Observando o Mundo
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“Síndrome de crianças sacudidas”
Sacudir um bebê pelos braços, pelas pernas ou pelos ombros pode causar problemas de saúde muito sérios, segundo o jornal El Universal, da Cidade do México. “Há médicos que acreditam que pessoas com problemas de aprendizado sofram da síndrome.” Segundo o pediatra Juan José Ramos Suárez, “esse tipo de traumatismo pode causar hemorragia e lesão cerebral sem deixar nenhuma marca de abuso físico”. Ele acrescentou que pode também causar surdez, cegueira, lesões na espinha, paralisia, convulsões e até mesmo a morte. Isso porque a cabeça de um bebê é pesada em comparação com o resto do corpo, e os músculos do pescoço não são muito fortes e não resistem à pressão de ser sacudidos. É verdade que às vezes o choro de um bebê é muito irritante. Mas, para ajudar quem cuida de crianças, o jornal sugere “três passos simples que levam menos de um minuto: (1) pare, (2) sente-se e (3) relaxe. Controle as suas emoções em vez de descarregá-las na criança”. E depois trate de cuidar do problema que está fazendo o bebê chorar — talvez precise dar a mamadeira ou trocar a fralda — ou, senão, procure acalmá-lo ou distraí-lo.
Adeus às gôndolas?
“Construir gôndolas, uma profissão artesanal que vem de longa data em Veneza, está em decadência”, disse o jornal londrino The Independent. “No futuro, as gôndolas talvez sejam construídas por amadores, o que não deixa de ser uma desconsideração à tradição, aos materiais e à perícia que refletem a história de uma das cidades mais fascinantes do mundo.” Construir esses barcos famosos é uma arte que vem desde o século 11, mas corre o risco de acabar “visto que o sistema antigo de passar a profissão de pai para filho ou de mestre para aprendiz foi descontinuado”. Isso se deve à mão-de-obra cara e ao fato de os jovens venezianos não estarem dispostos a passar 20 anos aprendendo o ofício. Então, pelo que tudo indica, quando os atuais mestres construtores se aposentarem não haverá outros para substituí-los. Construir uma gôndola exige 500 horas de trabalho. Ela é diferente dos outros barcos. O lado esquerdo é mais largo que o direito. Mas com o peso do gondoleiro e do remo, a gôndola fica equilibrada. Graças a esse projeto assimétrico, o gondoleiro consegue remar pelos canais mais estreitos de Veneza.
Invasores destrutivos
“‘Alienígenas’ invasores representam um custo anual para a economia global que deve atingir centenas de bilhões de dólares. Eles são responsáveis também pela disseminação de doenças e pela destruição ecológica em massa”, declarou o jornal International Herald Tribune. Uma grande quantidade de plantas e de animais inofensivos no seu ambiente natural são transportadas voluntária ou involuntariamente para novos territórios. A cobra Boiga irregularis é um exemplo disso. Originária da Austrália e da Indonésia, acabou com aves nativas da floresta em Guam e se espalha pelo Pacífico afora, muitas vezes escondida nos compartimentos do trem de pouso de aviões. A introdução da alga Caulerpa taxifolia e dos aguapés da América do Sul em outros ecossistemas está dizimando a vida marinha e aquática nativa em vastas áreas. Na China, a grama importada dos Estados Unidos e plantada em campos de golfe está crescendo e invadindo terras. Por outro lado, os besouros Anoplophora glabripenis da China, que se encontram na madeira dos paletes, estão devastando as florestas na América do Norte. Outras espécies destrutivas são a mangusta-cinzenta, o mexilhão Dreissena polymorpha, a árvore Miconia, o peixe perca do Nilo, o esquilo-cinzento da América do Norte, o peixe Clarias batrachus, o caracol Euglandina rosea e a formiga Paratrechina longicornis.
Como aumenta a pirataria!
“Nunca a pirataria esteve tão em alta como agora”, relatou a revista francesa Valeurs Actuelles. Nos últimos dois anos, os ataques de piratas aumentaram em mais de 100%. A situação é bem grave no Sudoeste Asiático, onde a crise financeira obrigou os mais pobres a entrar no mundo do crime. Mas a pirataria aumenta também nas águas que banham a África e a América do Sul. Segundo Edouard Berlhet, representante do Comitê Central dos Armadores da França, “em 1998, as perdas chegaram a 16 bilhões de dólares. Há casos de navios
cargueiros que simplesmente desaparecem. São seqüestrados e alterados, reaparecendo depois em portos suspeitos com a bandeira de outro país.” Os piratas usam barcos de alta velocidade e equipamentos de comunicação sofisticados; estão armados até os dentes e são cada vez mais violentos.Alcoólatras jovens
“Na Europa são cada vez mais novos os jovens que se embriagam, e fazem isso com mais freqüência também”, relata o jornal alemão Süddeutsche Zeitung. Essa tendência alarmante foi levada ao conhecimento dos ministros de saúde da União Européia. O problema é mesmo tão sério? Um estudo realizado em 1998 revelou que, em alguns países, entre 40% e 50% dos rapazes de 15 anos tomam cerveja regularmente. Constatou também que garotas da mesma idade na Escócia, na Inglaterra e no País de Gales ganham dos rapazes no consumo de vinho e de bebidas alcoólicas. Na Dinamarca, na Finlândia e na Grã-Bretanha mais de 50% dos jovens de 15 anos se embriagaram mais de uma vez. Todo ano, o álcool é responsável também pela morte de milhares de pessoas na faixa de 15 a 29 anos na União Européia. O Conselho de Ministros recomendou que se instruíssem os jovens sobre o uso do álcool para torná-los cientes dos efeitos da bebida.
Morte de fumantes ajuda a economia?
“Representantes das Companhias Philip Morris, na República Tcheca, estão distribuindo uma análise econômica que leva a concluir que . . . a morte precoce dos fumantes ajuda a contrabalançar as despesas com a saúde pública”, relatou o jornal The Wall Street Journal. “O relatório encomendado pela companhia tabagista . . . contabiliza os ‘efeitos positivos’ nas finanças do país, inclusive o rendimento do imposto de consumo e de outros impostos sobre os cigarros, e ‘menos gastos para a saúde pública devido ao óbito precoce’.” O artigo acrescenta: “Avaliando os custos e os benefícios, o relatório concluiu que em 1999 o governo teve um faturamento líquido de 5,82 bilhões de corunas (147,1 milhões de dólares) provenientes do tabaco.” Muitos protestaram imediatamente contra o relatório. “As companhias de cigarro negavam no passado que os cigarros causassem a morte de pessoas. Agora admitem isso para tirar proveito”, escreveu um colunista. O economista Kenneth Warner disse: “Existe outra companhia que se vangloria de angariar dinheiro para o tesouro nacional matando seus fregueses? Não consigo me lembrar de nenhuma.” Na semana seguinte, a Philip Morris se retratou: “Reconhecemos que isso não foi apenas um grave engano, mas que foi errado mesmo”, disse o vice-presidente sênior Steven C. Parrish. “Dizer que foi totalmente inapropriado é pouco.”
Cosméticos para crianças
A indústria de cosméticos no Japão criou uma linha de maquiagem especial para crianças, noticiou o jornal The Japan Times. A febre feminina por cosméticos que invade o país está fazendo com que muitas garotas, inclusive pré-adolescentes, corram para as lojas para comprar brilho para os lábios e rímel incolor para os cílios. Com isso elas querem copiar os seus ídolos favoritos da música. No passado, as crianças brincavam de passar batom. Hoje mais e mais crianças fazem questão de se maquiar. Além disso, querem saber como usar a maquiagem para realçar ou disfarçar certos traços faciais. A editora de uma revista infantil disse: “O complexo de inferioridade não atinge só os crescidos. As crianças de hoje já estão cientes de seus pontos fracos.” Mas uma firma que não cede a esse modismo disse: “Não faz parte da cultura japonesa crianças do ensino primário usarem cosméticos. Nós não vamos fabricar cosméticos (para elas) tendo em vista a questão moral.”
Ajudar as crianças a não ser materialistas
As crianças são “a realização dos comerciantes”. Até criancinhas estão se tornando “consumidores obsessivos”, relata o jornal canadense The Globe and Mail, “e nada consegue conter essa tendência”. Mas uma equipe de professores da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford acha que tem a solução: um currículo de seis meses projetado para ajudar as crianças tanto a verem menos TV como a serem mais seletivas nos programas a que assistem. O resultado foi que, perto do fim do ano letivo, as crianças que participaram nesse programa pediam menos brinquedos novos aos pais. Segundo o jornal “uma criança mediana vê 40.000 comerciais por ano comparados com os 20.000 na década de 70”.