Conheça um centro de membros artificiais
Conheça um centro de membros artificiais
DO REDATOR DE DESPERTAI! NA NOVA ZELÂNDIA
EU TINHA dois motivos para ir ao Centro de Membros Artificiais em Wellington, Nova Zelândia. Primeiro, minha perna artificial precisava de alguns ajustes. Segundo, eu queria visitar o local e aprender mais sobre o processo de fabricação de membros artificiais.
Meu protesista permitiu que eu visitasse o local. A visita me ajudou a dar mais valor aos hábeis e dedicados esforços de quem trabalha na área da protética.
A palavra “prótese” se refere a um “substituto de uma parte do corpo”. Protética é a “arte e a ciência de fazer e de ajustar as partes artificiais do corpo humano”. E um protesista, ou protético, é uma “pessoa experimentada na construção e na montagem de próteses”. — Stedman — Dicionário Médico, 23.a Edição.
Como é feita uma perna artificial?
A maioria dos pacientes que chega aqui precisa de uma perna artificial. O primeiro passo da fabricação é fazer uma fôrma de gesso, da qual é possível obter uma cópia exata do coto, a parte restante do membro amputado. Esta é então usada para fabricar um encaixe, onde o membro artificial é montado. É assim que começa o processo de fabricação de uma perna completamente funcional que substitua a que foi perdida. Uma técnica mais nova e eficiente usa programas de computador (CAD/CAM) para medir o coto. Daí, uma máquina confecciona uma réplica exata do coto.
Após ver exemplos da técnica usada no centro, vi algumas próteses importadas, que já vêm prontas. Um exemplo impressionante foi um joelho hidráulico montado num encaixe termoplástico que pode ser moldado e remodelado por meio de calor, para o conforto do paciente. Podem-se encontrar catálogos ilustrados muito completos de várias fábricas em todo mundo.
Nos estágios finais da fabricação da perna, são feitos ajustes precisos para alinhar as partes de encaixe, joelho, pele e pé a fim de garantir a marcha mais natural possível. Por último, é feito um revestimento
de espuma, que serve para esconder os “ossos” do membro artificial. Um acabamento cosmético é feito para imitar da melhor maneira possível o membro natural.Depois que o paciente consegue ter um grau razoável de confiança, marca-se uma consulta com um cirurgião ortopédico. Esse profissional faz uma verificação final para garantir o melhor uso do novo membro.
Crianças e atletas
Durante a visita, uma garotinha me chamou a atenção. Ela não tinha vergonha de mostrar o coto e a perna artificial. Mais tarde a vi saltitando, aparentemente sem nenhum problema.
Interessei-me em saber mais sobre crianças que perdem algum membro do corpo. O protesista me mostrou uma mão em miniatura e explicou que esse tipo de prótese é usada em crianças de até seis meses. Por quê? Para que se acostumem a usar, futuramente, um braço ou mão artificial. Sem esse treinamento, a criança fica dependente de um braço só e depois pode achar difícil acostumar-se a usar os dois.
Fiquei sabendo que, numa paraolimpíada, um fabricante europeu enviou a Sydney, Austrália, um contêiner com peças para os membros artificiais dos atletas. Elas foram fornecidas gratuitamente aos competidores, e havia protesistas, incluindo alguns da Nova Zelândia, para ajudar durante os jogos.
Algumas peças de próteses foram desenvolvidas especialmente para atletas. Por exemplo, me mostraram uma prótese de pé e tornozelo feita de um material especial que imita a flexibilidade do pé humano.
Avanços tecnológicos
O que o futuro trará para a área da protética? O protesista me disse que pelo menos um paciente na Nova Zelândia já está usando uma perna artificial controlada por computador. Parece que ela responde à pressão em sensores que são montados dentro da unidade. O resultado é uma reprodução exata do modo natural de andar.
Em alguns países, uma técnica chamada osseointegração está sendo testada por cirurgiões ortopédicos experientes. Um pino especial, implantado no coto após a amputação, serve para fixar o membro artificial. Isso elimina a necessidade de fabricação de moldes e encaixes.
Também têm-se feito pesquisas para unir receptores a fibras nervosas, o que permitirá que a pessoa controle a prótese apenas por meio de impulsos nervosos. Nos Estados Unidos e em alguns outros países, já foram feitos uns poucos transplantes de mão, mas essa técnica é polêmica, pois requer que o paciente tome medicamentos anti-rejeição pelo resto da vida.
No campo de próteses de braços, está sendo usado um sistema chamado mioeletrônica. Eletrodos detectam impulsos nervosos nos músculos do coto. Esses impulsos são amplificados por meio de uma bateria e controlam componentes eletrônicos no membro artificial.
A última tecnologia em próteses dos membros superiores usa um computador para regular com precisão o braço artificial a cada usuário.Surpreso com o avanço da tecnologia dos membros artificiais, perguntei ao meu protesista se ele achava possível comparar a função das próteses à dos membros naturais do corpo. É claro que ele logo reconheceu que o original é muito melhor. Isso me fez pensar nas palavras do salmista que, em oração ao seu Criador, disse: “Elogiar-te-ei porque fui feito maravilhosamente, dum modo atemorizante.” — Salmo 139:14.
[Diagrama/Fotos na página 23]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
[Fotos]
Mãos mioelétricas usam impulsos musculares para controlar sua velocidade e força
[Crédito]
Mãos: © Otto Bock HealthCare
[Fotos]
Circuitos eletrônicos e campos magnéticos dentro desse joelho de alta tecnologia ajudam a adaptá-lo ao movimento do usuário
[Crédito]
Fotos do joelho: cortesia de Ossur
[Foto]
Corte transversal do pé, mostrando o revestimento de espuma e a estrutura do tornozelo
[Crédito]
© Otto Bock HealthCare
[Crédito]
© 1997 Visual Language
[Foto na página 21]
Ajustando uma perna artificial
[Foto na página 22]
Encaixando a prótese em um paciente
[Foto na página 23]
Prótese de mão em miniatura usada para treinar crianças amputadas
[Foto na página 23]
O vencedor dos 100 metros rasos na Paraolimpíada de 2004 fez o tempo de 10,97 segundos com um pé de fibra de carbono
[Crédito]
Cortesia de Ossur/Fotógrafo: David Biene
[Crédito da foto na página 21]
© Otto Bock HealthCare