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O rei que foi recompensado pela sua fé

O rei que foi recompensado pela sua fé

Capítulo Vinte e Nove

O rei que foi recompensado pela sua fé

Isaías 36:1–39:8

1, 2. Em que sentido Ezequias foi um rei melhor do que Acaz?

EZEQUIAS tornou-se rei de Judá aos 25 anos de idade. Que tipo de governante seria? Seguiria as pisadas de seu pai, o Rei Acaz, e induziria seus súditos a adorar deuses falsos? Ou conduziria o povo na adoração de Jeová, como fez seu antepassado, o Rei Davi? — 2 Reis 16:2.

2 Logo que subiu ao trono, ficou claro que Ezequias desejava fazer “o que era direito aos olhos de Jeová”. (2 Reis 18:2, 3) No seu primeiro ano, mandou fazer reparos no templo de Jeová e reiniciar as suas atividades. (2 Crônicas 29:3, 7, 11) Daí ele organizou uma grande Páscoa, para a qual toda a nação foi convidada — incluindo as dez tribos setentrionais de Israel. Que festa inesquecível! Não havia acontecido nada igual a isso desde os dias do Rei Salomão. — 2 Crônicas 30:1, 25, 26.

3. (a) Que medida tomaram os habitantes de Israel e de Judá que foram à Páscoa programada por Ezequias? (b) O que os cristãos atuais aprendem da ação resoluta dos que foram àquela Páscoa?

3 No fim dessa Páscoa, os participantes se sentiram induzidos a cortar os postes sagrados, a destroçar as colunas sagradas e a demolir os altos e os altares de seus deuses falsos. Depois, retornaram para suas cidades decididos a servir ao Deus verdadeiro. (2 Crônicas 31:1) Que contraste com a anterior atitude religiosa deles! Os atuais cristãos verdadeiros podem aprender disso o valor de ‘não deixar de se ajuntar’, ou reunir. Tais reuniões, seja nas congregações locais, seja em escala maior em assembleias e congressos, cumprem um papel vital — ali a confraternização e o espírito de Deus motivam os cristãos a ‘se estimularem ao amor e a obras excelentes’. — Hebreus 10:23-25.

A fé foi provada

4, 5. (a) Como Ezequias mostrou sua independência da Assíria? (b) Que ação militar Senaqueribe tomou contra Judá, e o que fez Ezequias para evitar um ataque imediato contra Jerusalém? (c) Como Ezequias se preparou para defender Jerusalém dos assírios?

4 Jerusalém passaria por sérias provações. Ezequias havia rompido uma aliança com os assírios, que fora feita por seu pai, o infiel Acaz. Ezequias chegou a subjugar os filisteus, aliados da Assíria. (2 Reis 18:7, 8) Isso enfureceu o rei da Assíria. Assim, lemos: “Aconteceu então no décimo quarto ano do Rei Ezequias que Senaqueribe, rei da Assíria, subiu contra todas as cidades fortificadas de Judá e passou a tomá-las.” (Isaías 36:1) Talvez na esperança de proteger Jerusalém de um ataque imediato do implacável exército assírio, Ezequias concordou em pagar a Senaqueribe um enorme tributo de 300 talentos de prata e 30 talentos de ouro. *2 Reis 18:14.

5 Visto que no tesouro real não havia ouro e prata suficientes para pagar o tributo, Ezequias retirou do templo todo metal precioso que pôde. Além disso, arrancou as portas do templo, revestidas de ouro, e as enviou a Senaqueribe. Isso satisfez o assírio, mas só por pouco tempo. (2 Reis 18:15, 16) Evidentemente, Ezequias sabia que os assírios não deixariam Jerusalém em paz por muito tempo. Assim, era preciso fazer preparativos. O povo bloqueou as possíveis fontes de água para os invasores assírios. Além disso, Ezequias reforçou as defesas de Jerusalém e construiu um arsenal que incluía ‘uma abundância de armas de arremesso e escudos’. — 2 Crônicas 32:4, 5.

6. Em quem Ezequias confiava?

6 Ezequias, porém, não confiava em astutas estratégias de guerra ou em fortificações, mas sim em Jeová dos exércitos. Ele admoestou seus chefes militares: “Sede corajosos e fortes. Não tenhais medo nem fiqueis aterrorizados por causa do rei da Assíria e por causa de toda a massa de gente com ele; pois conosco há mais do que os que estão com ele. Com ele há um braço de carne, mas conosco está Jeová, nosso Deus, para nos ajudar e para travar as nossas batalhas.” Reagindo bem, o povo passou “a firmar-se nas palavras de Ezequias, o rei de Judá”. (2 Crônicas 32:7, 8) Visualize agora os eletrizantes eventos que se seguiram, com o estudo dos capítulos 36 ao 39 de Is da profecia de Isaías.

Os argumentos de Rabsaqué

7. Quem era Rabsaqué, e por que foi enviado a Jerusalém?

7 Senaqueribe enviou Rabsaqué (título militar, não nome pessoal) e dois outros dignitários a Jerusalém para exigir a rendição da cidade. (2 Reis 18:17) Eles foram recebidos fora da muralha da cidade por três representantes de Ezequias: Eliaquim, o supervisor da casa de Ezequias; Sebna, o secretário; e Joá, filho de Asafe, o cronista. — Isaías 36:2, 3.

8. Como Rabsaqué tentou quebrar a resistência de Jerusalém?

8 O intento de Rabsaqué era simples — convencer Jerusalém a se render sem luta. Falando em hebraico, ele começou clamando: “Que confiança é essa em que te estribaste? . . . Em quem puseste confiança de modo que te rebelaste contra mim?” (Isaías 36:4, 5) Daí Rabsaqué zombou dos amedrontados judeus, lembrando-lhes de que estavam completamente isolados. A quem poderiam pedir apoio? Àquela “cana esmagada”, o Egito? (Isaías 36:6) Naquele tempo, o Egito parecia mesmo uma cana esmagada; de fato, essa ex-potência mundial havia sido temporariamente conquistada pela Etiópia, e o então Faraó do Egito, o Rei Tiraca, não era egípcio, mas etíope. E ele estava em vias de ser derrotado pela Assíria. (2 Reis 19:8, 9) Visto que o Egito não podia salvar nem a si mesmo, seria de pouca ajuda para Judá.

9. O que evidentemente levou Rabsaqué a concluir que Jeová abandonaria o Seu povo, mas quais eram os fatos?

9 Em seguida, Rabsaqué argumentou que Jeová não lutaria pelo Seu povo, pois estava descontente com eles. Disse: “Caso me digas: ‘É em Jeová, nosso Deus, que confiamos’, não é ele cujos altos e cujos altares Ezequias removeu?” (Isaías 36:7) Naturalmente, longe de terem rejeitado a Jeová por derrubarem os altos e os altares no país, os judeus na verdade haviam retornado a Jeová.

10. Por que não importava se os defensores de Judá eram muitos ou poucos?

10 Daí Rabsaqué lembrou aos judeus que, militarmente, eles eram irremediavelmente inferiores. Ele lançou este arrogante desafio: “Deixa-me dar-te dois mil cavalos, para ver se tu, da tua parte, podes pôr neles cavaleiros.” (Isaías 36:8) Mas será que realmente importava se os cavaleiros treinados de Judá eram muitos ou poucos? Não, pois a salvação de Judá não dependia de força militar superior. Provérbios 21:31 explica: “O cavalo é algo preparado para o dia da batalha, mas a salvação pertence a Jeová.” Daí Rabsaqué afirmou que as bênçãos de Jeová estavam com os assírios, não com os judeus. Se não fosse assim, argumentou, os assírios jamais poderiam ter penetrado tão fundo no território de Judá. — Isaías 36:9, 10.

11, 12. (a) Por que Rabsaqué insistia em falar no “idioma judaico”, e como tentou engodar os ouvintes judeus? (b) Que efeito as palavras de Rabsaqué poderiam ter sobre os judeus?

11 Os representantes de Ezequias ficaram preocupados com o efeito que os argumentos de Rabsaqué teriam sobre os homens que podiam ouvi-lo do alto da muralha da cidade. Essas autoridades judaicas pediram: “Por favor, fala aos teus servos em sírio, pois estamos escutando; e não nos fales no idioma judaico, aos ouvidos do povo que está sobre a muralha.” (Isaías 36:11) Mas Rabsaqué não queria falar em sírio. Ele desejava lançar sementes de dúvida e de medo entre os judeus, para que se rendessem e Jerusalém fosse conquistada sem luta! (Isaías 36:12) Assim, o assírio falou de novo no “idioma judaico”. Ele alertou os moradores de Jerusalém: “Não deixeis que Ezequias vos engane, pois não vos poderá livrar.” Depois, ele tentou engodar os ouvintes pintando um quadro de como poderia ser a vida dos judeus sob o domínio assírio:“Fazei uma capitulação a mim e saí a mim, e coma cada um da sua própria videira e cada um da sua própria figueira, e beba cada um a água da sua própria cisterna, até que eu venha e realmente vos leve a uma terra igual à vossa própria terra, uma terra de cereais e de vinho novo, uma terra de pão e de vinhedos.” — Isaías 36:13-17.

12 Os judeus não colheriam nada naquele ano — a invasão assíria os havia impedido de plantar. A perspectiva de comer uvas suculentas e beber água fresca certamente era muito tentadora para os homens que ouviam na muralha. Mas Rabsaqué ainda não havia terminado sua tentativa de esmorecer os judeus.

13, 14. Apesar dos argumentos de Rabsaqué, por que aquilo que aconteceu a Samaria era irrelevante para a situação de Judá?

13 De seu arsenal de argumentos, Rabsaqué tirou mais uma arma. Ele alertou os judeus a não crerem em Ezequias, caso ele dissesse: “O próprio Jeová nos livrará.” Rabsaqué lembrou aos judeus de que os deuses de Samaria não puderam evitar que as dez tribos fossem vencidas pelos assírios. E que dizer dos deuses das outras nações conquistadas pela Assíria? “Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade?”, indagou. “Onde estão os deuses de Sefarvaim? Livraram eles a Samaria da minha mão?” — Isaías 36:18-20.

14 Naturalmente, Rabsaqué, adorador de deuses falsos, não entendia que existia uma grande diferença entre a apóstata Samaria e a Jerusalém governada por Ezequias. Os deuses falsos de Samaria não tinham o poder de salvar o reino das dez tribos. (2 Reis 17:7, 17, 18) Por outro lado, Jerusalém sob Ezequias havia dado as costas para os deuses falsos e voltado a servir a Jeová. Contudo, os três representantes judeus não tentaram explicar isso a Rabsaqué. “Eles continuaram a ficar calados e não lhe responderam uma palavra, pois era o mandamento do rei, dizendo: ‘Não lhe deveis responder.’” (Isaías 36:21) Eliaquim, Sebna e Joá retornaram a Ezequias e apresentaram um relatório oficial do que Rabsaqué dissera. — Isaías 36:22.

A decisão de Ezequias

15. (a) Com que decisão se confrontava Ezequias agora? (b) Como Jeová tranquilizou seu povo?

15 O Rei Ezequias tinha então uma decisão a tomar. Jerusalém se renderia aos assírios? Juntaria forças com o Egito? Ou ficaria firme e lutaria? Ezequias estava sob grande pressão. Ele foi ao templo de Jeová e, ao mesmo tempo, despachou Eliaquim e Sebna, junto com os anciãos dentre os sacerdotes, para inquirirem a Jeová por meio do profeta Isaías. (Isaías 37:1, 2) Trajados de serapilheira, os emissários do rei disseram a Isaías: “Este dia é um dia de aflição, e de repreensão, e de desaforo . . . Talvez Jeová, teu Deus, ouça as palavras de Rabsaqué, a quem o rei da Assíria, seu senhor, enviou para escarnecer do Deus vivente, e ele realmente o chame às contas pelas palavras que Jeová, teu Deus, ouviu.” (Isaías 37:3-5) Sim, os assírios desafiavam o Deus vivente! Reagiria Jeová aos seus escárnios? Por meio de Isaías, Jeová tranquilizou os judeus: “Não tenhas medo por causa das palavras que ouviste, com que os ajudantes do rei da Assíria me ultrajaram. Eis que ponho nele um espírito, e ele terá de ouvir uma notícia e voltar à sua própria terra; e eu hei de fazê-lo cair pela espada na sua própria terra.” — Isaías 37:6, 7.

16. Que cartas enviou Senaqueribe?

16 No ínterim, Rabsaqué foi convocado para estar ao lado do Rei Senaqueribe, que guerreava em Libna. Senaqueribe cuidaria de Jerusalém mais tarde. (Isaías 37:8) Ainda assim, a retirada de Rabsaqué não aliviou a pressão sobre Ezequias. Senaqueribe enviou cartas ameaçadoras, descrevendo o que os moradores de Jerusalém poderiam esperar caso não se rendessem: “Tu mesmo ouviste o que os reis da Assíria fizeram a todas as terras, devotando-as à destruição, e serás tu mesmo livrado? Livraram-nas os deuses das nações que meus antepassados arruinaram? . . . Onde está o rei de Hamate, e o rei de Arpade, e o rei da cidade de Sefarvaim — de Hena e de Iva?” (Isaías 37:9-13) Basicamente, o assírio dizia que seria insensato resistir — a resistência só causaria mais dificuldades!

17, 18. (a) Com que motivação Ezequias pediu proteção a Jeová? (b) Que resposta Jeová deu ao assírio por meio de Isaías?

17 Profundamente preocupado com as consequências da decisão que teria de tomar, Ezequias estendeu as cartas de Senaqueribe diante de Jeová, no templo. (Isaías 37:14) Numa oração fervorosa, implorou a Jeová que ouvisse as ameaças do assírio, terminando a sua oração com as palavras: “E agora, ó Jeová, nosso Deus, por favor, salva-nos da sua mão, para que todos os reinos da terra saibam que somente tu, ó Jeová, és Deus.” (Isaías 37:15-20) Disso ficou claro que a preocupação maior de Ezequias não era com o seu próprio livramento, mas com o vitupério sobre o nome de Jeová caso a Assíria derrotasse Jerusalém.

18 A resposta de Jeová à oração de Ezequias veio por meio de Isaías. Jerusalém não devia render-se à Assíria; tinha de manter-se firme. Como que falando a Senaqueribe, Isaías destemidamente declarou a mensagem de Jeová ao assírio: “A virgem filha de Sião te desprezou, caçoou de ti. Atrás de ti, a filha de Jerusalém meneou [zombeteiramente] a cabeça.” (Isaías 37:21, 22) Daí Jeová acrescentou, em essência: ‘Quem és tu para caçoar do Santo de Israel? Conheço tuas ações. Tens grandes ambições; fazes grandes jactâncias. Confias no teu poderio militar e já conquistaste muitas terras. Mas não és invencível. Vou frustrar teus planos. Vou conquistar-te. Daí, farei a ti o que fizeste a outros. Porei um gancho no teu nariz e te conduzirei de volta para a Assíria!’ — Isaías 37:23-29.

“Este será o sinal para ti”

19. Que sinal Jeová deu a Ezequias, e o que significava?

19 Que garantia tinha Ezequias de que a profecia de Isaías se cumpriria? Jeová responde: “Este será o sinal para ti: Comer-se-á este ano do que crescer de grãos caídos, e no segundo ano, grãos que brotam por si mesmos; mas no terceiro ano, semeai e colhei, e plantai vinhedos, e comei dos seus frutos.” (Isaías 37:30) Jeová supriria alimentos para os judeus encurralados. Embora impedidos de semear por causa da ocupação assíria, poderiam se alimentar das respigas da safra anterior. No ano seguinte, um ano sabático, teriam de deixar suas terras sem cultivo, apesar da situação desesperadora deles. (Êxodo 23:11) Jeová prometeu que, se o povo obedecesse à sua voz, os campos fariam brotar cereais suficientes para sustentá-los. Daí, no ano seguinte, os homens semeariam normalmente e colheriam os frutos de seu trabalho.

20. Em que sentido os que escapassem do ataque assírio ‘lançariam raízes para baixo e produziriam frutos para cima’?

20 A seguir, Jeová compara seu povo a uma planta difícil de desarraigar: “Os que escaparem, da casa de Judá . . . certamente lançarão raízes para baixo e produzirão frutos para cima.” (Isaías 37:31, 32) Sim, os que confiavam em Jeová nada tinham a temer. Eles e seus descendentes ficariam firmemente estabelecidos no país.

21, 22. (a) O que foi profetizado a respeito de Senaqueribe? (b) Como e quando se cumpriram as palavras de Jeová sobre Senaqueribe?

21 Que dizer das ameaças do assírio contra Jerusalém? Jeová responde: “Ele não entrará nesta cidade, nem atirará flecha nela, nem a confrontará com escudo, nem levantará um aterro de sítio contra ela. Pelo caminho por onde veio, ele voltará, e não entrará nesta cidade.” (Isaías 37:33, 34) No fim das contas, não haveria nenhuma batalha entre a Assíria e Jerusalém. Surpreendentemente, seriam os assírios, não os judeus, que seriam derrotados sem luta.

22 Fiel à sua palavra, Jeová enviou um anjo que aniquilou a elite das tropas de Senaqueribe — 185 mil homens. Isso aparentemente aconteceu em Libna, e o próprio Senaqueribe, ao acordar, viu os líderes, os chefes e outros poderosos de seu exército mortos. Envergonhado, voltou para Nínive, mas, apesar de sua fragorosa derrota, obstinadamente continuou devoto a seu falso deus Nisroque. Alguns anos mais tarde, ao adorar no templo de Nisroque, Senaqueribe foi assassinado por dois de seus filhos. Mais uma vez, o inanimado Nisroque mostrou-se impotente para salvar. — Isaías 37:35-38.

A fé de Ezequias ficou mais forte

23. Que crise enfrentou Ezequias quando Senaqueribe veio inicialmente contra Judá, e quais eram as implicações dessa crise?

23 Por volta da época em que Senaqueribe veio inicialmente contra Judá, Ezequias ficou muito doente. Isaías lhe disse que morreria. (Isaías 38:1) O rei, de 39 anos, ficou arrasado. Ele não se preocupava só com seu próprio bem-estar, mas também com o futuro do povo. Jerusalém e Judá corriam o risco de serem invadidos pelos assírios. Se Ezequias morresse, quem lideraria a luta? Naquele tempo, Ezequias não tinha filho para assumir o reinado. Numa oração fervorosa, Ezequias implorou misericórdia a Jeová. — Isaías 38:2, 3.

24, 25. (a) Como Jeová bondosamente respondeu à oração de Ezequias? (b) Que milagre Jeová fez, conforme relatado em Isaías 38:7, 8?

24 Isaías ainda não tinha deixado os pátios do palácio quando Jeová o enviou de volta à beira do leito do combalido rei com outra mensagem: “Ouvi a tua oração. Vi as tuas lágrimas. Eis que acrescento quinze anos aos teus dias; e livrarei a ti e a esta cidade da palma da mão do rei da Assíria, e vou defender esta cidade.” (Isaías 38:4-6; 2 Reis 20:4, 5) Jeová confirmaria sua promessa com um sinal incomum: “Eis que faço a sombra dos degraus, que descera nos degraus da escada de Acaz devido ao sol, retroceder dez degraus.” — Isaías 38:7, 8a.

25 Segundo o historiador judeu Josefo, havia uma escada dentro do palácio real, provavelmente perto de uma coluna. Ao atingirem a coluna, os raios do sol lançavam sombra nos degraus. Podia-se determinar o período do dia observando o avanço da sombra nos degraus. Mas Jeová faria um milagre. Depois que a sombra tivesse descido os degraus normalmente, ela retrocederia dez degraus. Quem já tinha ouvido falar numa coisa dessas? A Bíblia declara: “E o sol foi gradualmente dez degraus para trás nos degraus da escada pelos quais descera.” (Isaías 38:8b) Pouco depois, Ezequias recuperou a saúde. Essa notícia chegou até a distante Babilônia. Ao saber disso, o rei de Babilônia enviou mensageiros a Jerusalém para apurar os fatos.

26. Qual foi um dos resultados do prolongamento da vida de Ezequias?

26 Uns três anos depois da recuperação milagrosa de Ezequias, nasceu seu primeiro filho, Manassés. Ao tornar-se adulto, Manassés não mostrou apreço pela compaixão de Deus, sem a qual não teria nascido! Em vez disso, na maior parte de sua vida, Manassés fez em larga escala o que era mau aos olhos de Jeová. — 2 Crônicas 32:24; 33:1-6.

Um erro de critério

27. De que maneiras Ezequias mostrou apreço por Jeová?

27 Como seu antepassado Davi, Ezequias era um homem de fé. Ele prezava muito a Palavra de Deus. Segundo Provérbios 25:1, ele providenciou a compilação da matéria que hoje se encontra em Provérbios, capítulos 25 a 29. Alguns acreditam que ele também compôs o Salmo 119. O comovente hino de gratidão que Ezequias compôs depois de recuperar a saúde indica que era um homem de muita sensibilidade. Ele concluiu que a coisa mais importante na vida era poder louvar a Jeová no Seu templo “todos os dias da nossa vida”. (Isaías 38:9-20) Tenhamos todos esse mesmo sentimento para com a adoração pura!

28. Que erro de critério cometeu Ezequias algum tempo depois de ter sido curado milagrosamente?

28 Embora fiel, Ezequias era imperfeito. Ele cometeu um sério erro de critério, algum tempo depois de Jeová o ter curado. Isaías explica: “Naquele tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei de Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, depois de ter ouvido que este estivera doente, mas estava novamente forte. Assim, Ezequias começou a alegrar-se com eles e passou a mostrar-lhes sua casa do tesouro, a prata e o ouro, e o óleo de bálsamo, e o óleo bom, e todo o seu arsenal, e tudo o que se podia achar nos seus tesouros. Não se mostrou haver nada que Ezequias não lhes mostrasse na sua própria casa e em todo o seu domínio.” — Isaías 39:1, 2. *

29. (a) Qual talvez tenha sido a motivação de Ezequias ao mostrar sua riqueza à delegação babilônia? (b) Quais seriam as consequências do erro de critério de Ezequias?

29 Mesmo depois da fragorosa derrota aplicada pelo anjo de Jeová, a Assíria continuou a representar uma ameaça para muitas nações, incluindo Babilônia. Ezequias talvez desejasse impressionar o rei de Babilônia, como prospectivo aliado. Mas Jeová não queria que os habitantes de Judá se unissem aos inimigos deles; queria que confiassem Nele! Por meio do profeta Isaías, Jeová descortinou o futuro a Ezequias: “Vêm dias, e tudo o que há na tua própria casa e o que os teus antepassados armazenaram até o dia de hoje será realmente levado a Babilônia. Não sobrará nada . . . E alguns dos teus próprios filhos que procederão de ti, dos quais te tornarás pai, serão eles próprios tomados e se tornarão realmente oficiais da corte no palácio do rei de Babilônia.” (Isaías 39:3-7) Sim, a própria nação que Ezequias procurou impressionar acabaria saqueando os tesouros de Jerusalém e sujeitaria seus cidadãos à escravidão. Ter Ezequias mostrado seus tesouros aos babilônios só serviu para aguçar o ganancioso apetite deles.

30. Que boa atitude demonstrou Ezequias?

30 Aparentemente referindo-se ao incidente em que Ezequias mostrou seus tesouros aos babilônios, 2 Crônicas 32:26 diz: “Ezequias humilhou-se pela soberba do seu coração, ele e os habitantes de Jerusalém, e a indignação de Jeová não veio sobre eles nos dias de Ezequias.”

31. O que por fim aconteceu com Ezequias, e o que isso nos ensina?

31 Apesar de sua imperfeição, Ezequias era um homem de fé. Ele sabia que seu Deus, Jeová, é uma pessoa real, que tem sentimentos. Quando estava sob pressão, Ezequias orou fervorosamente a Jeová, e foi atendido. Jeová Deus concedeu-lhe paz pelo resto de seus dias, pelo que Ezequias se sentia grato. (Isaías 39:8) Da mesma forma, Jeová deve ser real para nós hoje. Ao surgirem problemas, como no caso de Ezequias, recorramos a Jeová em busca de sabedoria e de uma saída, “pois ele dá generosamente [sabedoria] a todos, e sem censurar”. (Tiago 1:5) Se perseverarmos e exercermos fé em Jeová poderemos estar certos de que ele se tornará “o recompensador dos que seriamente o buscam”, tanto agora como no futuro. — Hebreus 11:6.

[Nota(s) de rodapé]

^ parágrafo 4 Mais de 9,5 milhões de dólares em valores de hoje.

^ parágrafo 28 Depois da derrota de Senaqueribe, nações vizinhas levaram a Ezequias presentes em ouro, em prata, e outras coisas preciosas. Em 2 Crônicas 32:22, 23 e 27 lemos que “Ezequias veio a ter riquezas e glória em abundância muito grande”, e que “ficou elevado aos olhos de todas as nações”. É possível que com esses presentes ele pôde reabastecer a sua casa do tesouro, que havia esvaziado ao pagar o tributo aos assírios.

[Perguntas de Estudo]

[Foto na página 383]

O Rei Ezequias confiou em Jeová ao enfrentar a força da Assíria

[Foto de página inteira na página 384]

[Foto na página 389]

O rei enviou emissários a Isaías para ouvir os conselhos de Jeová

[Foto na página 390]

Ezequias orou para que o nome de Jeová fosse magnificado pela derrota da Assíria

[Foto na página 393]

O anjo de Jeová golpeou 185 mil assírios