofres do tesouro”, chamados de “cofres chofar”. A palavra hebraica shohfár significa “chifre de carneiro”. Isso talvez indique que os cofres tinham um formato que, pelo menos em parte, lembrava uma trombeta ou uma buzina de chifre. Quando Jesus condenou as pessoas que ‘tocavam a trombeta’ ao dar algo a um pobre, seus ouvintes talvez tenham se lembrado do barulho das moedas sendo colocadas nesses cofres com formato de trombeta. (Mt 6:2) As duas pequenas moedas da viúva não devem ter feito muito barulho no cofre, mas Jesus mostrou que Jeová dava grande valor à viúva e à contribuição dela.