Observando o Mundo
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Boas intenções não bastam
Há quem questione alguns meios usados para preservar a tartaruga cabeçuda japonesa, ameaçada de extinção, diz o jornal The Daily Yomiuri. Desenterrar os ovos, incubá-los e depois soltar as tartarugas no mar pode prejudicar o senso de orientação inato delas. As que nascem sem a interferência humana “detectam o magnetismo da Terra à medida que dão seus primeiros passos incertos na areia, desenvolvendo assim o seu senso de direção”, prossegue o artigo. “Para a incubação artificial mantêm-se os filhotes de tartaruga em uma área confinada antes de colocá[-los] no oceano, o seu habitat. Só que isso impede que desenvolvam o seu senso de orientação inato e eles não conseguem se guiar sozinhos no mar.”
O cronômetro mais preciso
Uma equipe de cientistas americanos desenvolveu um relógio de mercúrio-íon cuja “precisão chega a um femtossegundo — a menor unidade de tempo usada na ciência”, relatou o jornal londrino The Times. Dizem que ele é “cerca de 1.000 vezes mais exato do que os relógios atômicos usados para se ter uma cronometragem-padrão mundial, a Hora Universal Coordenada (UTC)”. O físico Scott Diddams explica: “As aplicações mais imediatas serão no campo da física fundamental, a fim de se obter uma percepção mais minuciosa do Universo.” Com o tempo beneficiará também as redes telefônicas e os satélites de navegação. Apesar de Diddams afirmar que esse dispositivo de cronometragem é “o relógio mais estável do mundo”, ele reconhece que há margem para aperfeiçoá-lo ainda mais.
“O recenseamento mais exato?”
O censo demográfico dos Estados Unidos foi classificado como “o recenseamento mais exato na História”, disse o jornal The Wall Street Journal. Mas o “total de habitantes segundo o censo de 2000 inclui 5,77 milhões de pessoas que o Departamento de Estatísticas, dos EUA, acredita que existam, sem as ter contatado”. O jornal explica: “Nas casas em que ninguém respondeu ao questionário dos recenseadores, mas que constavam estar ocupadas, o Departamento simplesmente programou os computadores para ‘supor’ que houvesse pessoas ali, baseando-se em várias dicas e em informações dadas pelos vizinhos.” Isso foi feito mesmo em casos em que não se tinha nem mesmo certeza da existência de uma casa no endereço em questão. As suposições incluíam o número de pessoas que moram na casa, a idade, o sexo, a raça e o estado civil delas. O Departamento baseava-se na idéia de “que pessoas da mesma origem tendem a viver próximas umas das outras”, disse uma autoridade em recenseamento. Em alguns Estados, o número de pessoas que se acredita existir chega a ser 3% do total. E a suposição foi usada para determinar a raça de mais de 11 milhões de pessoas.
Árvores fatais?
Há uma grande polêmica na França sobre o destino de cerca de 400.000 árvores que ladeiam as estradas do país. Elas estão sendo responsabilizadas cada vez mais por mortes em acidentes de trânsito. No ano 2000, das 7.643 mortes em acidentes nas estradas, 799 ocorreram por se atingir uma árvore, noticia a revista francesa L’Express. Mas alguns afirmam que a verdadeira causa por trás dessas mortes não são as árvores, e sim os motoristas alcoolizados e o excesso de velocidade. Apesar disso, está decidido que entre 10.000 e 20.000 árvores que estão a menos de dois metros da estrada serão cortadas. O artigo da revista francesa fez referência ao editorial do jornal The Wall Street Journal sobre o assunto e comentou que está parecendo que as árvores cometeram “o grave delito de não sair do caminho dos motoristas alcoolizados”.
Será o fim da arte da escrita chinesa?
“Os caracteres chineses que gerações e gerações de crianças chinesas lutaram para memorizar estão enfrentando o seu maior inimigo de todas as épocas — o computador”, declara o jornal londrino The Daily Telegraph. “Entre as pessoas mais cultas da China que sempre se orgulharam de conhecer os 6.000 caracteres, muitos estão tendo dificuldades para escrever. Eles sabem ler. Mas sem o computador não conseguem escrever. Dá um branco na mente deles.” A síndrome é chamada de “ ‘ti bi wang zi’ — esquecer o caractere assim que se pega na caneta”. Até a década de 80 quase tudo era escrito à mão. Depois disso um sofisticado software tornou possível dar entrada dos caracteres chineses usando um teclado comum. Mas a caligrafia chinesa, uma arte muito prezada
que segundo se diz revela o que há no íntimo da pessoa, está em decadência e isso “preocupa muito os lingüistas, os psicólogos e os pais”.Jovens e dietas
Uma pesquisa recente envolvendo 1.739 garotas canadenses entre 12 e 18 anos revelou que 27% estão com sintomas de distúrbios alimentares, diz o jornal The Globe and Mail. As participantes eram de áreas urbanas, suburbanas e rurais. Elas preencheram um questionário sobre hábitos alimentares e descontentamento com o corpo. Os dados revelaram que algumas meninas de apenas 12 anos estavam se empanturrando de comida e depois provocando vômito ou tomando remédios para emagrecer, laxantes e diuréticos para perder peso. A Dra. Jennifer Jones, cientista e pesquisadora da Rede de Saúde da Universidade de Toronto, comentou algo interessante a respeito disso. Ela acha que principalmente as garotas “precisam desenvolver atitudes saudáveis para com a alimentação e o exercício. Elas precisam conhecer melhor o seu corpo e entender que o corpo de garotas que elas vêem nos outdoors, nas revistas e nos vídeos de rock não são normais”. O artigo acrescenta que “muitas adolescentes não sabem que na puberdade é natural criar mais gordura no corpo e que isso é importante para um desenvolvimento normal”.
Alunos tomam muitos medicamentos
Mais e mais crianças e jovens tomam medicamentos para suportar as crescentes pressões na escola, relata o jornal alemão Südwest Presse. Consta que 1 de cada 5 crianças no ensino fundamental toma tranqüilizantes, ou drogas para melhorar o desempenho. No ensino médio a porcentagem é maior — 1 de cada 3 alunos. Mas Albin Dannhäuser, presidente da Associação de Professores da Baviera, não é a favor disso. Ele argumenta que tomar medicamentos para controlar o estresse ou para melhorar o desempenho não é uma boa opção. Eles não ajudam os jovens e as crianças a resolver os seus problemas. Ele aconselha aos pais que não exijam muito dos filhos. O importante é “ter em vista a saúde física e mental deles e ajudá-los a desenvolver uma personalidade estável”.
Pragas podem ser úteis
“A rápida recuperação de plantas como o aguapé, a lantana e o Parthenium hysterophorus está deixando os construtores e corretores desesperados”, declara a revista India Today. A lantana, introduzida na Índia pelos britânicos em 1941 para ser usada como cerca-viva, cobriu 100.000 hectares de terra e é quase impossível de erradicar — manual, química ou biologicamente. A toxicidade dessa erva daninha inibe o crescimento de outras plantas. E quando a lantana prolifera, invade vilarejos inteiros, os quais têm de ser evacuados e transferidos para outras localidades. Por outro lado, os habitantes do vilarejo de Lachhiwala têm outra opinião sobre ela. Para eles, ela tem muita utilidade. Eles misturam a lantana à argila para construir casas e galinheiros. É só tirar a casca do caule e essa erva daninha que resiste às pragas pode ser usada para fabricar móveis e cestos. As folhas são boas para fazer repelentes contra pernilongos e bastonetes de incenso. As raízes em pó combatem infecções nos dentes.
A desesperança e os riscos
“Por que há doentes que morrem e outros tão doentes quanto eles que não morrem?”, pergunta o Dr. Stephen L. Stern, do departamento de psiquiatria no Centro de Saúde da Universidade do Texas, em San Antonio, EUA. “Uma das razões pode ser a esperança ou a falta dela.” Um estudo realizado entre 800 idosos americanos dá a entender que a desesperança leva à morte prematura. Os pesquisadores, contudo, destacam que os efeitos da desesperança variam entre os indivíduos. Tudo depende de fatores que têm a ver com a infância, a cultura, a segurança financeira e se a pessoa está deprimida.
O valor de um sorriso
“Um simples sorriso é o melhor meio de se fazer amizades e de influenciar pessoas”, relata o jornal londrino The Times. Uma pesquisa nacional feita pelo Correio Real, da Inglaterra, revelou que a primeira coisa que chama a atenção das pessoas ao olhar para alguém é seu sorriso. Quase a metade dos entrevistados disse que não faria negócios com alguém que não parecesse amigável. Principalmente as mulheres que gerenciam tendem a promover funcionários que sorriem. Brian Bates, co-autor do livro The Human Face (O Rosto Humano), disse: “Essa pesquisa mostra como o sorriso é importante na sociedade. Preferimos nos abrir, falar sobre nossas esperanças e dividir nosso dinheiro com pessoas que sorriem.” Acrescentou ainda que sorrir aumenta a produção de endorfinas, substâncias capazes de produzir ação antálgica no corpo. E que as pessoas que sorriem com facilidade “são muito mais bem-sucedidas, tanto na vida particular como na profissional”.