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Observando o Mundo

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Navios espalham doenças

“A água que se põe no porão dos navios para dar estabilidade está disseminando doenças pelo mundo todo e se tornou uma ameaça para os humanos, os animais e a flora”, diz The Daily Telegraph, de Londres. Essa água depois é esvaziada no mar ou nos portos de escala. Nos Estados Unidos, pesquisadores do Centro Smithsonian de Pesquisas do Meio Ambiente, em Maryland, descobriram que a água que serve de lastro nos transatlânticos contém quantidades enormes de bactérias e de vírus. O plâncton encontrado na água de lastro de 15 navios foi analisado na baía de Chesapeake e descobriu-se que continha a bactéria que causa cólera. Em média, um litro dessa água continha 830 milhões de bactérias e 7,4 bilhões de vírus — seis a oito vezes mais do que outros organismos.

Depressão no local de trabalho

“No local de trabalho . . . há um aumento descontrolado de casos de ansiedade, de exaustão e de depressão”, noticiou The Guardian, de Londres. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, da ONU, quase três de cada dez funcionários no Reino Unido estão com distúrbios mentais. Consta também que um de cada dez funcionários nos Estados Unidos sofre de depressão clínica. Entre os que se aposentam antes do tempo na Alemanha, quase 7% o fazem por motivo de depressão. Mais da metade da força de trabalho da Finlândia sofre de sintomas relacionados com o estresse. Na Polônia, em 1999, os casos de ansiedade aumentaram em 50% e o índice de suicídios também subiu devido à grande onda de desemprego. A previsão segundo o relatório é que, com a adoção constante de novas tecnologias e de novos métodos de administração no local de trabalho, os casos de depressão disparem. E alerta que, “em 2020, o estresse e os distúrbios mentais passarão na frente dos acidentes de trânsito, da Aids e da violência, tornando-se as causas primárias de faltar ao trabalho”.

Explosivos amaciam a carne

Os cozinheiros gostam de amaciar a carne dura com um martelinho para carne ou acrescentando um preparado em pó que contém enzimas. Em Maryland, EUA, está em fase de experimentos amaciar a carne com possantes ondas de choque, relata a revista New Scientist. Os pesquisadores põem a carne sobre uma chapa de aço no fundo de uma lixeira de plástico e depois a enchem de água. Em seguida, eles colocam dentro da lixeira o equivalente a um quarto de banana de dinamite e depois acendem o pavio. “A água transmite a onda de choque em toda a extensão da carne”, diz a reportagem, “e da lixeira que explode não sobra muito para contar a história”. Além de amaciar a carne, esse processo destrói bactérias, como a E. coli, que causa intoxicação alimentar. Randy Huffman, do Instituto Americano da Carne, observou: “O grande desafio será aplicar esse método na vida real.”

Florestas pluviais

Até há pouco tempo, achava-se que na Índia só havia florestas pluviais no Estado de Kerala, no sul do país. Mas o ambientalista Saumyadeep Dutta descobriu uma região de 500 quilômetros quadrados de florestas pluviais cortando os Estados de Assam e Arunachal Pradesh, no nordeste do país, noticiou a revista Down to Earth, de Nova Délhi. A floresta é o habitat de uma grande variedade de vida selvagem — “32 espécies de mamíferos e 260 espécies de aves, inclusive espécies raras de elefantes e tigres, a pantera-nebulosa, o pangolim-da-china, o urso-beiçudo, o sambar, o gibão Hylobates hoolock, o faisão-califa, calaus e o pato Cairina scutulata”. A questão é que a demanda internacional por produtos florestais ameaça muitas florestas pluviais, disse a revista. Alguns naturalistas temem que, esgotando-se esses produtos, não haja mais incentivo para conservar as florestas pluviais e elas acabem sendo destinadas apenas ao uso agrícola.

Brinquedos demais

“Segundo uma nova pesquisa, as crianças estão ganhando tantos brinquedos e jogos que já não sabem mais como brincar”, relatou The Sunday Times, de Londres. Essa pesquisa foi feita, em parte, devido à preocupação na Grã-Bretanha com o fato de “a infância estar sofrendo alterações irreversíveis causadas pelos pais que gastam cada vez menos tempo com os filhos e tentam compensar isso com brinquedos, computadores e televisão”. Após um estudo abrangendo 3.000 crianças de três a cinco anos, a professora Kathy Sylva, da Universidade de Oxford, concluiu: “Quando as crianças têm muitos brinquedos, surge o fator distração e, enquanto estão distraídas, as crianças não aprendem nem sabem como brincar.”

Acidentes na infância

Acidente é a causa primária da mortalidade infantil nos países mais abastados, segundo um estudo realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 26 países. “Nesses países, os ferimentos são responsáveis por quase 40% das mortes de crianças nas idades de 1 a 14 anos”, num total de quase 20.000 fatalidades por ano, relata o jornal Mainichi Daily News. Os fatores que aumentam a incidência de ferimentos nas crianças incluem a miséria, pais ou mães que criam os filhos sozinhos, famílias com muitos filhos e pais que abusam de drogas e de álcool. O Unicef instou que se desse atenção às “medidas preventivas, já comprovadas, que salvam vidas: uso de capacete, respeitar limites de velocidade em regiões densamente povoadas, cadeirinhas de segurança para as crianças, instaladas no carro, cintos de segurança, tampas de remédios à prova de crianças, detectores de fumaça nas casas e padrões de segurança nas áreas de lazer das crianças”.

Dispara o custo do crime

“O crime na Inglaterra e no País de Gales custa para a sociedade 60 bilhões de libras [85 bilhões de dólares] por ano”, noticiou o jornal The Independent, de Londres. Essa importância, segundo o Ministério dos Negócios Interiores, é uma estimativa baixa e representa 6,7% do produto nacional bruto. O assassinato e o homicídio estão bem no topo da lista como os crimes mais caros, custando em média para o país mais de um milhão de libras [1,4 milhão de dólares] cada um, ao passo que outros crimes graves e violentos custam em média 19 mil libras [27.000 dólares] cada um. Fraude e falsificação são responsáveis por quase um quarto do custo total. Essas importâncias não incluem “o custo do medo do crime, o impacto para as famílias das vítimas, o dinheiro gasto pelo governo com a prevenção do crime, . . . e o custo da indenização dos seguros”, acrescenta o jornal.

Ervas daninhas são melhores do que pesticidas

Os agricultores da África Oriental estão usando ervas daninhas em vez de pesticidas para melhorar as plantações de milho, relata a revista New Scientist. Eles enfrentam duas pragas devastadoras. Uma é Striga hermonthica, uma planta parasita que destrói plantações de milho, causando um prejuízo de 10 bilhões de dólares por ano. O pesquisador Ziadin Khan, do Quênia, descobriu que a Striga hermonthica não cresce se uma erva daninha do gênero Desmodium for plantada entre as fileiras da plantação de milho. A outra praga é a larva da broca do milho Chilo suppressalis, que quase todo ano devora um terço da produção. Mas Khan descobriu que esse inseto prefere se alimentar de uma erva daninha local chamada de capim-elefante. A erva daninha atrai esses insetos evitando que ataquem o milharal. Ela produz uma substância pegajosa onde as larvas ficam presas e depois morrem. “É melhor que os pesticidas e muito mais barata”, disse Khan. “E graças a essa erva daninha a produção agrícola nessa região aumentou entre 60% e 70%.”

Arqueólogo comete fraude

Um dos grandes arqueólogos do Japão, chamado de divino escavador devido às suas descobertas fantásticas, foi pego em flagrante cometendo fraude. Uma câmara de vídeo instalada pelo jornal Mainichi Shimbun flagrou o arqueólogo enterrando artefatos de pedra em um sítio arqueológico antes da chegada da equipe de escavação. Sem saída, o arqueólogo admitiu que enterrou objetos da sua própria coleção. Agora, todas as suas descobertas dos últimos 30 anos estão sendo investigadas. As editoras vêem a necessidade de revisar as obras de referência sobre arqueologia e os livros didáticos que fazem referência a essas descobertas.

O rugido do tigre

Por que o rugido do tigre parece paralisar não apenas os outros animais, mas também os humanos? Os cientistas do Instituto de Pesquisas da Comunicação da Fauna, na Carolina do Norte, EUA, “chegaram à conclusão de que o tigre emite um ‘infra-som’ de baixa freqüência — um rosnado tão profundo que é inaudível aos ouvidos humanos”, noticiou o jornal The Sunday Telegraph, de Londres. Os humanos conseguem ouvir freqüências de som acima de 20 hertz, mas o tigre “mistura rosnados infra-som de 18 hertz ou menos com o rugido audível aos humanos, e o resultado, segundo a presidente do Instituto, Elizabeth von Muggenthaler, é que os humanos chegam a sentir o rugido do tigre, sensação que os paralisa momentaneamente”, explica o jornal. Até mesmo treinadores de tigres, de longa data, já passaram por isso.