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Jeová Deus está em seu santo templo

Jeová Deus está em seu santo templo

Capítulo Oito

Jeová Deus está em seu santo templo

Isaías 6:1-13

1, 2. (a) Quando foi que o profeta Isaías teve a visão do templo? (b) Por que o Rei Uzias perdeu o favor de Jeová?

“NO ANO em que morreu o Rei Uzias, eu, no entanto, cheguei a ver Jeová sentado num trono enaltecido e elevado, e as orlas da sua veste enchiam o templo.” (Isaías 6:1) Com essas palavras do profeta, começa o sexto capítulo do livro de Isaías. Era o ano 778 AEC.

2 Os 52 anos de Uzias como rei de Judá foram, na maior parte, um grande sucesso. Por ‘fazer o que era direito aos olhos de Jeová’, ele tinha o apoio de Deus nos seus empreendimentos militares, de construção e agrícolas. Mas o seu sucesso veio a ser também o seu fracasso. Por fim, seu coração tornou-se altivo, “de modo que agiu de maneira infiel contra Jeová, seu Deus, e entrou no templo de Jeová para queimar incenso”. Por causa desse ato presunçoso e de sua fúria contra os sacerdotes que o censuraram, Uzias morreu leproso. (2 Crônicas 26:3-22) Foi por volta dessa época que Isaías começou a sua atividade profética.

3. (a) Será que Isaías realmente viu Jeová? Explique. (b) Que cenário viu Isaías, e por que motivo?

3 Não somos informados sobre onde Isaías estava quando teve a visão. Mas o que ele viu com seus olhos físicos obviamente era uma visão, não o próprio Todo-Poderoso, pois “nenhum homem jamais viu a Deus”. (João 1:18; Êxodo 33:20) Mesmo assim, ver o Criador, Jeová, mesmo em visão, é uma vista atemorizante. Sentado num trono enaltecido, que simboliza seu papel como Rei e Juiz eterno, via-se o Governante Universal e Fonte de todo governo legítimo! As orlas de suas longas e amplas vestes enchiam o templo. Isaías estava sendo convocado para um serviço profético que magnificaria os soberanos poder e justiça de Jeová. Em preparação para isso, seria dada a ele uma visão da santidade de Deus.

4. (a) Por que as descrições de Jeová observadas em visão e registradas na Bíblia só podem ser simbólicas? (b) O que nos diz a respeito de Jeová a visão de Isaías?

4 Isaías não descreveu a aparência de Jeová na sua visão — diferentemente das visões relatadas por Ezequiel, Daniel e João. E todos esses relatos variam quanto ao que se viu no céu. (Ezequiel 1:26-28; Daniel 7:9, 10; Revelação [Apocalipse] 4:2, 3) No entanto, é preciso ter em mente a natureza e o objetivo dessas visões. Não são descrições literais da presença de Jeová. O olho físico não consegue ver o que é espiritual, nem pode a limitada mente humana entender o domínio espiritual. Assim, as visões apresentam em termos humanos as informações a ser transmitidas. (Note Revelação 1:1.) Na visão de Isaías não há necessidade de uma descrição da aparência de Deus. A visão mostrou a Isaías que Jeová estava em seu santo templo, que Ele é santo e que Seus julgamentos são puros.

Os serafins

5. (a) Quem são os serafins, e o que significa esse termo? (b) Por que os serafins cobriam as faces e os pés?

5 Ouça! Isaías continua: “Acima dele havia serafins de pé. Cada um tinha seis asas. Com duas cobria sua face, e com duas cobria seus pés, e com duas voava.” (Isaías 6:2) O capítulo 6 de Isaías é o único lugar na Bíblia que menciona serafins. Obviamente, trata-se de altamente privilegiadas e honradas criaturas angélicas a serviço de Jeová, posicionadas em torno de Seu trono celestial. Diferentemente do orgulhoso Rei Uzias, elas ocupavam sua posição com toda humildade e modéstia. Por estarem na presença do Soberano celestial, cobriam as faces com um par de asas e, com reverência para com o local santo, cobriam os pés com outro par de asas. Perto do Soberano Universal, os serafins demonstravam grande despretensão para não desviarem a atenção da glória pessoal de Deus. O termo “serafins”, que significa “ardentes” ou “abrasadores”, sugere que irradiavam resplendor; no entanto, escondiam suas faces do brilho e da glória maiores de Jeová.

6. Qual era a posição dos serafins em relação a Jeová?

6 Os serafins usavam seu terceiro par de asas para voar e, sem dúvida, para pairar, ou ficar “de pé”, nas suas posições. (Note Deuteronômio 31:15.) Quanto à posição deles, o professor Franz Delitzsch comenta: “Os serafins não estariam, deveras, sobre a cabeça Daquele que estava sentado no trono, mas adejavam sobre o manto que pertencia Àquele, manto este que enchia o salão.” (Commentary on the Old Testament) Isso parece razoável. Eles estavam ‘em pé acima’, não como superiores a Jeová, mas a Seu serviço, obedientes e prontos para servir.

7. (a) Qual é a atribuição dos serafins? (b) Por que os serafins repetem três vezes que Deus é santo?

7 Ouça, agora, esses privilegiados serafins! “Este clamou para aquele e disse: ‘Santo, santo, santo é Jeová dos exércitos. A plenitude de toda a terra é sua glória.’” (Isaías 6:3) A atribuição deles é cuidar que a santidade de Jeová seja declarada e que Sua glória seja reconhecida por todo o Universo, do qual a Terra é parte. Vê-se a glória de Jeová em tudo o que ele criou e ela será em breve discernida por todos os habitantes da Terra. (Números 14:21; Salmo 19:1-3; Habacuque 2:14) A tripla repetição de “santo” não é evidência de uma Trindade. É na verdade uma ênfase tripla da santidade de Deus. (Note Revelação 4:8.) Jeová é santo em grau superlativo.

8. O que resultou das declarações dos serafins?

8 Embora o número de serafins não seja mencionado, talvez houvesse grupos de serafins posicionados perto do trono. Melodiosamente, eles repetiam um após outro a declaração da santidade e glória de Deus. Que resultado notamos? Ouça de novo, à medida que Isaías continua: “Os pivôs dos limiares começaram a estremecer diante da voz daquele que clamava, e a própria casa encheu-se gradualmente de fumaça.” (Isaías 6:4) Na Bíblia, fumaça ou nuvem muitas vezes são uma evidência visível da presença de Deus. (Êxodo 19:18; 40:34, 35; 1 Reis 8:10, 11; Revelação 15:5-8) Denota uma glória à qual nós, criaturas humanas, não podemos nos aproximar.

Indigno, porém purificado

9. (a) Como Isaías foi afetado pela visão? (b) Que contraste evidente havia entre Isaías e o Rei Uzias?

9 Essa visão do trono de Jeová afetou profundamente a Isaías. Ele registra: “Eu passei a dizer: ‘Ai de mim! Pois, a bem dizer, fui silenciado, porque sou homem de lábios impuros e moro no meio de um povo de lábios impuros; pois os meus olhos viram o próprio Rei, Jeová dos exércitos!’” (Isaías 6:5) Que nítido contraste entre Isaías e o Rei Uzias! Uzias usurpou o cargo do sacerdócio ungido e, irreverentemente, invadiu o compartimento Santo do templo. Embora Uzias visse os candelabros de ouro, o altar de ouro para incenso e as mesas do “pão da Presença”, ele não viu a face de aprovação de Jeová nem recebeu dele qualquer missão especial. (1 Reis 7:48-50; nota, NM com Referências) O profeta Isaías, por sua vez, não descartou o sacerdócio nem invadiu uma área proibida no templo. No entanto, ele teve uma visão de Jeová em seu santo templo e foi honrado com uma missão direta da parte de Deus. Ao passo que os serafins não ousavam contemplar o entronizado Senhor do templo, a Isaías se permitiu, em visão, contemplar “o próprio Rei, Jeová dos exércitos!”.

10. Por que Isaías sentiu medo ao ter a visão?

10 O contraste que Isaías viu entre a santidade de Deus e a sua própria pecaminosidade fez com que ele se sentisse muito impuro. Amedrontado, achava que iria morrer. (Êxodo 33:20) Ele ouviu os serafins louvarem a Deus com lábios puros, mas os seus próprios lábios eram impuros e estavam ainda mais maculados pela impureza dos lábios do povo com o qual convivia e cuja linguagem ouvia. Jeová é santo, e seus servos têm de refletir essa qualidade. (1 Pedro 1:15, 16) Embora já tivesse sido escolhido como porta-voz de Deus, Isaías de repente se deu conta da sua condição pecaminosa e falta de lábios puros, próprios para um porta-voz do glorioso e santo Rei. Qual seria a resposta celestial?

11. (a) O que fez um dos serafins, e o que esse gesto simboliza? (b) Como pode a reflexão sobre o que o serafim disse a Isaías nos ajudar quando nos sentimos indignos quais servos de Deus?

11 Em vez de expulsar o humilde Isaías da presença de Jeová, os serafins passaram a ajudá-lo. O registro diz: “Em vista disso voou para mim um dos serafins, e na sua mão havia uma brasa viva que ele tirara do altar com uma tenaz. E ele passou a tocar-me a boca e a dizer: ‘Eis que isto tocou os teus lábios, e teu erro sumiu e o próprio pecado teu está expiado.’” (Isaías 6:6, 7) Simbolicamente falando, o fogo tem capacidade purificadora. Por tocar os lábios de Isaías com a brasa viva do fogo santo do altar, o serafim garantiu a Isaías a expiação de seus pecados a ponto de habilitá-lo a receber o favor e uma missão da parte de Deus. Como isso nos anima! Nós também somos pecadores e indignos de nos aproximar de Deus. Mas fomos redimidos pelo mérito do sacrifício de resgate de Jesus e podemos receber o favor de Deus e nos dirigir a ele em oração. — 2 Coríntios 5:18, 21; 1 João 4:10.

12. Que altar viu Isaías, e qual foi o efeito do fogo?

12 A menção de “altar” nos relembra de que se tratava de uma visão. (Note Revelação 8:3; 9:13.) Havia dois altares no templo em Jerusalém. Logo na frente da cortina do Santíssimo ficava o pequeno altar do incenso e, em frente da entrada do santuário, o grande altar de sacrifícios, onde o fogo era mantido sempre aceso. (Levítico 6:12, 13; 16:12, 13) Mas esses altares terrestres eram simbólicos, representativos de coisas maiores. (Hebreus 8:5; 9:23; 10:5-10) Na inauguração do templo pelo Rei Salomão, o que consumiu a oferta queimada sobre o altar foi fogo do céu. (2 Crônicas 7:1-3) Mas foi fogo do verdadeiro altar, celestial, que removeu a impureza dos lábios de Isaías.

13. Que pergunta fez Jeová, e a quem incluiu ao dizer “nós”?

13 Ouçamos, junto com Isaías. “Comecei a ouvir a voz de Jeová, dizendo: ‘A quem enviarei e quem irá por nós?’ E eu passei a dizer: ‘Eis-me aqui! Envia-me.’” (Isaías 6:8) A pergunta de Jeová visava claramente extrair uma resposta de Isaías, pois nenhum outro profeta humano aparece na visão. Era um inequívoco convite para Isaías ser mensageiro de Jeová. Mas por que Jeová perguntou “quem irá por nós?” Por mudar do pronome pessoal singular “eu” para o plural “nós”, Jeová incluiu pelo menos mais uma pessoa além de si mesmo. Quem? Não seria seu Filho unigênito, que mais tarde se tornou o homem Jesus Cristo? De fato, foi o mesmo Filho a quem Deus dissera: “Façamos o homem à nossa imagem.” (Gênesis 1:26; Provérbios 8:30, 31) Sim, o Filho unigênito de Jeová estava ao Seu lado nas cortes celestiais. — João 1:14.

14. Como Isaías respondeu ao convite de Jeová, e que exemplo nos deu?

14 Isaías não hesitou em responder! Independentemente de qual poderia ser a mensagem, ele disse logo: “Eis-me aqui! Envia-me.” Tampouco perguntou o que ganharia por aceitar a missão. Seu espírito disposto é um ótimo exemplo para todos os atuais servos de Deus, que têm a incumbência de pregar ‘as boas novas do Reino em toda a Terra habitada’. (Mateus 24:14) Como Isaías, eles se apegam fielmente à sua missão e dão “testemunho a todas as nações” apesar da ampla falta de receptividade. E vão em frente com confiança, como Isaías, sabendo que sua incumbência vem da mais alta fonte.

A missão de Isaías

15, 16. (a) O que Isaías teria de dizer a “este povo”, e como reagiriam as pessoas? (b) Seria a reação do povo devida a alguma falha de Isaías? Explique.

15 A seguir, Jeová delineia o que Isaías teria de dizer e qual seria a reação: “Vai, e tens de dizer a este povo: ‘Ouvi vez após vez, mas não entendais; e vede vez após vez, mas não obtenhais conhecimento.’ Torna embotado o coração deste povo e torna insensíveis os próprios ouvidos deles, e gruda os próprios olhos deles, para que não vejam com os seus olhos e não ouçam com os seus ouvidos, e para que seu próprio coração não entenda, e para que realmente não recuem e obtenham para si a cura.” (Isaías 6:9, 10) Significa isso que Isaías devia falar com rudeza e sem tato, repelir os judeus e mantê-los num estado de hostilidade com Jeová? Absolutamente não! Tratava-se do próprio povo de Isaías, com o qual ele tinha afinidade. Mas as palavras de Jeová indicam qual seria a reação do povo à Sua mensagem, por mais fiel que Isaías fosse no cumprimento de sua tarefa.

16 A falha era do povo. Isaías falaria com eles “vez após vez”, mas eles não aceitariam a mensagem nem obteriam entendimento. A maioria ficaria obstinada e não receptiva, como se estivesse totalmente cega e surda. Por falar-lhes repetidamente, Isaías permitiria que “este povo” mostrasse que não desejava entender. Provariam que estavam fechando as mentes e os corações à mensagem de Isaías — a mensagem de Deus — para eles. Exatamente como fazem as pessoas hoje. Quantas se recusam a ouvir a pregação das Testemunhas de Jeová a respeito das boas novas do iminente Reino de Deus!

17. O que Isaías queria dizer ao perguntar “até quando?”

17 Isaías estava preocupado: “Nisto eu disse: ‘Até quando, ó Jeová?’ Então ele disse: ‘Até que as cidades realmente se desmoronem em ruínas, para ficarem sem habitante, e as casas estejam sem homem terreno, e o próprio solo fique arruinado em desolação; e Jeová realmente remova para longe os homens terrenos e o abandono se torne muito extensivo no meio da terra.’” (Isaías 6:11, 12) Por perguntar “até quando?” Isaías não estava querendo saber quanto tempo ainda teria de pregar a um povo não receptivo. Na verdade, ele se preocupava com as pessoas e perguntava por quanto tempo continuaria a má condição espiritual delas e por quanto tempo o nome de Jeová seria desonrado na Terra. (Veja o Salmo 74:9-11.) Assim, até quando continuaria essa situação insensata?

18. Até quando continuaria a má condição espiritual do povo, e viveria Isaías o suficiente para ver o pleno cumprimento da profecia?

18 Infelizmente, a resposta de Jeová mostra que a má condição espiritual do povo continuaria até que sobreviessem os plenos efeitos da desobediência a Deus, delineados em seu pacto. (Levítico 26:21-33; Deuteronômio 28:49-68) A nação iria à ruína, o povo seria deportado e a terra ficaria desolada. Isaías não viveria o suficiente para ver a destruição de Jerusalém e de seu templo pelo exército babilônio em 607 AEC, embora fosse profetizar por mais de 40 anos, continuando no reinado de Ezequias, bisneto do Rei Uzias. Ainda assim, Isaías continuaria fiel na sua missão até falecer, mais de 100 anos antes daquele desastre nacional.

19. Mesmo que a nação fosse abatida como uma árvore, o que Deus garantiu a Isaías?

19 A destruição que deixaria Judá “arruinado em desolação” viria sem falta, mas nem tudo estava perdido. (2 Reis 25:1-26) Jeová garante a Isaías: “Ainda haverá nela um décimo, e terá de tornar-se novamente algo a ser queimado, qual árvore grande e qual árvore maciça de que há um toco quando se faz o corte delas; uma descendência santa será o toco dela.” (Isaías 6:13) Sim, sobraria “um décimo, . . . uma descendência santa”, assim como o toco de uma grande árvore abatida. Essa certeza, sem dúvida, consolou Isaías — haveria um restante santo entre seu povo. Mesmo que a nação fosse queimada de novo, como uma grande árvore cortada para servir de combustível, sobraria um toco vital da árvore simbólica de Israel. Seria uma semente, ou descendência, santa para Jeová. Com o tempo, brotaria de novo, e a árvore cresceria de novo. — Note Jó 14:7-9; Daniel 4:26.

20. Que cumprimento inicial teve a última parte da profecia de Isaías?

20 Será que essa profecia se cumpriu? Sim. Setenta anos após a desolação da terra de Judá, um restante temente a Deus retornou do exílio em Babilônia. Eles reconstruíram o templo e a cidade, e renovaram a adoração verdadeira no país. Essa volta dos judeus à sua terra natal, que lhes fora dada por Deus, possibilitou um segundo cumprimento dessa profecia que Jeová fez por meio de Isaías. De que se tratava? — Esdras 1:1-4.

Outros cumprimentos

21-23. (a) Em quem a profecia de Isaías teve um cumprimento no primeiro século, e como? (b) Quem era a “descendência santa” no primeiro século, e como foi preservada?

21 A tarefa profética de Isaías prefigurou a obra que o Messias, Jesus Cristo, faria cerca de 800 anos mais tarde. (Isaías 8:18; 61:1, 2; Lucas 4:16-21; Hebreus 2:13, 14) Embora fosse mais eminente que Isaías, Jesus estava igualmente disposto a ser enviado por seu Pai celestial, dizendo: “Eis aqui vim para fazer a tua vontade.” — Hebreus 10:5-9; Salmo 40:6-8.

22 Como Isaías, Jesus cumpriu fielmente a sua tarefa designada e encontrou a mesma reação. Os judeus dos dias de Jesus não foram mais receptivos à mensagem do que os a quem o profeta Isaías pregou. (Isaías 1:4) O uso de ilustrações caracterizava o ministério de Jesus, o que levou seus discípulos a perguntar: “Por que é que lhes falas usando ilustrações?” Jesus respondeu: “A vós é concedido entender os segredos sagrados do reino dos céus, mas a esses não é concedido. É por isso que lhes falo usando ilustrações, porque olhando, olham em vão, e ouvindo, ouvem em vão, nem entendem; e é neles que tem cumprimento a profecia de Isaías, que diz: ‘Ouvindo ouvireis, mas de modo algum entendereis; e olhando olhareis, mas de modo algum vereis. Pois o coração deste povo tem ficado embotado e seus ouvidos têm ouvido sem reação, e eles têm fechado os olhos; para que nunca vissem com os olhos, nem ouvissem com os ouvidos, nem entendessem com os corações e se voltassem, e eu os sarasse.’” — Mateus 13:10, 11, 13-15; Marcos 4:10-12; Lucas 8:9, 10.

23 Por citar de Isaías, Jesus mostrava que essa profecia tinha um cumprimento em seus dias. A atitude de coração do povo como um todo era igual à dos judeus nos dias de Isaías. Fizeram-se de cegos e surdos para com a sua mensagem e foram igualmente destruídos. (Mateus 23:35-38; 24:1, 2) Isso aconteceu quando as forças romanas comandadas pelo General Tito atacaram Jerusalém, em 70 EC, e arrasaram a cidade e seu templo. Mas alguns haviam dado ouvidos a Jesus e se tornado discípulos seus. Jesus os declarou “felizes”. (Mateus 13:16-23, 51) Ele os havia informado de que quando vissem “Jerusalém cercada por exércitos acampados” deveriam “fugir para os montes”. (Lucas 21:20-22) Assim, a “descendência santa” que havia exercido fé e se constituído em nação espiritual, “o Israel de Deus”, foi salva. * — Gálatas 6:16.

24. Que aplicação da profecia de Isaías fez Paulo, e o que isso indica?

24 Por volta de 60 EC, o apóstolo Paulo estava sob prisão domiciliar em Roma. Ele providenciou ali uma reunião com os “homens de destaque dos judeus” e outros, e deu-lhes “cabalmente testemunho a respeito do reino de Deus”. Quando viu que muitos não aceitavam a sua mensagem, Paulo explicou que isso cumpria a profecia de Isaías. (Atos 28:17-27; Isaías 6:9, 10) Assim, os discípulos de Jesus cumpriram uma missão comparável à de Isaías.

25. O que discernem as atuais Testemunhas de Deus, e como reagem?

25 Similarmente, as Testemunhas de Jeová hoje discernem que Jeová Deus está em Seu santo templo. (Malaquias 3:1) Como Isaías, elas dizem: “Eis-me aqui! Envia-me.” Zelosamente, soam a mensagem de aviso sobre o iminente fim deste perverso sistema mundial. Mas, como Jesus indicou, relativamente poucos abrem os olhos e ouvidos para ver, ouvir e ser salvos. (Mateus 7:13, 14) Felizes realmente são os que inclinam seu coração para ouvir e ‘obtêm para si a cura’! — Isaías 6:8, 10.

[Nota(s) de rodapé]

^ parágrafo 23 Em 66 EC, reagindo a uma revolta judaica, as forças romanas comandadas por Céstio Galo cercaram Jerusalém e penetraram na cidade até as muralhas do templo. Daí se retiraram, o que permitiu que os discípulos de Jesus fugissem para as montanhas da Pereia antes que os romanos voltassem, em 70 EC.

[Perguntas de Estudo]

[Foto na página 94]

“Eis-me aqui! Envia-me.”

[Foto na página 97]

‘Até que as cidades se desmoronem em ruínas e fiquem sem habitantes’