Ajuda às vítimas de uma tempestade incomum
Ajuda às vítimas de uma tempestade incomum
UMA TEMPESTADE com ventos de até 150 quilômetros por hora se abateu sobre o litoral sul do Brasil, na noite de 27 para 28 de março deste ano. Ventos dessa intensidade, embora comuns no Hemisfério Norte, são incomuns no Atlântico Sul.
Pelo menos três pessoas morreram e mais de 32 mil casas foram danificadas ou destruídas, deixando milhares de pessoas desabrigadas. Vinte e seis municípios, nos Estados brasileiros de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foram afetados. Entre as cidades mais atingidas estavam as de Araranguá, Sombrio e Torres. Os prejuízos somaram mais de um bilhão de reais (330 milhões de dólares).
“O barulho era ensurdecedor”, disse José, da cidade de Sombrio. “Era como se um rolo compressor estivesse passando e destruindo tudo pelo caminho.” Sua esposa, Fátima, conta outros detalhes:
“A chuva acompanhada por fortes ventos começou por volta das 22h30 de sábado e durou cerca de duas horas. Houve então uma calmaria de uns 20 minutos. Minha família e eu saímos para a rua, assim como todos na vizinhança, para avaliar o que havia acontecido. O céu estava estrelado, mas ao redor das estrelas havia como que um círculo escuro. Daí, os ventos recomeçaram e com mais intensidade. Destelharam casas, arrancaram árvores e derrubaram postes. Ficamos dois dias sem energia elétrica.”
Ciclone ou furacão?
O fenômeno recebeu o nome de “Catarina” e foi classificado pela maioria dos meteorologistas brasileiros de “ciclone extratropical”. Algumas pessoas o chamaram de furacão. Qual é a diferença entre ciclones e furacões? São fenômenos muito semelhantes, pois ambos apresentam chuvas intensas e fortes ventos. Contudo, os especialistas dizem que há algumas diferenças. Os ciclones se originam em águas frias, ao passo que os furacões se originam em águas quentes. Os ventos de um furacão são mais intensos, podendo chegar a mais de 300 quilômetros por hora.
Visto que o “Catarina” se originou nas águas frias do oceano Atlântico, a uns mil quilômetros da costa brasileira, foi classificado de ciclone. Contudo, na fase final ele perdeu seu núcleo frio e passou a apresentar rotação em sentido contrário. Ao atingir a costa, seus ventos chegaram a
150 quilômetros por hora. O “Catarina” havia desenvolvido características de um furacão de categoria 1.Ajuda rápida e eficiente
Independentemente da classificação do “Catarina”, ele deixou muitas vítimas que precisavam de ajuda. E as Testemunhas de Jeová estiveram entre os primeiros a prestar ajuda. O jornal local Destaque Gaúcho relatou a ajuda prestada: “Uma ação de solidariedade está sendo realizada pela Igreja Testemunhas de Jeová. Cerca de 200 religiosos, vindos de várias cidades do país, ajudam os ‘irmãos’ a construir suas casas destruídas pelo Furacão Catarina.”
Com a ajuda de equipes de voluntários treinados na construção de locais de reuniões, conhecidos como Salões do Reino, as Testemunhas de Jeová puderam prestar ajuda rápida e eficiente. O trabalho que realizaram foi registrado pelo jornal Correio do Sul, que declarou: “Eles vieram de Criciúma, Blumenau, Caxias do Sul e várias outras cidades participar de um mutirão de reconstrução das residências das vítimas do furacão. São oito equipes trabalhando simultaneamente em oito locais diferentes. Só na semana passada, eles haviam reconstruído ou colocado telhas em 16 casas. Outras 15 estão nos planos para esta semana. Um dos coordenadores da ação é o mecânico Joel Leal, de Criciúma. Durante estes dias ele deixa sua profissão e se transforma em pedreiro. De quinta a domingo, com cerca de outros 15 homens, ajudou a levantar uma casa nova para um desabrigado.” Ao todo, voluntários em 9 cidades consertaram os telhados de 125 casas, além de reconstruírem três casas que haviam sido completamente destruídas pela tempestade.
Os voluntários mostraram um espírito disposto e muita abnegação. “Muitos deixaram suas casas para atender os que necessitavam de ajuda, trabalhando até tarde da noite de maneira alegre”, comentou um dos organizadores das equipes de ajuda. Certamente, essa foi uma genuína demonstração de amor fraternal. — João 13:35.
[Foto na página 25]
Foto do Furacão Catarina, tirada por satélite
[Crédito]
FOTO: EFE/AGÊNCIA O GLOBO
[Fotos na página 26]
Mais de 32 mil casas, além de pontes e estradas, foram danificadas ou destruídas
[Crédito]
Nauro Júnior/ Zero Hora/AGÊNCIA O GLOBO
[Foto na página 26]
Voluntários consertam casas danificadas pela tempestade
[Fotos na página 27]
Equipes de voluntários ajudam as vítimas do “Catarina” em vários locais