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Jeová humilhou uma cidade arrogante

Jeová humilhou uma cidade arrogante

Capítulo Quatorze

Jeová humilhou uma cidade arrogante

Isaías 13:1–14:23

1. A que período futuro se reporta agora o livro de Isaías?

O LIVRO profético de Isaías foi escrito no oitavo século AEC, durante a invasão da Terra Prometida pela Assíria. Como já vimos em capítulos anteriores, Isaías prediz o rumo dos acontecimentos com notável exatidão. Mas o livro se reporta a um tempo posterior à ascensão da Assíria. Ele prediz o retorno do povo pactuado de Jeová do exílio em muitas terras, incluindo Sinear, onde ficava Babilônia. (Isaías 11:11) Em Isaías, capítulo 13, encontramos uma notável profecia cujo cumprimento abriria o caminho para tal retorno. Essa profecia se inicia com as seguintes palavras: “A pronúncia contra Babilônia, vista em visão por Isaías, filho de Amoz.” — Isaías 13:1.

“Rebaixarei a altivez”

2. (a) Como foi que Ezequias se envolveu com Babilônia? (b) A que se refere o “sinal de aviso” que seria levantado?

2 Nos dias de Isaías, Judá envolveu-se com Babilônia. O rei Ezequias ficou gravemente doente e depois se recuperou. Embaixadores de Babilônia foram cumprimentá-lo pela recuperação, provavelmente com o objetivo secreto de conseguir que Ezequias se tornasse seu aliado na guerra contra a Assíria. Imprudentemente, o Rei Ezequias mostrou-lhes todos os seus tesouros. Por causa disso, Isaías disse a Ezequias que, após a morte do rei, toda aquela riqueza seria levada para Babilônia. (Isaías 39:1-7) Isso aconteceu em 607 AEC, quando Jerusalém foi destruída e o povo levado ao exílio. No entanto, o povo escolhido de Deus não ficaria em Babilônia para sempre. Jeová predisse como abriria o caminho a fim de que eles voltassem para a sua terra, dizendo: “Levantai um sinal de aviso num monte de rochas calvas. Elevai a voz para eles, acenai com a mão, para que entrem pelas entradas dos nobres.” (Isaías 13:2) O “sinal de aviso” se referia a uma potência mundial em ascensão que derrubaria Babilônia de seu lugar de destaque. Ela seria levantada “num monte de rochas calvas” — claramente visível a grande distância. Convocada a atacar Babilônia, essa nova potência mundial invadiria as “entradas dos nobres”, os portões daquela grande cidade, e a conquistaria.

3. (a) Quem seriam os “santificados” que Jeová suscitaria? (b) Em que sentido exércitos pagãos seriam “santificados”?

3 Em seguida, Jeová diz: “Eu mesmo dei a ordem aos meus santificados. Também chamei os meus poderosos para expressar a minha ira, meus altaneiramente rejubilantes. Escutai! Uma massa de gente nos montes, algo parecido a um povo numeroso! Escutai! O rebuliço de reinos, de nações ajuntadas! Jeová dos exércitos está passando em revista o exército de guerra.” (Isaías 13:3, 4) Quem seriam esses “santificados” incumbidos de humilhar a orgulhosa Babilônia? Seriam exércitos nacionais coligados, “nações ajuntadas”. Eles desceriam de uma região montanhosa distante para atacar Babilônia. “Estão chegando desde a terra longínqua, desde a extremidade dos céus.” (Isaías 13:5) Em que sentido seriam santificados? Certamente não no sentido de ser santos, pois eram exércitos pagãos sem interesse de servir a Jeová. Nas Escrituras Hebraicas, porém, o termo “santificado” significa “reservado para uso de Deus”. Jeová podia santificar os exércitos das nações e usar as ambições egoístas deles a fim de expressar Seu furor. Ele havia usado a Assíria dessa maneira. Usaria Babilônia de maneira similar. (Isaías 10:5; Jeremias 25:9) E usaria outras nações para punir Babilônia.

4, 5. (a) O que Jeová predisse para Babilônia? (b) Com o que teriam de lidar os invasores de Babilônia?

4 Babilônia ainda não era a potência mundial dominante. Contudo, ao emitir uma proclamação por meio de Isaías, Jeová previu tanto o tempo em que ela ocuparia tal posição como a sua queda, dizendo: “Uivai, porque está próximo o dia de Jeová! Chegará como assolação da parte do Todo-poderoso.” (Isaías 13:6) Realmente, a jactância de Babilônia seria substituída por uivos pesarosos. Por quê? Por causa do “dia de Jeová”, o dia em que Jeová executaria a sentença contra ela.

5 Mas como seria possível assolar Babilônia? Quando chegasse o tempo de Jeová fazer isso, a cidade pareceria segura. Em primeiro lugar, os exércitos invasores teriam de transpor as defesas naturais providas pelo rio Eufrates, que corria pelo meio da cidade e era canalizado para encher um fosso protetor e fornecer água potável para a cidade. Depois, haveria as enormes muralhas duplas de Babilônia, aparentemente inexpugnáveis. Além disso, a cidade teria um bom estoque de alimentos. O livro Daily Bible Illustrations (Ilustrações Bíblicas Diárias) diz que Nabonido — o último rei de Babilônia — “teve um trabalho imenso para montar um estoque de provisões na cidade, e calculava-se que havia [alimento] suficiente para sustentar os moradores por vinte anos”.

6. De acordo com a profecia, o que aconteceria inesperadamente quando Babilônia fosse atacada?

6 Mas as aparências podem enganar. Isaías diz: “Por isso é que se abaixarão todas as mãos e se derreterá o próprio coração inteiro do homem mortal. E as pessoas ficaram perturbadas. Apoderam-se delas as próprias convulsões e dores agudas de parto; têm dores de parto como a mulher que está dando à luz. Olham-se mutuamente, pasmados. Suas faces são faces afogueadas.” (Isaías 13:7, 8) Quando os exércitos vitoriosos invadissem a cidade, a tranquilidade de seus moradores seria substituída por uma dor tão repentina e intensa como a de uma mulher que dá à luz. Seus corações se derreteriam de medo. Paralisados, suas mãos se abaixariam, incapazes de defendê-los. Suas faces ficariam “afogueadas” de medo e angústia. Olhariam pasmados uns para os outros, perguntando-se como foi que sua grande cidade caiu.

7. Que “dia de Jeová” era iminente, e quais seriam os resultados para Babilônia?

7 Contudo, ela realmente cairia. Babilônia enfrentaria um dia de ajuste de contas, um “dia de Jeová”, realmente doloroso. O Juiz supremo expressaria sua ira e traria a bem-merecida condenação contra os pecaminosos habitantes de Babilônia. A profecia diz: “Eis que está chegando o próprio dia de Jeová, cruel, tanto com fúria como com ira ardente, para fazer da terra um assombro e para aniquilar nela os pecadores da terra.” (Isaías 13:9) As perspectivas de Babilônia eram sombrias. Era como se o Sol, a Lua e as estrelas fossem deixar de brilhar. “Pois as próprias estrelas dos céus e suas constelações de Quesil não deixarão brilhar a sua luz; o sol realmente escurecerá na sua saída e a própria lua não deixará resplandecer a sua luz.” — Isaías 13:10.

8. Por que Jeová decretou a queda de Babilônia?

8 Por que essa cidade orgulhosa teria tal destino? Jeová diz: “Certamente farei recair sobre o solo produtivo a sua própria maldade, e sobre os próprios iníquos o erro deles. E farei realmente cessar o orgulho dos presunçosos e rebaixarei a altivez dos tiranos.” (Isaías 13:11) A extravasão da ira de Jeová seria a punição pela crueldade de Babilônia para com o povo de Deus. Todo o país sofreria devido à maldade dos babilônios. Aqueles tiranos orgulhosos nunca mais desafiariam abertamente a Jeová.

9. O que aguardava Babilônia no dia de julgamento de Jeová?

9 Jeová diz: “Farei o homem mortal mais raro do que o ouro refinado, e o homem terreno mais raro do que o ouro de Ofir.” (Isaías 13:12) Realmente, a cidade ficaria despovoada, deserta. Jeová continua: “Por isso é que farei que o próprio céu fique agitado, e a terra sairá tremendo do seu lugar diante da fúria de Jeová dos exércitos e diante do dia de sua ira ardente.” (Isaías 13:13) O “céu” de Babilônia, suas multidões de deuses e deusas, ficaria agitado, incapaz de ajudar a cidade numa hora de necessidade. A “terra”, o Império Babilônico, seria desalojada, passando para a História apenas como mais um império extinto. “Terá de acontecer que, qual gazela afugentada e qual rebanho sem alguém que os reúna, virar-se-ão cada um para o seu próprio povo; e fugirão, cada um para a sua própria terra.” (Isaías 13:14) Todos os aliados estrangeiros de Babilônia a abandonariam e fugiriam, esperando estabelecer novos relacionamentos com a potência mundial conquistadora. Babilônia finalmente sentiria a agonia de ser conquistada, uma agonia que ela havia infligido a tantas outras cidades nos dias de sua glória: “Todo aquele que for achado será traspassado, e todo aquele que for apanhado na varredura cairá à espada; e as próprias crianças deles serão despedaçadas diante dos seus olhos. Suas casas serão rapinadas e suas próprias mulheres serão violentadas.” — Isaías 13:15, 16.

Instrumento divino de destruição

10. Quem Jeová usaria para derrotar Babilônia?

10 Que potência governamental Jeová usaria para derrotar Babilônia? Ele deu a resposta com cerca de 200 anos de antecedência: “Eis que desperto contra eles os medos, que reputam a própria prata como nada e que, quanto ao ouro, não se agradam dele. E seus arcos despedaçarão até mesmo os moços. E não terão piedade com o fruto do ventre; seu olho não terá dó dos filhos. E Babilônia, ornato dos reinos, beleza do orgulho dos caldeus, terá de tornar-se como quando Deus derrubou Sodoma e Gomorra.” (Isaías 13:17-19) A magnífica Babilônia cairia, e o instrumento que Jeová usaria para realizar isso seriam os exércitos do longínquo e montanhoso país da Média. * Com o tempo, Babilônia ficaria tão desolada quanto as moralmente depravadas cidades de Sodoma e Gomorra. — Gênesis 13:13; 19:13, 24.

11, 12. (a) Como foi que a Média se tornou uma potência mundial? (b) Que característica incomum dos exércitos da Média menciona a profecia?

11 Nos dias de Isaías, tanto a Média como Babilônia estavam sob jugo assírio. Cerca de um século depois, em 632 AEC, a Média e Babilônia uniram forças e derrubaram Nínive, a capital da Assíria. Isso abriu caminho para Babilônia se tornar a potência mundial dominante. Ela nem imaginava que cerca de 100 anos mais tarde a Média a destruiria. Quem, além de Jeová Deus, poderia fazer uma previsão tão ousada?

12 Ao identificar seu instrumento de destruição, Jeová diz que os exércitos da Média “reputam a própria prata como nada e . . . quanto ao ouro, não se agradam dele”. Uma característica incomum em se tratando de soldados insensibilizados pela guerra! O erudito bíblico Albert Barnes diz: “A verdade é que poucos exércitos invasores não foram influenciados pelo desejo de obter despojos.” Será que os exércitos dos medos agiram de acordo com as predições de Jeová nesse respeito? Sim. Veja o seguinte comentário em The Bible-Work, preparado por J. Glentworth Butler: “Em contraste com a maioria das nações que já travaram guerras, os medos, e especialmente os persas, davam menos importância ao ouro do que à conquista e à glória.” * Em vista disso, não é de surpreender que, ao libertar os israelitas do exílio babilônico, o governante persa, Ciro, lhes tenha devolvido milhares de utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor havia retirado do templo em Jerusalém. — Esdras 1:7-11.

13, 14. (a) Embora não estivessem interessados em despojos, que ambição tinham os guerreiros medos e persas? (b) Como foi que Ciro contornou as famosas defesas de Babilônia?

13 Apesar de não serem aficionados por despojos, os guerreiros medos e persas eram ambiciosos. Não queriam ficar abaixo de nenhuma nação no cenário mundial. Além disso, Jeová colocou “assolação” no coração deles. (Isaías 13:6) Assim, com seus arcos fortes — usados para atirar flechas que ‘despedaçavam’ os soldados inimigos, prole de mães babilônias —, estavam decididos a conquistar Babilônia.

14 Ciro, líder dos exércitos medo-persas, não se deixou desanimar pelas fortificações de Babilônia. Na noite de 5/6 de outubro de 539 AEC, ele ordenou que as águas do rio Eufrates fossem desviadas. À medida que o nível das águas baixava, os invasores entraram sorrateiramente na cidade pelo leito do rio, com a água na altura das coxas. Os moradores de Babilônia foram pegos de surpresa, e ela caiu. (Daniel 5:30) Para não deixar dúvidas de que estava manobrando os acontecimentos, Jeová Deus inspirou Isaías a profetizar esses eventos.

15. Que futuro aguardava Babilônia?

15 Quão abrangente seria a destruição de Babilônia? Ouça o veredicto de Jeová: “Nunca mais será habitada, nem residirá ela por geração após geração. E o árabe não armará ali a sua tenda e os pastores não deixarão seus rebanhos deitar-se ali. E ali se hão de deitar os frequentadores de regiões áridas, e suas casas terão de encher-se de corujões. E ali terão de residir avestruzes, e os próprios demônios caprinos saltitarão por ali. E os chacais terão de uivar nas suas torres de habitação e a cobra grande estará nos palácios de deleite. E a época dela está próxima a chegar, e os próprios dias dela não serão adiados.” (Isaías 13:20-22) O destino da cidade seria a desolação total.

16. Que confiança nos dá a atual condição de Babilônia?

16 Isso não ocorreu imediatamente em 539 AEC. No entanto, atualmente fica bem claro que tudo o que Isaías predisse com respeito a Babilônia se cumpriu. Babilônia “é agora, e tem sido por séculos, um cenário de ampla desolação e um monte de ruínas”, diz um comentarista bíblico. E acrescenta: “É impossível contemplar esse cenário e não se lembrar da exatidão do cumprimento das predições de Isaías e Jeremias.” Obviamente, nenhum homem nos dias de Isaías poderia ter predito a queda de Babilônia e sua posterior desolação. Afinal de contas, a queda de Babilônia diante dos medos e persas ocorreu cerca de 200 anos após Isaías ter escrito seu livro. E sua desolação final se deu séculos mais tarde. Não fortalece isso sua fé na Bíblia como inspirada Palavra de Deus? (2 Timóteo 3:16) Além disso, visto que Jeová cumpriu profecias em tempos passados, podemos ter absoluta confiança de que o cumprimento das profecias bíblicas ainda não cumpridas se dará no Seu tempo devido.

“Descanso da tua dor”

17, 18. A derrota de Babilônia representaria que bênçãos para Israel?

17 A queda de Babilônia seria um alívio para Israel. Significaria libertação do cativeiro e a oportunidade de retornar à Terra Prometida. Por isso, Isaías diz a seguir: “Jeová terá misericórdia com Jacó, e certamente escolherá ainda Israel; e dar-lhes-á realmente descanso sobre o seu solo, e o residente forasteiro terá de ser juntado a eles, e terão de agregar-se à casa de Jacó. E povos realmente os tomarão e os levarão ao próprio lugar deles, e a casa de Israel terá de tomá-los para si como propriedade no solo de Jeová, como servos e como servas; e terão de tornar-se os captores dos que os mantinham cativos e terão de ter em sujeição aqueles que os compeliam a trabalhar.” (Isaías 14:1, 2) O nome “Jacó” citado aqui se refere a Israel como um todo — todas as 12 tribos. Jeová demonstraria misericórdia para com “Jacó” por permitir que a nação voltasse para casa. Eles seriam acompanhados por milhares de estrangeiros, muitos dos quais serviriam aos israelitas como servos no templo. Alguns israelitas viriam a ter autoridade sobre seus ex-captores. *

18 Acabaria a angústia de viverem exilados. Em vez disso, Jeová daria ao seu povo ‘descanso da sua dor, e da sua agitação, e da dura escravidão em que haviam sido escravizados’. (Isaías 14:3) Uma vez libertados dos fardos físicos da escravidão, o povo de Israel não mais sofreria a dor e a agitação, ou perturbação, de viver entre adoradores de deuses falsos. (Esdras 3:1; Isaías 32:18) Comentando isso, o livro Lands and Peoples of the Bible (Terras e Povos Bíblicos) diz: “Para o babilônio, seus deuses eram exatamente como ele mesmo, em todos os piores aspectos de seu ser. Eram covardes, beberrões e imbecis.” Seria um grande alívio ficar livre de tal ambiente religioso degradado!

19. O que seria necessário para Israel obter o perdão de Jeová, e o que aprendemos disso?

19 Contudo, a misericórdia de Jeová não seria incondicional. Seu povo teria de demonstrar remorso pelas maldades que havia cometido, motivo de Deus puni-lo tão severamente. (Jeremias 3:25) A confissão franca, sincera, traria o perdão de Jeová. (Veja Neemias 9:6-37; Daniel 9:5.) Esse mesmo princípio se aplica hoje. Visto que “não há homem que não peque”, todos precisamos da misericórdia de Jeová. (2 Crônicas 6:36) Jeová, o Deus de misericórdia, nos convida amorosamente a lhe confessar nossos pecados, nos arrepender e parar com qualquer proceder errado, a fim de que sejamos sarados. (Deuteronômio 4:31; Isaías 1:18; Tiago 5:16) Isso não apenas nos ajuda a obter novamente o favor de Deus, mas também nos consola. — Salmo 51:1; Provérbios 28:13; 2 Coríntios 2:7.

Uma “expressão proverbial” contra Babilônia

20, 21. Que alegria sentiriam os vizinhos de Babilônia por causa de sua queda?

20 Mais de 100 anos antes da ascensão de Babilônia como potência mundial dominante, Isaías predisse a reação do mundo à sua queda. Profeticamente, ele ordenou o seguinte aos israelitas que seriam libertados do cativeiro nela: “Terás de encetar esta expressão proverbial contra o rei de Babilônia e dizer: ‘Como cessou aquele que compelia outros a trabalhar, como cessou a opressão! Jeová destroçou o bastão dos iníquos, a vara dos governantes, aquele que incessantemente golpeava povos em fúria com um golpe, aquele que subjugava nações em pura ira, com perseguição sem freio.’” (Isaías 14:4-6) Babilônia se tornara famosa como conquistadora, uma opressora que escravizava povos livres. Era muito apropriado que sua queda fosse comemorada com uma “expressão proverbial” dirigida principalmente à dinastia babilônica — começando com Nabucodonosor e terminando com Nabonido e Belsazar — que governaram nos dias de glória da grande cidade.

21 Sua queda faria uma grande diferença. “A terra inteira chegou a descansar, ficou sossegada. As pessoas ficaram animadas, com clamores jubilantes. Até mesmo os juníperos se alegraram de ti, os cedros do Líbano, dizendo: ‘Desde que te deitaste, não sobe contra nós nenhum lenhador.’” (Isaías 14:7, 8) Os governantes de Babilônia haviam considerado os reis das nações vizinhas como árvores a serem cortadas e usadas a seu bel-prazer. Bem, tudo isso era coisa do passado. O lenhador babilônio havia cortado sua última árvore!

22. Em sentido poético, como o Seol é afetado pela queda da dinastia babilônica?

22 A queda de Babilônia seria tão assustadora que até a própria sepultura reagiria: “Até mesmo o Seol, embaixo, ficou agitado por tua causa, para encontrar-se contigo ao entrares. Por ti tem despertado os impotentes na morte, todos os líderes caprinos da terra. Fez que todos os reis das nações se levantassem dos seus tronos. Todos eles respondem e te dizem: ‘Foste tu mesmo também debilitado igual a nós? É a nós que te tornaste comparável? Ao Seol se fez descer o teu orgulho, a barulhada dos teus instrumentos de cordas. Abaixo de ti, os gusanos estão estendidos como leito; e vermes são a tua cobertura.’” (Isaías 14:9-11) Que forte descrição poética! Seria como se a sepultura comum da humanidade despertasse todos os reis falecidos que precederam a dinastia babilônica, para que pudessem saudar o recém-chegado. Eles zombariam do governo de Babilônia, agora indefeso, deitado num leito de gusanos em vez de num divã suntuoso, coberto com vermes, em vez de com linho fino.

“Como um cadáver calcado”

23, 24. Que extrema arrogância demonstraram os reis de Babilônia?

23 Isaías prossegue com a expressão proverbial, dizendo: “Como caíste do céu, ó tu brilhante, filho da alva! Como foste cortado rente à terra, tu que prostravas as nações!” (Isaías 14:12) O orgulho egoísta fez os reis de Babilônia se exaltarem em relação aos demais. Como uma estrela brilhando intensamente no céu da manhã, exerceram poder e autoridade de maneira arrogante. Algo que lhes dava muito orgulho era o fato de Nabucodonosor ter conquistado Jerusalém, um feito que a Assíria não havia conseguido realizar. A expressão proverbial retrata a orgulhosa dinastia babilônica dizendo: “Subirei aos céus. Enaltecerei o meu trono acima das estrelas de Deus e assentar-me-ei no monte de reunião, nas partes mais remotas do norte. Subirei acima dos altos das nuvens; assemelhar-me-ei ao Altíssimo.” (Isaías 14:13, 14) Poderia haver arrogância maior?

24 Na Bíblia, os reis da linhagem de Davi são comparados a estrelas. (Números 24:17) Começando com Davi, aquelas “estrelas” governaram no monte Sião. Após Salomão construir o templo em Jerusalém, o nome Sião passou a aplicar-se à cidade inteira. Sob o pacto da Lei, todos os israelitas do sexo masculino eram obrigados a viajar a Sião três vezes por ano. Por isso, ele se tornou o “monte de reunião”. Ao determinar que os reis de Judá fossem subjugados e então removidos daquele monte, Nabucodonosor declarava sua intenção de colocar-se acima daquelas “estrelas”. Ele não dava a Jeová o mérito por sua vitória sobre eles. Em vez disso, ele na verdade se colocava arrogantemente no lugar de Jeová.

25, 26. Que fim vergonhoso teria a dinastia babilônica?

25 A orgulhosa dinastia babilônica sofreria uma tremenda reviravolta! Babilônia estava muito longe de ser elevada acima das estrelas de Deus. Em vez disso, Jeová disse: “No Seol serás precipitado, nas partes mais remotas do poço. Os que te virem te fitarão; examinar-te-ão de perto, dizendo: ‘É este o homem que agitava a terra, que fazia tremer os reinos, que fez o solo produtivo como o ermo, que lhe derrubou as próprias cidades, que nem aos seus prisioneiros abriu o caminho para casa?’” (Isaías 14:15-17) A ambiciosa dinastia desceria ao Hades (Seol), assim como qualquer humano.

26 Onde estaria então a potência que havia conquistado reinos, destruído terras produtivas e derrubado inúmeras cidades? Onde estaria a potência mundial que costumava fazer cativos e jamais deixá-los voltar para casa? Ora, a dinastia babilônica nem mesmo receberia um enterro decente! Jeová disse: “Todos os outros reis das nações, sim, todos eles, deitaram-se em glória, cada um na sua própria casa. Mas, no que se refere a ti, foste lançado fora sem sepultura para ti, qual rebentão detestado, revestido de homens mortos, traspassados com a espada, que descem às pedras de um poço, como um cadáver calcado. Não te unirás a eles num sepulcro, pois arruinaste a tua própria terra, mataste o teu próprio povo. Por tempo indefinido não se mencionará o nome da descendência dos malfeitores.” (Isaías 14:18-20) No mundo antigo, considerava-se uma vergonha um rei ser privado de um enterro honroso. Com base nisso, qual era a situação da dinastia babilônica? É verdade que alguns reis provavelmente foram enterrados com honra, mas a dinastia imperial de reis descendentes de Nabucodonosor seria descartada “qual rebentão detestado”. Seria como se a dinastia fosse jogada numa cova sem identificação — como um simples soldado de infantaria morto em batalha. Que humilhação!

27. De que maneira as futuras gerações babilônicas sofreriam pelos erros de seus antepassados?

27 A expressão proverbial termina com ordens aos conquistadores medos e persas: “Aprontai um cepo de matança para os seus próprios filhos, por causa do erro dos antepassados deles, para que não se levantem e realmente tomem posse da terra, e encham de cidades a face do solo produtivo.” (Isaías 14:21) A queda de Babilônia seria permanente. A dinastia babilônica seria desarraigada sem possibilidades de ressurgimento. As futuras gerações babilônicas sofreriam por causa ‘do erro de seus antepassados’.

28. Qual era a causa do pecado dos reis babilônios, e o que aprendemos disso?

28 O julgamento pronunciado contra a dinastia babilônica nos ensina uma valiosa lição. A causa do pecado dos reis babilônios era sua insaciável ambição. (Daniel 5:23) Eles tinham um extremo desejo de poder. Queriam dominar outros. (Isaías 47:5, 6) Ansiavam obter glória de homens, algo que de direito pertence a Deus. (Revelação [Apocalipse] 4:11) Isso serve de alerta a qualquer pessoa que exerça autoridade sobre outros — mesmo na congregação cristã. A ambição e o orgulho egoísta são características que Jeová não tolera, quer em pessoas, quer em nações.

29. O orgulho e a ambição dos governantes babilônios eram reflexo de quê?

29 O orgulho dos governantes babilônios era reflexo do espírito do “deus deste sistema de coisas”, Satanás, o Diabo. (2 Coríntios 4:4) Ele também anseia ter poder e ser superior a Jeová Deus. Assim como se deu com o rei de Babilônia e o povo que ele subjugou, a ímpia ambição de Satanás tem causado dor e sofrimento a toda a humanidade.

30. Que outra Babilônia é mencionada na Bíblia, e que espírito tem demonstrado?

30 Além disso, no livro de Revelação lemos sobre outra Babilônia — “Babilônia, a Grande”. (Revelação 18:2) Essa organização, o império mundial da religião falsa, também tem demonstrado um espírito orgulhoso, opressivo e cruel. Por isso, ela também terá de enfrentar um “dia de Jeová” e ser destruída quando Deus determinar. (Isaías 13:6) Desde 1919, tem-se divulgado em toda a Terra a seguinte mensagem: “Caiu Babilônia, a Grande!” (Revelação 14:8) Ela sofreu uma queda quando não conseguiu manter o povo de Deus cativo. Em breve, ela será completamente destruída. Jeová ordenou com respeito à antiga Babilônia: “Retribuí-lhe segundo a sua atuação. Fazei-lhe segundo tudo o que ela fez. Pois foi contra Jeová que ela agiu presunçosamente, contra o Santo de Israel.” (Jeremias 50:29; Tiago 2:13) Babilônia, a Grande, receberá uma condenação similar.

31. O que acontecerá em breve a Babilônia, a Grande?

31 Assim, a declaração final de Jeová nesta profecia do livro de Isaías não se aplica apenas à antiga Babilônia, mas também à Babilônia, a Grande: “Vou levantar-me contra eles . . . E vou decepar de Babilônia o nome, e o restante, e a progênie, e a posteridade . . . E vou constituí-la em propriedade de porcos-espinhos e em banhados de juncos, e vou varrê-la com a vassoura do aniquilamento.” (Isaías 14:22, 23) As ruínas desoladas da antiga Babilônia mostram o que Jeová causará em breve a Babilônia, a Grande. Que alívio para os que têm verdadeiro amor pela adoração pura! Isso serve de grande incentivo para que jamais permitamos que as características satânicas do orgulho, da arrogância, ou da crueldade se desenvolvam em nós.

[Nota(s) de rodapé]

^ parágrafo 10 Isaías menciona apenas os medos, mas diversas nações estariam aliadas contra Babilônia — Média, Pérsia, Elão e outras nações menores. (Jeremias 50:9; 51:24, 27, 28) As nações vizinhas chamavam tanto os medos como os persas de “o medo”. Além disso, nos dias de Isaías, a Média era a potência dominante. Foi somente sob o governo de Ciro que a Pérsia se tornou dominante.

^ parágrafo 12 Tudo indica, porém, que posteriormente os medos e os persas desenvolveram grande amor pelo luxo. — Ester 1:1-7.

^ parágrafo 17 Por exemplo, Daniel foi designado a um posto do alto escalão em Babilônia, sob os medos e persas. E cerca de 60 anos mais tarde, Ester tornou-se rainha do rei persa Assuero, e Mordecai tornou-se primeiro-ministro de todo o Império Persa.

[Perguntas de Estudo]

[Foto na página 178]

A Babilônia derrotada se tornaria moradia de criaturas do deserto

[Fotos na página 186]

Babilônia, a Grande, se tornará um montão de ruínas, assim como a antiga Babilônia