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O espantoso Universo: obra do acaso?

O espantoso Universo: obra do acaso?

O espantoso Universo: obra do acaso?

ALGUMAS pessoas dizem: “Claro que o Universo surgiu por acaso.” Outras, em especial as que são religiosas, discordam. Ainda outras não têm opinião formada. Em que você acredita?

Independentemente do seu conceito, você sem dúvida há de concordar que o Universo é uma maravilha. Por exemplo, calcula-se que haja cerca de 100 bilhões de galáxias no Universo observável. Cada uma é composta de menos de um bilhão a mais de um trilhão de estrelas.

A maioria das galáxias estão agrupadas em aglomerados, que incluem de algumas dezenas a milhares delas. Por exemplo, uma galáxia vizinha, Andrômeda, é descrita como a irmã gêmea da nossa galáxia, a Via-Láctea. Esses dois imensos sistemas estelares estão unidos pela gravidade. Elas e algumas outras galáxias vizinhas formam parte de um aglomerado.

O Universo contém um número desconhecido de aglomerados de galáxias. Alguns aglomerados estão unidos pela gravidade a outros aglomerados, formando superaglomerados. Mas dessa escala em diante, a gravidade perde força. Os cientistas descobriram que os superaglomerados estão se afastando uns dos outros. Em outras palavras, o Universo está em expansão. Essa descoberta surpreendente sugere que houve um princípio em que o Universo era muito menor e mais denso. O nascimento do Universo é muitas vezes chamado de Big Bang (a Grande Explosão).

Alguns cientistas duvidam seriamente que o homem algum dia consiga descobrir como o Universo surgiu. Outros especulam sobre como ele poderia ter surgido sem uma causa inteligente. A revista Scientific American, no número de janeiro de 1999, tratou do assunto: “Como começou o Universo?”. Algumas teorias científicas já se mostraram falhas. “Infelizmente”, disse a revista, “talvez seja muito difícil . . . para os astrônomos testar qualquer uma dessas idéias”.

A idéia de que o Universo é obra do acaso exige que se acredite no que cientistas descrevem como muitos “felizes acasos” ou “coincidências”. Por exemplo, o Universo é composto de uma grande quantidade dos átomos mais simples: hidrogênio e hélio. Para que haja vida, porém, é preciso, além do hidrogênio, uma abundância de átomos mais complexos, em especial carbono e oxigênio. Os cientistas sempre se perguntavam de onde teriam vindo esses átomos valiosos.

Será mera coincidência o fato de que átomos complexos necessários para sustentar a vida são produzidos no interior de certas estrelas gigantes? E é por acaso que algumas delas explodem em supernovas, espalhando seus átomos raros e preciosos? Sir Fred Hoyle, que participou nessas descobertas, disse: “Não creio que um cientista que examinasse as evidências deixasse de concluir que as leis da física nuclear foram deliberadamente projetadas.”

Vamos, então, analisar mais atentamente a matéria que compõe o Universo.

[Quadro/Foto na página 4]

A TEORIA DA INFLAÇÃO

Alguns cientistas acreditam que certas características do Universo primitivo, como sua exata taxa de expansão, podem ser explicadas sem a necessidade de uma causa inteligente. Recorrem a uma teoria, ou teorias, chamada de inflação. Mas a teoria do Universo inflacionário não trata da questão da origem. Ela exige que se creia em algo preexistente do qual o Universo nasceu acidentalmente.

Segundo a teoria da inflação, em menos de um segundo o Universo, que era menor que um átomo, ficou maior do que a nossa galáxia. Dizem que, daquele ponto em diante, o Universo continuou se expandindo a uma taxa mais lenta, normal. Hoje, a parte visível do Universo é considerada uma pequena fração de um Universo muito maior. Os defensores da teoria da inflação afirmam que embora o Universo visível tenha, em todas as direções, a mesma aparência ordeira, a parte invisível, maior, talvez seja diferente, até caótica. “Nunca será possível comprovar a inflação em laboratório”, diz o astrofísico Geoffrey Burbidge. De fato, a teoria da inflação entra em conflito com novas linhas de evidência obtidas por observação. Hoje se percebe que, se essa teoria fosse correta, seria necessário descobrir uma hipotética força nova: a antigravidade. Howard Georgi, cientista da Universidade Harvard, descreveu a inflação como “uma espécie de maravilhoso mito científico, que é pelo menos tão bom quanto qualquer outro mito da criação que eu conheço”.

[Foto na página 3]

Quase todos os objetos nesta imagem do Telescópio Espacial Hubble são galáxias

[Créditos]

Páginas 3 e 4 (imagem desfocada): Robert Williams, The Hubble Deep Field Team (STScI) e NASA

[Foto na página 4]

“As leis da física nuclear foram deliberadamente projetadas.” — Sir Fred Hoyle, mostrado com a supernova 1987A

[Crédito]

Foto cortesia de N. C. Wickramasinghe

[Crédito da foto na página 4]

Dr. Christopher Burrows, ESA/STScI e NASA