Observando o Mundo
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Um olho grande
Acreditava-se que a Ophiothrix spiculata, também conhecida como estrela-serpente, não tivesse olhos. Apesar disso, essa parenta da estrela-do-mar consegue sobreviver nas águas escuras das profundidades do oceano detectando predadores e escapando deles. Os pesquisadores não entendiam como isso era possível. “Agora os cientistas descobriram o segredo dela”, relata o jornal The New York Times. “O esqueleto todo forma um olho grande.” A Ophiothrix spiculata usa uma série de lentes semelhantes a contas para formar o que se acha ser um grande olho composto. E as lentes minúsculas têm a capacidade de “focalizar a luz pelo menos 10 vezes melhor do que as atuais microlentes feitas em laboratórios”, diz a reportagem. “Esse estudo mostra como a natureza consegue produzir materiais fantásticos, muito mais avançados do que a atual tecnologia”, declara a Dra. Joanna Aizenberg, principal responsável pelo estudo.
Ressurgimento da doença do sono
“Pesquisadores avisaram que a doença do sono voltou em níveis alarmantes em algumas partes da África”, relata a revista The British Medical Journal. Pierre Cattand, da Associação contra a Tripanossomíase, na África, disse: “Calcula-se que sessenta milhões de pessoas estejam no grupo de risco, mas que apenas três a quatro milhões estejam sob vigilância, resultando em 45.000 novos casos por ano. Estima-se que no mínimo entre 300.000 e 500.000 estejam afetadas no momento.” Essa doença que se julgava quase erradicada na década de 60 é transmitida aos humanos pela mosca tsé-tsé. As regiões de maior risco e mais carentes de ajuda internacional são Angola, a República Democrática do Congo e o sul do Sudão.
Tchecos dizem “Não” à religião
Os dados publicados pelo Escritório de Estatísticas da República Tcheca indicam que nos últimos dez anos muitas pessoas nesse país disseram “Não” à religião. Prova disso é que em 2001 apenas 2,7 milhões de tchecos se identificaram como católicos romanos comparados com os 4 milhões em 1991. No mesmo período, a Igreja Evangélica e a Igreja Hussita também sofreram perdas de 32% e de 46%, respectivamente. Como se explica esse declínio? Pouco depois da queda do comunismo os tchecos se viram livres para se identificar como membros de Igrejas. Mas hoje quase 60% da população diz não ter religião. Esse país, que no passado foi o berço do famoso reformador religioso Jan Hus, tornou-se um dos países menos religiosos da Europa.
E a ética de trabalho?
“Cinqüenta por cento dos altos executivos entrevistados [nos Estados Unidos] dizem que a deterioração da ética de trabalho terá um grave efeito negativo no desempenho empresarial no futuro”, relata a revista The Futurist. Muitos fatores podem estar causando esse declínio, diz a revista, incluindo filhos que “presenciaram como a lealdade de seus pais aos patrões não serviu para nada — não os poupou na hora do corte de pessoal na empresa”. Isso levou muitos dos que nasceram na década de 60 e depois a encarar o trabalho como “um meio para atingir os fins: dinheiro, diversão e lazer”. O artigo declara que por essa razão “a estabilidade no emprego e a alta remuneração não são mais os motivadores de antigamente”. Hoje dois sintomas da quase inexistente ética de trabalho entre os funcionários são chegar atrasado e abusar da licença por motivo de saúde.
Visita ao cemitério via Internet
Hoje é possível visitar túmulos virtuais no ciberespaço via Internet, relatou o jornal The Japan Times. Esse é um meio pelo qual amigos e parentes podem prestar homenagem ao falecido. Ao acessar o site aparece a imagem de uma lápide junto com uma foto e perfil do falecido. Há um espaço reservado para se digitar mensagens. Os budistas podem fazer ofertas de frutas, flores, incenso e bebidas alcoólicas no site do túmulo
virtual simplesmente clicando o mouse. Segundo Tadashi Watanabe, presidente dessa empresa de serviços fúnebres, “alguns acham que esse site foi uma ótima idéia tendo em vista os que não podem visitar o túmulo com freqüência como no caso dos que moram no exterior”.Alerta do Ártico
“Até meados do século, cerca de 80% da delicada região ártica poderá estar seriamente danificada se não diminuir a intensidade do desenvolvimento industrial”, declarou o jornal canadense The Globe and Mail. Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente comentou os efeitos cumulativos do desenvolvimento humano na inteira região ártica. Observou que, se a industrialização seguir o passo que teve entre 1940 e 1990, os resultados serão devastadores. Acredita-se que, com a migração de muitos animais árticos, os danos também poderão atingir outras regiões. “No momento”, diz o jornal, “entre 10% e 15% das regiões árticas já estão prejudicadas pelo desenvolvimento industrial”.
Mais e mais crianças obesas
“O número de criancinhas obesas quase dobrou na última década”, diz o jornal londrino The Times, ao comentar uma pesquisa recente publicada na revista The British Medical Journal. “Entre as crianças de menos de quatro anos, mais de uma em cada cinco está com excesso de peso e quase uma em cada dez é classificada como obesa.” O Dr. Peter Bundred, da Universidade de Liverpool, disse que muitas mães dão aos filhos pequenos “comidas prontas que têm um teor de gordura mais elevado”, e os colocam na frente da TV para distraí-los. Quando atingem a idade escolar, muitos vão de carro ou de ônibus à escola em vez de ir a pé, e ao voltarem para casa vêem TV em vez de brincar ao ar livre. “Pela primeira vez observamos rápido aumento de peso na infância”, disse Bundred.
Sustentado o consentimento esclarecido
Dez anos após o decreto de janeiro de 1991, o Ministério da Saúde da Itália reiterou que as transfusões de sangue não podem ser administradas sem o consentimento esclarecido do paciente. O decreto de 25 de janeiro de 2001, publicado na Gazzetta Ufficiale della Repubblica Italiana, declara: “Ao ser informado de que as transfusões de sangue, os componentes de sangue e/ou a administração de seus derivados podem acarretar riscos, antes de qualquer desses procedimentos o receptor deve expressar consentimento ou recusa por escrito.”
Futuras mamães sofrem agressão
“Constatou-se que a agressão da parte de maridos ou de parceiros causam mais danos às mães e aos filhos [por nascer] do que as complicações detectadas na gravidez”, disse o jornal londrino The Independent. “Um estudo realizado pelo Real Colégio de Obstetras sobre violência doméstica na Grã-Bretanha . . . mostrou que um terço das agressões contra as mulheres ocorreu pela primeira vez na gravidez delas. Há crescente evidência de que o ciúme provocado pela prospectiva vinda de um bebê torna certos homens violentos.” O professor James Drife, desse colégio, disse: “Ficamos chocados ao ver as estatísticas [de agressão] no Reino Unido.” Um estudo semelhante nos Estados Unidos constatou que uma entre cinco mortes de mulheres grávidas no país é por assassinato, tornando-o “a causa mais comum de óbito entre mulheres grávidas [naquele país]”.
Bactérias resistentes
Existem muitas formas de vida na Terra, até mesmo a vários quilômetros de profundidade no subsolo, relata o jornal National Post, do Canadá. “Essas bactérias às vezes estão a tal profundidade que a água da chuva levaria 50.000 anos para chegar até elas”, disse o professor Terry Beveridge, da Universidade de Guelph. “Não há luz, nem fotossíntese, nem açúcares complexos e nem proteínas para servir de alimento.” Como então as bactérias sobrevivem? Segundo o artigo, pesquisadores canadenses e americanos descobriram que a bactéria Shewanella adere ao óxido de ferro e suga “os elétrons minerais para absorver a energia metabólica de que precisa para sobreviver”. Cientistas estimam que dezenas de milhares de diferentes micróbios vivem no subsolo, mas que menos de 10% foram plenamente identificados.